Capítulo 14

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Isaac

     Saí da minha sala faltando cinco minutos para o expediente acabar. Como todas as cortinas do meu escritório estavam fechadas hoje, eu ainda não tinha visto Katherine desde... Bom, desde que nos beijamos pela manhã.

      Mas quando segui caminho para a mesa dela, a única pessoa que vi foi Jake saindo de sua própria sala. Franzi as sobrancelhas. Onde ela estava?

      Quando cheguei até sua mesa, no mesmo momento que Jake, vi que já estava vazia e limpa. Ela já tinha ido embora. Jake soltou um risinho e levantei meus olhos para ele.

      — Qual a graça? —  perguntei, enquanto caminhava até o elevador.

     — Eu não consegui falar com ela desde manhã também - falou,- Sério, eu tenho certeza que estava fugindo de mim. Quando ela via que eu tinha levantado da minha mesa, ela corria para ao banheiro, ou para a cozinha, ou sei lá para onde mais. — riu de novo. Bom, estava explicado o sumiço.

     Bufei. Como se ela fosse conseguir escapar de Jake. Eu tento isso faz vinte e três anos.

     Entramos no elevador juntos e eu peguei meu celular para mandar uma mensagem para Katherine.

      Eu: "Estou indo. Já está em casa?"

      Fiquei encarando a mensagem até o elevador chegar no andar do estacionamento. Saí, ainda com o celular na mão e aguardando a mensagem dela. Ela não me respondia. Franzi a sobrancelhas e guardei o telefone no bolso.

     — Que cara é essa, bebê? — perguntou Jake, observando minha expressão. Ele havia estacionado sua moto substituta ao lado do meu carro. Se sentou no banco e segurou o capacete entre suas pernas, em cima do tanque, aguardando minha resposta.

     — Não é nada, esquece. —  murmurei, pegando a chave do meu carro e o destravando. Jake abriu a boca para insistir, provavelmente, mas o toque do meu celular o interrompeu.

       O peguei e o nome "Kit" apareceu brilhando na tela.
      — Alô? — atendi. Jake ainda me olhava, com os olhos estreitos pela minha resposta vaga.

      — Oi! Estou fazendo o jantar com o meu irmão. Você por acaso é alérgico à alguma coisa? — perguntou. Podia ouvir o barulho de coisas sendo movidas.

      — Hãn... não. Acho que não. — respondi, contendo um sorriso.

     — Que bom, então. Você já está vindo? — ela não tinha visto minha mensagem então. Sorri.

      — Sim, estou indo. —  olhei para Jake e ele estava sorrindo sugestivamente, sabendo com quem eu estava falando. Mostrei o dedo do meio para ele.

     — Tudo bem, manda uma mensagem quando chegar. Até mais.

    — Até. —em seguida desliguei a chamada e guardei meu celular de novo.

        — Está indo endurecer os laços da amizade? — perguntou Jake, colocando seu capacete enquanto eu abria a porta do carro.

       — Pare com as piadas de duplos sentidos, pelo amor de Deus — falei e me sentei atrás do volante. Liguei o carro e Jake guiou a moto até ao lado da porta do motorista.

      —Não consigo. Sai naturalmente. —falou, sua voz abafada pelo vidro do seu capacete. Estava parecendo um mafioso com um terno preto, moto preta e capacete preto. Eu tinha quase certeza que não existia outras cores no guarda roupa dele. - Pelo menos, agora eu sei porque você estava emburrado. Uma ligação da nossa magnífica secretária e seu sorriso surge brilhando como o sol da manhã.

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