Idiota

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O clima na sala era tenso. Mais uma vez a tailandesa se encontrava na casa da, finalmente, namorada. Esperavam juntas o pai da mais velha descer do quarto para assumir a relação.

Sentavam lado a lado, mantendo firme o aperto das mãos delicadas. No sofá próximo estavam Taeyeon e Joohyun, duas que já sabiam perfeitamente do que se tratava a conversa a seguir. A mãe da mais velha não conseguiu manter o segredo do que viu pela janela àquela noite, não julguem muito, por favor, ela queria apenas compartilhar a novidade e seus pensamentos sobre o assunto. Ninguém melhor que a primogênita, essa que reagiu tão animada quanto a mãe.

Sempre que Miyeon e Minnie saiam juntas, ou apenas ficavam no quarto "matando tempo", Joohyun jogava indiretas para a caçula que apenas encarava a irmã como se fosse um alien.

Em um desses dias que ficavam em casa, Taeyeon acabou pegando as duas numa proximidade muito íntima para duas amigas/colegas de trabalho.

A filha quase infartou pelo susto. Minnie, mesmo vermelha de vergonha, tentou explicar a situação. A mulher tranquilizou as jovens desesperadas, conversando abertamente sobre a situação, deixando claro que tinham o apoio total da mais velha. Taeyeon já havia tido várias experiências naquela mesma idade, sabia que era uma época de descobertas, não iria privar a filha de viver a própria vida da maneira que gostasse.

Em contrapartida, Joohyun passou a chamar a tailandesa de "cunhadinha", carinhosamente claro. O apelido foi usado como vingança quando Seulgi apareceu na vida da garota, fazendo-a assumir sua bisexualidade.

Voltando ao momento inicial...

- O que queriam conversar? Por que estão tão quietas? - As quatro mulheres se entreolharam com a fala do homem, até Miyeon tomar a frente e se pronunciar.

- Eu tenho algo importante para te contar pai.

- Então fale filha. - Ainda confuso, o homem se sentou ao lado da esposa.

A garota precisou respirar fundo várias vezes para finalmente poder iniciar a conversa de forma clara.

- Estou namorando... - Iniciou insegura.

- É sério?! - A surpresa estampava seu rosto ao olhar da filha para a esposa que assentiram simultaneamente.

Nem Freud explica porque o homem não se questionou antes da presença de Minnie na sala, entretanto a jovem tailandesa agradecia por isso, momentaneamente.

- Que ótimo então! - Sorriu abobado. - Traga o rapaz para almoçar no fim de semana, vou adorar conhecê-lo.

Miyeon, naquele momento, apertou forte as mãos da namorada, chegando a esbranquiçar as pontas dos dedos. Prova de seu nervosismo intenso. Quando recebeu um afago carinhoso nas costas, voltou a erguer a cabeça.

A paz tão bem querida pela tailandesa logo acabou quando o homem fez o seguinte questionamento:

- Sem querer ser indelicado, ou algo do tipo, mas... o que você está fazendo aqui? Esse não deveria ser um momento em família? - O questionamento era direcionado a Minnie dessa vez.

Já dava pra perceber que o homem não ia muito com a cara da outra e, sinceramente, era um sentimento recíproco.

- Estou apenas demonstrando meu apoio, Miyeon é importante para mim.

- Por que precisaria de tanto apoio? - Logo a confusão retornou a face alheia.

- É que tem mais um detalhe. - A filha voltou a se pronunciar, o mais velho apenas assentiu indicando que a filha continuasse. - Bem... É... Não é um garoto.

Já te amei? - 2miWhere stories live. Discover now