BE MY VOICE

27- When you're ready

Nota da autora: Pessoinhas do meu coração! Na versão original dessa história que eu escrevi sei lá há quantos anos, esses últimos capítulos (semana que vem termina) foram só flashbacks sem contexto específico, então agora eu estou tentando dar um rumo melhor pra eles :) mas esse capítulo aqui é longo e 99% flashback mesmo.

~

Depois que o evento traumático de Jace passou, Catarina sugeriu irem para o shopping naquela tarde de sábado para passear, comer e ir no cinema.

Ela foi dirigindo, com Jace no banco do carona e Magnus e Alec no banco de trás.

O percurso demoraria cerca de meia hora, dependendo do trânsito, e enquanto Jace ligava o rádio numa música que ele fez questão de cantar alto, Alec se aconchegou sob o braço de Magnus e ficou encarando a movimentação pela janela, perdido nas lembranças que invadiam seus pensamentos com cada vez mais frequência.

Na primeira semana vivendo na cidade nova, na casa nova, Alec tinha basicamente passado 70% do seu tempo na biblioteca com Magnus.

Mas então passou o Natal, passou o ano novo, passou janeiro e fevereiro todo, e agora era hora de começar sua rotina numa nova escola.

Jace estava tão empolgado que acordou cedo naquela segunda-feira, mesmo que a aula fosse durante a tarde, e sentou na ilha da cozinha, batendo com os talheres no mármore até conseguir seu café da manhã.

Catarina já estava lá, diante do fogão preparando tudo, e ria discretamente da empolgação do seu protegido.

- Eu realmente achei que teria que jogar um balde de água fria pra você sair da cama. - Ela murmurou.

- Amanhã e o resto do ano você provavelmente vai ter que fazer isso. - Jace respondeu com seu jeitinho sapeca. - Mas hoje é o primeiro dia de aula e eu quero conhecer a galera. Deve ter um monte de gatinhas por lá.

- Jace! - Catarina exclamou e apontou a espátula pra ele. - Que história é essa de gatinhas? Você é uma criança.

- Eu tenho quase 10 anos.

- Exatamente o que eu disse. Uma criança. E até completar 18, as únicas gatinhas que você tem permissão para chegar perto são as felinas de quatro patas.

- Isso não é justo, sabia? - O loirinho argumentou. - Eu sou bonito demais pra ter que esperar tanto tempo. As meninas não vão aguentar esperar também.

- Você é um pestinha muito convencido, isso sim. - Cat disse forçando um tom irritado, mas nem com todo o esforço do mundo ela deixava escondido o enorme carinho que sentia por suas crianças. - Agora se aquiete aí que o café está quase pronto.

Jace bufou indignado, mas ficou em silêncio esperando ser servido.

Poucos minutos depois Alec entrou na cozinha, ainda coçando os olhinhos sonolentos e murmurou um bom dia antes de se sentar ao lado do irmão.

- Está ansioso para o primeiro dia de aula? - Catarina perguntou.

- Acho que sim. - Alec disse, mas não teve certeza se soou convincente porque estava ocupado demais encarando a porta onde Magnus surgiria a qualquer momento.

- O que te preocupa, querido?

- Não sei. Só acho que não sou muito bom em fazer amigos.