CAPÍTULO TRINTA 🍁

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Thomas fora visitar a irmã e passar a manhã com ela, os dois tomaram café juntos e logo foram para o jardim.

— Eu senti muita saudade – Disse Thalya enquanto caminhavam um ao lado do outro – De você, das nossas brincadeiras, de ver a nossa família reunida. Desde que você voltou, tudo aqui se tornou melhor.

— O que é isso no seu olho, uma lágrima? – Brincou ele, puxando-a para um abraço carinhosamente apertado – Eu também senti sua falta, Lya.

Ela aninhou um pouco mais a cabeça em seu peito, maravilhada com a sensação de ter seu irmão de volta.

— Por que não voltou antes?

Ele fechou os olhos e respirou fundo.

— Eu não sei.

Ela ficou em silêncio por um momento.

— Tudo foi tão difícil, senti medo de parecer um covarde. Pensei em voltar quando acabasse a universidade, mas então veio a guerra e os meus planos mudaram drasticamente. Não dava para saber se eu ainda faria planos, porque o maior objetivo era continuar vivo.

Ela concordou com a cabeça, prestes a se abrir emocionalmente.

— Sempre que acontecia alguma coisa, eu sabia que podia contar com o meu irmão. Eu sempre me senti livre porque sabia que você estaria ao meu lado, e se algo fugisse do controle, poderia correr para você. Então... Você foi embora e me deixou sozinha – Ela começou a chorar silenciosamente, lembrando de todos os anos que havia passado sem ele – Perder o Hugo foi completamente inesperado e doloroso, mas perder você... Foi como se o meu coração parasse de bater.

— Espero que me perdoe por tê-la machucado desse jeito, saiba que nunca foi a minha intensão.

— Eu sei que não – Ela sussurrou, recuando um pouco para enxugar as lágrimas – Estávamos todos feridos demais para pensar em machucar alguém.

Ele assentiu.

— Tudo o que eu disse naquela carta era verdade. Eu sempre a amei, com todo meu coração, mesmo nos dias em que não nos entendíamos muito bem.

— Obrigada por ter acreditado em mim – Ela fungou e o olhou nos olhos – Eu te amo, Tom, para sempre.

— Para sempre – Repetiu ele, desejando nunca ter saído de perto da sua irmã.

Minutos depois, ela sentou no retângulo de madeira e segurou as cordas, empolgada. Ele perguntou se ela estava pronta e a empurrou, vendo-a ser erguida no ar alegremente. Aquela era sua irmã mais nova, dona de uma parte do seu coração. Ouvir sua risada o fez lembrar de quando eram pequenos.

Thalya sempre possuiu uma personalidade forte, por isso era considerada uma criança birrenta. Quando não estava chorando para conseguir o que queria, fechava a cara e fazia biquinho. Sua mãe ficava estressada, às vezes, e seu pai usava um tom autoritário para corrigir a pequena. Thomas, no entanto, não precisava de muito esforço. A menina ficava de bom humor só de estar perto do irmão. E minutos depois, ele a fazia rir.

A risada dela era aguda e engraçada, de modo que todos ao redor riam também. Era alta, e quando alcançava o ápice, fazia barulho de porco. E seu irmão queria poder vê-la rir daquele jeito muitas e muitas vezes.

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Ao sair da casa de sua irmã, comprou dois pacotes de biscoito em uma padaria próxima e foi até a chapelaria.

— Bom dia, meu caro, em que posso ajudar? – Brincou Matthew, aproximando-se para dar um tapinha em seu ombro.

Thomas sorriu.

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora