7- As provas

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Depois que entrou no quarto, Alec ficou escorado na porta tentando processar tudo o que tinha acontecido.

Magnus.

A luzinha azul.

A luzinha azul se transformando num gato.

Poderes mágicos.

Magnus.

Feiticeiros.

Magnus. Magnus. Magnus.

De repente a cabeça de Alec começou a doer, mas ele ignorou a sensação e pulou na cama, se cobrindo completamente com o cobertor.

Depois que conseguiu dormir, horas mais tarde, sua mente foi invadida por novas imagens, mas quando acordou não se lembrava de nenhuma delas com clareza, e sempre que tentava pensar muito nisso, sua cabeça voltava a doer.

Jace foi buscá-lo de manhã e eles caminharam juntos pro refeitório e depois pras aulas.

Na hora do intervalo, Alec guardou seu caderninho na mochila e aceitou brincar um pouco mais do que costumava, deixando Jace com um grande sorriso satisfeito.

Seu melhor amigo tinha outras amizades, mas sempre fazia questão de incluir Alec em tudo, e Alec aceitava por que aqueles outros meninos eram legais. Não faziam piadinhas e nem o tratavam como aberração.

Catarina também aproveitou um tempo com seu protegido, e Alec achou muito bom, mas ficou esperando pelo momento em que Magnus voltaria.

Depois do jantar, as crianças e professores foram para seus quartos, como era costume, e instantes mais tarde, a luzinha azul retornou pra buscá-lo outra vez. E outra vez. E outra vez.

Todos os dias Alec a seguia sem hesitar e encontrava Magnus na sala de música, ou às vezes em outros cômodos vazios daquele orfanato.

Ele lhe contou um pouco mais sobre como era ser um feiticeiro, fez novos truques com a luzinha, transformando-a de um gato numa vaca e depois num elefante e até mesmo num dragão.

Ele contou que podia criar Portais que o levavam para qualquer lugar do mundo em questão de segundos, e também lhe mostrou que podia invocar coisas de algum outro lugar direto para suas mãos.

Alec quase caiu pra trás quando um balde de pipoca apareceu do nada, mas estava ficando cada vez mais fascinado, não só pelos poderes mágicos, mas pelo próprio Magnus.

Ele era engraçado, sincero e não o tratava como a "criancinha quebrada" que muitos julgavam.

Quando estava com ele, Alec realmente se sentia bem.

Sentia agora, mais forte do que nunca, uma paz e uma esperança que pensou ter perdido há muito tempo.


****


Era impressionante como os dias de Magnus só ficavam completos quando ia visitar Alec.

Toda noite, quando todos naquele orfanato iam dormir, ele atravessava um Portal e mandava sua bolinha de luz buscar Alec, sentindo uma satisfação inexplicável quando ele aparecia, sempre com suas adoráveis pantufinhas de vaca e seus grandes olhos azuis curiosos.

Em algumas tardes aleatórias, Magnus aparecia para visitar Ragnor ou Catarina, mas aproveitava para espiar o garotinho de longe, quase sempre pela janela do escritório.

Alec era muito fechado no início, mas com o tempo foi se abrindo mais, brincando mais, apesar de continuar caladinho.

Magnus não se aproximava durante o dia porque não queria que Cat ou Ragnor suspeitassem de nada, mas o visitou escondido todas as noites durante os meses seguintes.

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