"Só um filme", prometeu.

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Pov. Pedro.
Quando aquelas palavras duras saíram da boca sedutora da esquentadinha meu mundo caiu, por alguma razão me senti frustado. Que dor terrível! Nem com 12 anos passei por isso. Eu podia jurar de pés juntos que ela lembrava, mas não, pelo menos ela diz que não. Como eu queria a verdade, mas se a verdade fosse essa mesma com certeza os poemas e as músicas não seriam o suficiente pra desabafar.
Durante todo o resto de sábado e domingo meus pensamentos e escrita rodavam em volta da Karina, tentei esquecer quando peguei minha moto e fui pra cabo frio. Uma cidade meio longe da capital mas que vale a pena toda a gasolina gasta.
Toca o telefone.
- alô.
- eaí filhão? - ouvir a voz do meu pai acalmou minha mente. - bateu saudades e resolvi ligar, está tudo bem?
- poderia estar melhor - desabafei sem pensar. - mas olhar o por do sol de cabo frio é gratificante.
- que beleza. Pedroso, sinto pela sua voz que nem esse por do sol vai te ajudar. Eu te conheço...
- eu to na bad porque...quer saber!? Nem sei bem a causa. Talvez uma gata difícil complicou minha situação.
- você? Apaixonado. - meu pai gargalhou. - achei que fosse romântico só no papel.
- não to apaixonado! Só meio...esquisito, acho que ela me magoou um pouco.
- querido, se uma coisa que dói mais que ser magoado é magoar alguém que gosta, e duvido muito que ela não goste de você. - e lá vem as palavras sabias do meu velho, as vezes acredito que decidi fazer letras devido á essas palavras que vinham dele, palavras de tudo quanto é jeito. Sao simplesmente palavras em frases complexadas da vida confusa.
- não sei não, ela não faz o tipo que demonstra sentimentos.
- e você faz? - meu pai também curte patadas irônicas. - deixa de ser trouxa e faz ela dizer tudo falando o que você sente.
- ja pensei nisso.
- então deixa de pensar e faz! Duvido que aquela sua vizinha resista. - como sempre, um pai esperto.
- coroa?!?! Que ousadia a sua em achar isso! - indaguei sorrindo.
- acho não, tenho certeza! Eu lembro do jeito que você olhava pra ela. Acorda muleke!
- pode deixar...- suspirei entusiasmado.
***
Voltei pro rio na maior pressa, provavelmente levei umas 4 multas por excesso de velocidade mas depois mando pro meu pai dizendo que o incentivo caro foi dele.
Cheguei afobado na porta do meu apê quando pensei que desculpa daria para falar com ela. Senti as chaves na minha mão, olhei, e a devolvi pro bolso.
Bom, pelo horário, 8:30 de domingo ela deve estar voltando da padaria com muita pipoca, amendoins e biscoitos recheados, o preferido dela é negresco. Provável que esteja usando seu moletom azul marinho da gap, meio desbotado mas com certeza confortável, seu shorts jeans rasgado e uma alpagarta pra variar. Depois de todos esses detalhes que me fazia sorrir pensei em como isso é escroto, sério mesmo, preciso parar com essa mania impulsiva em relação a esquentadinha.
Chegou ela, totalmente ao contrário do que pensei. Karina estava com roupa de treino, e puta que pariu, descobri que prefiro ela de top e suadinha. Porém ela não deve estar tão bem. A lutadora só treina extra quando tem campeonato ou está puta da vida.
- oi...- comprimentei meio tímido, o que é raro.
-oi...- a lutadora do 94 respondeu um pouco surpresa e cansada. - aconteceu alguma coisa? você sumiu.
Pela primeira vez na minha vida eu não sabia o que responder para "me dar bem" , somente disse a verdade. - é...eu dei uns perdidos por cabo frio. Estava precisando pensar. - vamos Pedro! Prossiga porra! - além do mais...perdi minhas chaves.
- nossa..que chato e que coincidência. Nem sei como te ajudar.
Mas eu sei! Concentra Pedro!
- hoje é domingo então nada de chaveiros, e bem, queria apelar pra sua piedade. - sorri por dois motivos: primeiro respirei aliviado por conseguir falar depois de tudo, segundo, Os olhos dela brilhavam, sem motivo.
- aproveita que hoje eu to bem. - mas a melhor parte foi que ela sorriu de volta. - mas ó, só um filme no netflix.
- pode deixar, minhas mãos vão ficar no bolso.
***
Pov. narradora.
Pedro gritava por dentro, afinal conseguiu o que queria, a atenção da sua vizinha mesmo por mínima que fosse.
Karina estava confusa. Feliz por ele ter voltado, falado com ela e por aquele pedaço de mal caminho entrar no seu apartamento. Porém furiosa por ele ter fugido, mesmo que a culpa seja dela.
- eaí? Qual filme? - Karina perguntou enquanto ambos se acomodaram no sofá confortavelmente, um contra o outro.
- aventura com certeza! - disse Pedro.
- afe assisti um ontem. - ela bufou. - topa um terror básico? Adoro Anabelle!
- nem fudendo! Odeio filme de terror, eles me matam de susto. Bora pra um capitão América?
A lutadora riu da situação enquanto comia os seus amados amendoins açucarados, pois até nisso eles brigavam.
- amo todos os heróis, menos esse! Pra mim ele é um típico estereótipo americano nacionalista que vira picolé.
- isso foi um puta de um insulto esquentadinha. -Pedro também se divertia. - só restou comédia e romance...
Ambos se olharam pensando:
- se beber não case! - disseram juntos.
***
A trilogia de se beber não case é tipo aqueles filmes que por mais que você assista 300 vezes é impossível deixar de rir. Pedro iria a loucura só de ouvir a risada da esquentadinha, já Karina olhava aquele sorriso com desejo.
- eu acho k, que você é tipo o stu.
- por quê? Não sou dentista.
- não mesmo, só é certinha de dia mas vira um capiroto a noite. - Pedro riu como sempre faz quando irrita sua vizinha.
- a cala boca idiota,melhor do que ser tarado compulsivo igual o Allan.
- não me acho gordo drogado. Prefiro ser como o phill. - ele olhou para Karina. - o gato da turma. - soltou uma piscadinha seguida daquele seu sorriso.
- nada haver! - ela se virou ficando vermelhinha nas bochechas.
- a qual é esquentadinha? Sou gordo por acaso? - para o guitarrista era hora de provocar, levantou sua camisa até o tórax exibindo o abdômen levemente trincado.
- até que não, mas é bem exibido. - Como k lutava, ela já tinha visto dezenas de homens 20 vezes mais malhado que Pedro, mas aquele corpo era diferente, ele tinha uma atração. Possuía seu charme.
- mas você gosta. - o morador do 96 se inclinou até a lutadora.
- prefiro outros critérios. - seus narizes estavam á míseros centímetros um do outro.
- aposto que preencho todos eles.
- só que não, humildade é uns dos primeiros.
- e beijar bem vem logo depois. - Pedro atacou literalmente os lábios da esquentadinha que a envolveu com sua língua quente, braços que levavam-na para mais perto do seu corpo e pernas que Karina logo cedeu ao subir em seu colo.
Pov. Pedro.
Não resisti. Isso com certeza descreve o momento que finalizei com um beijo.
Senti saudades daquela boca sedutora, aquela sedução que ela nem imagina que tem. O que deixa Karina mais atraente. Aquela falsa inocência.
No começo percebi que ela se espantou. Percebi também um leve gosto de amendoim o que me levou a pensar...
Pensar no que mesmo? Meus pensamentos foram suprimidos pela língua de karina se envolvendo na minha, as mãos envolta dos meu cabelos que também escorregava pelo meu pescoço,seu corpo no meu colo cruzando as pernas nas minhas costas.
Pov. Karina.
Quando eu achei que Pedro fosse me irritar novamente, ele me beijou.
Me beijou melhor que da última vez, foi tão bom que acabei cedendo os meus lábios, meu braços em volta do seu pescoço e pernas que logo se envolveram na cintura dele.
Que cara mais quente, eu só pensava nisso.
Quando nossas bocas se cessaram e nossos pulmões buscaram fôlego ele me encarou:
- lembrou agora? - perguntou ofegante.
- eu nunca esqueci. - e a verdade escorregou de mim.
Um desejo incontrolável crescia, com certeza já estava excitada com um novo beijo, descontrolada, tanto que nem relutei quando aquelas mãos foram pra dentro da minha blusa que logo foi tirada. Se bem que a dele também não permaneceu por muito tempo, eu arranhava costas o atraindo mais, agora posto seu corpo em cima do meu.
Sem interromper por um segundo, meu shorts se perdeu nos meios dos amassos. Sim, estou de lingerie com meu vizinho. De novo.
Pov. pedro.
Estava louco por cada toque daquela pele na minha, eu já estava esperando um chute ou algo do tipo que fizesse eu parar, mas não, Karina se envolvia cade vez mais.
Quando tirei aquele moletom dela a visão não poderia ser melhor, mas nada que eu não tenha vista sexta passada. Porém continua com o corpo perfeito, a lutadora sabe como se cuidar. Na verdade ela nem parece uma lutadora, tão pequena e tão gostosa na medida certa. eu ansiava por ela.
Comecei á dar beijos sobre seu pescoço, sugadas e leves lambidas. Eu já estava duro, logo comecei a roçar nossas partes uma na outra, o que fez Karina gemer baixo no meu ouvido. Ela queria tanto quanto eu. Apertei forte sua bunda contra mim (finalmente, um sonho meu se concretiza).
