CAPÍTULO 3

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A primeira coisa que faço ao retornar para o carro é abrir o porta malas, talvez tenha alguma coisa para secar a Maria Luiza. Encontro uma caixa de primeiros socorros, uma caixa de ferramentas e uma mochila. Abro a mochila, encontro uma toalha de piquenique, copos descartáveis, guardanapos e talheres de plástico. Me lembro que o ultimo evento de locação desse veículo foi para uma festa de piquenique. Pego a toalha e verifico se é mácia o suficiente para ser usado no corpo. Não é o tecido mais macio que existe, mas é bom suficiente para o momento. Fecho o porta malas, verifico meu celular e percebo que tem muitas mensagens e chamadas não atendidas, isso porque normalmente deixo no silêncioso quando presto serviço. Todas as chamadas são da minha secretária e decido retornar a ligação para saber qual o problema.

- Jorge, o que está acontecendo? Recebemos muitas ligações dos familiares da noiva que tinha que buscar, disseram que vocês sumiram.

- O que eles disseram?

- Disseram que vocês passaram várias vezes na porta da igreja e depois desapareceram.

- Noiva fugitiva!

- O que?

- Ela desistiu e me fez dirigir para cumprir o contrato.

- Dirigir pra onde?

Não quero contar onde estou, não saberia como explicar que fui além do contrato para realizar um desejo de uma MALUCA.

- Vários lugares, ela não quer voltar pra casa, muito menos falar com alguém. Avise os familiares que a Srta. Maria Luiza está bem, mas precisa de um tempo para refletir.

- Não vão aceitar muito bem isso.

- Amanhã eles se resolvem, hoje ela realmente precisa de um tempo.

- Sabe que vamos ter problemas, certo?

- Por quê?

- É uma família com condições, que pode muito bem nos culpar por esse incidente.

- Que culpem, não me importo! Amanhã cedo conversamos melhor, preciso voltar ao trabalho.

- O contrato cobre até meia noite, já passou do seu horário.

- Estou estendendo um pouco, devido ao imprevisto.

- Está bem! Tome cuidado!

- Tomarei! Boa noite!

- Boa noite!

Desligo, pego no carro meu paletó e volto para a praia olhando a lua cheia. Vejo Maria Luiza me esperando, usando seu vestido para cobrir a frente do corpo. Está tremendo muito, mas tem um sorriso feliz estampado no rosto.

- Encontrei uma toalha de piquenique para que possa se secar.

Aviso e paro em sua frente. Enfio o paletó embaixo do meu braço e abro a toalha. Jogo atrás de seu corpo e isso faz com que fiquemos bem próximos. O vestido cai em nossos pés, ela puxa a toalha, se enrola nela e tenta se esquentar. Vou para trás de seu corpo, tiro seu cabelo preso entre seu corpo e toalha, ele é enorme. Aperto para extrair o máximo de água que consigo.

- Costuma fazer isso com a sua namorada?

- Fazer o quê?

Indago sem entender a pergunta, soltando seu cabelo.

- Você está tirando o excesso de água do meu cabelo com muita habilidade, fez parecer que faz isso sempre e com alguém intimo.

- Tenho uma sobrinha de dez anos, minha irmã é mãe solo, nunca teve ajuda do infeliz do pai. Fui responsável pelo banho da Beatriz até ela completar sete anos, decidir que já era mocinha e meninos não podiam mais olha-la pelada.

FUGINDO COM UMA NOIVA MUITO LOUCAOnde histórias criam vida. Descubra agora