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Louis não compreendia como aquilo era possível, mas nos últimos dias descobrira que a difícil sensação de passar o cio sozinho e apenas pensando no ômega quase igualava-se em agonia ao sentimento de pensar no ômega no cio. A distância entre eles era um martírio.

Os gemidos do ômega extasiado na quentura do cio ainda ecoavam nos pensamentos do alfa mesmo quando esse estava quase do outro lado da cidade, devaneando sobre o cacheado e amaldiçoando os próprios pensamentos, que o provocavam com uma imagem que não poderia alcançar naquele momento – uma imagem que jamais vira fora de fantasias.

Tais fantasias luxuriosas estavam reservadas principalmente para o período noturno, sonhando com o ômega naquele estado de excitação incontrolável devido ao cio e imaginando como o cacheado estaria enquanto se perdia em grunhidos sôfregos. O menor não conseguia tirá-lo da cabeça por um instante sequer, deixando-o ansioso pelo momento em que poderia voltar para o apartamento e farejar novamente o aroma que tanto adorava.

Portanto, quando recebeu uma breve mensagem de Niall avisando que poderia voltar para o apartamento assim que desejasse, ele nem ao menos questionou como o beta descobrira seu número, apenas explicou a situação aos anfitriões da casa com milhares de agradecimentos pela hospedagem repentina antes de retornar para junto do cacheado. Tomlinson também deveria agradecer ao beta posteriormente, reconhecendo que fora a melhor companhia possível para o ômega naqueles últimos dias de agonia – pois não havia pessoa mais leal do que o beta que se arriscara contra um alfa para cuidar do melhor amigo.

Louis apenas esperava que não houvesse arruinado a primeira impressão sobre ele e que eles pudessem recomeçar noutro momento...

Mas a única coisa que importava quando retornou ao apartamento era o cheiro do cacheado, aquilo era tudo que ele conseguia pensar e perceber, com o aroma preenchendo o ambiente e embriagando os seus sentidos.

O mais velho fareja o maravilhoso aroma que o deleitava em recente paixão, sendo atraído instintivamente ao quarto do ômega, onde o cheiro se intensificava, encontrando a porta entreaberta e com marcas que aparentemente fizera durante as horas de agonia diante dela, embora não lembrasse de ter agido de modo tão selvagem. Ele percebe que o cacheado estava murmurando algo dentro do quarto, conseguindo ouvir a conversa preguiçosa, mas apenas compreendendo quando se aproxima mais:

- Ele não me quis – Harry murmurava com a voz ligeiramente embargada, embora também sonolenta e ligeiramente mais rouca, numa combinação que enviava arrepios à coluna do alfa mesmo que inconscientemente, já que o ômega não sabia que esse o ouvia.

- Não fale bobagens – há certa impaciência na resposta em sotaque irlandês, o que sugere que aquele assunto já se estendia, embora ainda exista uma certa diversão em sua voz.

- Mas eu estou falando seríssimo! – o cacheado murmura manhoso e solta um choramingo, os pensamentos ainda nublados pelos instintos quando se recupera daquele cio que o deixara tão sentimental e sensível, além de estar fisicamente exausto após os acontecimentos árduos dos últimos dias passados no quarto. – Eu chamei por ele e mesmo assim ele não veio... Se ele me quisesse como ômega, teria passado o cio comigo... Ele teria...

- Você não sabe o que está dizendo, H – Niall interrompe os lamentos do amigo, afagando as madeixas cacheada ainda úmidas pelo banho recente. – Você deveria dormir um pouco.

- Obrigado por cuidar de mim – ele agradece timidamente.

- Você faria o mesmo por mim – o beta sorri pequeno, deixando seu lugar ao lado do cacheado quando esse se entrega ao cansaço e finalmente adormece.

ᴍʏ ʀᴏᴏᴍᴍᴀᴛᴇ ɪꜱ ᴀɴ ᴀʟᴘʜᴀ • ʟᴀʀʀʏOnde as histórias ganham vida. Descobre agora