Desci minhas carícias aos seus seios deliciosos, logo depois á sua barriga chapadinha, e assim veio sua virilha e coxas.
Quando estava prestes a tirar suas últimas peças, minha língua começou a formigar e garganta ficar quente. Uma sensação que atrapalhou tudo, era horrível. Meus lábios dormentes não conseguiam chupar mais nada.
Parei um pouco, assustado. Olhei pra Karina que retribuiu desentendida.
São sintomas que sinto quando como algo que me dá alergia. Mas eu não comi nada que...
- amendoim - exclamei colocando minha mão sobre minha garganta.
Pov. Karina.
Eu precisava parar. Nós precisávamos parar, mas as únicas palavras que saíam da minha boca eram gemidos que eu tentava conter.
Pedro estava me dando sensações que á muito tempo não sentia, uma adrenalina e excitação que pouquíssimos haviam me dado. Quando ele começou a dar chupões no meu pescoço, fechei os olhos para sentir melhor.
Ele começou a descer com sua boca carnuda e língua para meus seios e roçou aquele membro em mim e apertando minha bunda, impossível não gemer. Eu queria tanto quanto ele.
Mas o que realmente me deixou molhada foi seus lábios se encaminhando para mais em baixo, na região da virilha e coxas. Que loucura eu estava me metendo e que delícia.
Eu já estava pedindo pra ele continuar. Foi quando ele parou e me olhou assustado.
Não entendi o que estava acontecendo, será que fiz algo errado?
- amendoim - exclamou ele.
Com a pouca luz que vinha da tevê ligada nos créditos do filme vi aqueles lábios incharem e Pedro ficar vermelho. Ele estava tendo uma reação alérgica com o meu beijo.
Pov. narrador.
Pedro estava desesperado levantou do sofá e foi se vestir enquanto podia. O guitarrista era muito alérgico a amendoim, uma vez que comeu por acidente quando tinha 5 anos quase morreu sem poder respirar. Mas dessa vez ele esperava que não fosse acontecer assim de novo, já que beijou uma pessoa que tinha comido amendoim, mesmo assim precisava correr pro hospital.
- K, me leva pro hospital agora!
Karina estava desesperada, sem saber o que fazer, o seu vizinho não parava de tossir e avermelhar de acordo com que inchava.
Quando Pedro se levantou desesperado, K viu que ele ainda estava duro, o que fez ela sorrir e pensar que ainda é capaz de ser desejada por alguém.
" volta Karina!!!" Pensou indo se vestir e correndo pro hospital da região.
Pov. Karina.
- Pedro, pelo amor de Deus! Não morre, não quando eu estiver por perto. - meu coração estava na boca.
- a gente está chegando? - Pedro tossia com os lábios inchados.- eu tenho poucos minutos antes da minha garganta fechar. - ele já respirava com muita dificuldade.
- então cala a boca e guarda oxigênio pra você! - juro por tudo que estava prestes a ter um ataque cardíaco. - dá pra ir mais rápido querido! Ele não está sem respirar caralho!
- estou fazendo o que posso, senhorita. - disse o taxista. - o seu namorado vai chegar a tempo.
- ele não é meu namo... Ahhh esquece!
- você devia ter pegado minha moto Karina.
- não com você desse jeito! Vamo bora meu filho!
***
Ao chegar no hospital Pedro se sentou pois não podia fazer muito esforço, e eu corri pra recepção.
- moça, é uma emergencia meu...Pedro está tendo uma reação alérgica! - disse eu desesperada.
- o que ele comeu minha senhora? - nem olhar pra mim a enfermeira idiota olhou.
- ele não comeu, ele me beijou e eu comi amendoim. Ele é alérgico á amendoim!
- espera...ele é alérgico ao seu beijo?
- o anta, ele é alérgico á amendoim! Chama um médico logo, olha o estado dele.
- emergência na recepção 2! - a antinha disse no microfone, logo em seguida apareceu alguém para socorrer Pedro.
- finalmente! - exclamei indo em direção a ele e aos paramédicos.
- só um minuto moça, você precisa preencher a ficha dele. Preciso saber do que realmente ele é alérgico.
- dai- me paciência bom jesus! Eu já disse que ele é alérgico á amendoim que eu comi.
- mas você comeu o amendoim antes ou depois?
- puta merda em querida?! Hoje está difícil. Ele me beijou depois de eu comer amendoim! No qual ele é alérgico.
- ahhhhh - a anta exclamou compreendendo. - mas a senhora não sabia que seu namorado era alérgico?
- Ele não é meu namorado! - eu podia sentir meu rosto ficar vermelho de raiva. - ele é meu vizinho!
- a senhorita beijou seu vizinho?
- quer saber? Vai catar coquinho na puta que te pariu! - desabafei e fui me sentar esperando notícias de Pedro.

Aquele vizinhoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon