CAPÍTULO CINQUENTA E NOVE 🍁

18 3 2
                                    

Segunda audiência.

— Testemunha, por favor – O juiz indicou o banco de madeira.

Margot caminhou até ele com passos trêmulos e sentou-se. Olhou ao redor, percebendo que havia uma quantidade maior de pessoas do que na semana anterior, e isso a fez ficar ainda mais nervosa. Então lembrou-se que estava ali para defender seu amigo, e não pelas demais pessoas. Fez o juramento e aguardou o Sr. Wihners iniciar seu papel.

— Meritíssimo, aqui está a Srta. Lynth, ela é uma peça crucial para provar a inocência do réu – Em seguida, ele virou em sua direção e a olhou por um momento.

Havia tanta formalidade na postura dele que era quase impossível reconhecê-lo como o mesmo homem. O Sr. Wihners levava seu trabalho muito a sério, isso ficou perceptível para todos. Seu sogro era um homem incrível, isso explicava o exemplo do filho.

— Testemunha – Incentivou ele – Há três semanas atrás, na data em que o Sr. Desmond Harrison afirma que o objeto foi roubado pelo réu, onde a senhorita estava?

Ela respirou fundo.

— Há três semanas atrás, fui vítima de um sequestro – Revelou, e a grande maioria arfou, preenchendo o tribunal com o eco de suspiros perplexos – Fui levada para a fronteira, até a cidade de Whibaymatch, onde fiquei durante cinco dias como cativa. Cortaram o meu cabelo, como o senhor pode ver, e enviaram parte dele para a minha responsável, a Srta. Martha Lynth, que também está presente. Há cartas que podem comprovar minhas palavras, uma delas marcadas com o meu próprio sangue.

— Excelência, isso não está relacionado ao caso – Protestou o advogado de acusação.

O juiz encarou o Sr. Wihners, concordando com o outro.

— Ouça o que ela tem a dizer, meritíssimo, garanto que essas informações são importantes para contestar a afirmação do Sr. Harrison.

— Prossiga – Disse o juiz, movimentando a pena no papel enquanto registrava algumas palavras.

— Cinco dias após o sequestro, três homens invadiram o cativeiro onde eu estava e realizaram o meu resgate, sendo um deles o Sr. Andrews – Ela encarou o chão, lutando contra a dolorosa sensação que as memórias lhe causavam. Precisava ser forte. Por Matt. – O réu contribuiu para o meu resgate, Excelência.

O Sr. Wihners deu um passo a frente e ergueu uma mão no ar, gesticulando enquanto falava.

— A Srta. Lynth foi sequestrada na quarta-feira, tendo sido resgatada apenas alguns dias depois. A primeira carta foi entregue sexta-feira, dois dias após o sequestro, conforme a própria está datada – Eric caminhou até o juiz e entregou um envelope para a autoridade – Levando em consideração que o tempo de viagem até a cidade de Whibaymatch equivale a um dia inteiro, a alegação da testemunha mostra-se verdadeira, pois mesmo tendo sido enviada na manhã de quinta-feira, a correspondência só chegou nas mãos da destinatária no dia seguinte, e horas depois partiram para realizar o seu resgate, incluindo o réu.

Após uma breve análise da prova apresentada, o juiz arqueou as sobrancelhas.

— Ainda não é o suficiente – Declarou ele – Existe algo a mais para comprovar essa alegação?

— Eu solicitei sua permissão para outras testemunhas, posso pedir que a próxima entre agora, meritíssimo. Ele também será importante para confirmar a alegação da Srta. Lynth.

— Pois bem – O juiz acenou com a cabeça, aguardando o Sr. Nick atravessar a sala e ocupar o lugar em que Margot estava segundos antes.

— Aqui está o Sr. Nicolas, proprietário da chapelaria em que o réu trabalha – O Sr. Wihners virou-se para ele – Testemunha, é verdade o que a Srta. Lynth acabou de informar?

Um raro amor no Outono - Quatro Estações Em Skweny, LIVRO 2Where stories live. Discover now