A metamorfose do amor

316 58 164
                                    

Mahara dormia com tamanha paz que parecia estar sobre uma nuvem. Seus sonhos eram preenchidos por um par de olhos verdes e a lembrança dos dois beijos com um certo conde. O sonho era tão real que ela quase podia sentir os toques das mãos dele em seu rosto e cabelo. Tudo parecia bem até que, no sonho, ela viu sinos de igreja e um buquê de casamento e então, felizmente, ela foi acordada pelos berros de Andrew.

Mahara abrira os olhos abruptamente. O dia estava tingido de branco. O chão, as árvores, o céu e, em questão de dois segundos, Andrew também estava.

O duque gritava o nome de Bruce aos arredores até sua esposa se estressar, formar uma bola de neve com as mãos e jogar no marido, o que não dera certo, pois acertara em um árvore próxima a ele. Porém, como tudo parecia conspirar a favor da duquesa naquela manhã, a árvore era fina o suficiente para se agitar com o impacto da bola, jogando toda a neve acumulada nela diretamente em cima de Andrew que, por sua vez, gritou de frio e olhou para Cecília com um olhar revoltado enquanto ela o olhava com um sorriso que era a mais pura definição de satisfação.

Mahara queria ter a moral de dizer que ao menos tentara ficar séria em respeito ao duque, mas ela não queria enganar ninguém. No instante em que um amontoado de neve caíra sobre Andrew como se estivesse se encaixando nele, Mahara rira como nunca.

Cecília olhou para trás quando ouvira a risada dela e sorriu instantaneamente, era a primeira vez que via Mahara rindo daquele jeito. Andrew se aproximou da esposa enquanto sacudia o cabelo tentando tirar a neve.

- Bruce ficará com raiva de mim quando souber que eu a fiz rir assim antes dele. - Sussurrou Andrew.

Cecília não se deu ao trabalho de olhar para o marido, apenas esticou o braço e beliscou a bochecha dele, apertando-a entre os dedos até ficar avermelhada.

- Fui eu que a fiz rir assim. - Rebateu.

- Vai dizer que acertou a árvore de propósito? - Andrew ergueu uma sobrancelha.

- Obviamente, foi tudo planejado. - Mentiu descaradamente.

Antes que Andrew pudesse responder, Mahara parou de rir e olhou ao redor de forma frenética com a palidez tomando conta de seu rosto aos poucos.

- Onde Dinesh está?

Andrew e Cecília se entreolharam.

- Por isso Andrew estava gritando feito um corvo agitado. - Cecília soltou a bochecha do marido - Bruce e Dinesh sumiram.

Mahara se levantou no mesmo momento, mal escutando o que o duque dizia.

- Onde aquele idiota foi sem nos avisar? - Andrew continuou a olhar aos arredores - E ainda por cima levando o irmão de Mahara.

Se Bruce estava com Dinesh então Mahara ficava um pouco mais tranquila, mas a grande questão era: Onde eles estavam?

Doug, que também estava procurando pelos arredores, apareceu e tocou um dos ombros de Mahara, chamando sua atenção.

- Nós vamos achá-los. - Tentou tranquilizá-la.

Mahara o encarou e, quando percebeu, sua mão já estava no rosto dele, tirando uma mecha de cabelo de seu olho. Não podia evitar, Doug a fazia lembrar de Dinesh.

Se os dois estavam juntos, Bruce o protegeria.

No instante que Andrew dera um passo a frente para entrar na mata e procurar por eles, um barulho alto de cavalos foi ouvido. O duque recuou no mesmo instante e segurou a mão da esposa, Doug também fez o mesmo com Mahara e os quatro correram para dentro da mata.

Andrew e Cecília se esconderam atrás de uma árvore grossa, Mahara tomou a frente e levou Doug para um arbusto cheio de neve, ambos se agacharam juntos atrás dele e fizeram silêncio.

O Conde SequestradoOnde histórias criam vida. Descubra agora