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Youngro apertou o colar com um pequeno pingente de pomba entre os dedos

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Youngro apertou o colar com um pequeno pingente de pomba entre os dedos.

Depois de ajudar a Senhora Oh, ela notou que mais agentes da SWAT — que deveriam estar protegendo todos — invadiram o local, prontos para atirar a quem estivesse em sua frente.

Ela podia ver a frieza em seus olhos.

Era assustador o que o dinheiro podia fazer com as pessoas. Eles miravam suas armas, olhavam diretamente para os olhos da vítima, e quando pensavam em hesitar, imaginavam seus bolsos cheios de dinheiro. Então atiravam sem qualquer remorso.

A universitária expulsou quaisquer pensamentos que ocupavam sua cabeça, cada segundo contava.

Ela precisaria distraí-los se quisesse ganhar tempo para que os reféns pudessem sair em segurança.

A esse ponto, ela não tinha nada a perder. Afinal, o que a aguardava lá fora?

Sua mãe e seu irmão estavam mortos. Suas amigas, as quais ela valorizava tanto, sequer olhavam em seu rosto. O homem que amava teve que deixá-la para garantir a segurança de sua própria família e amigos. Seu pai...bem, ele parecia não se importar em tirar a vida de várias garotas inocentes devido a um jogo doentio por poder.

A garota não sabia até quando suportaria chamá-lo de pai.

Ela nunca se sentiu tão perdida e sozinha como agora. E, apesar de não se arrepender do que tinha feito até que a situação chegasse a esse estado, se sentia culpada. Por isso, fazia questão de garantir a segurança dos reféns.

Em meio a tiros e balas, em que ela se escondia e desviava — por vezes gritando para atraí-los em sua direção — ela o avistou.

Como o flash que as câmeras emitiam no momento em que o som do click podia ser ouvido, e a foto tirada, ele passou por ela. Agarrando-a e puxando-a para longe dali, colocando seu corpo em frente ao dela durante todo o processo.

Youngro piscou os olhos, surpresa ao reconhecer o corpo em sua frente. Um simples toque era suficiente para ela reconhecê-lo. A garota se perguntou, por um momento, se era apenas seu cérebro lhe pregando peças.

Somente quando eles conseguiram ficar fora de vista dos agentes da SWAT que ela pode vê-lo ali, por inteiro.

Temendo ser tudo apenas uma alucinação, ela inclinou sua mão até tocar o rosto de Sooho, deixando um leve carinho em sua bochecha. Ele aceitou-o com prazer, encostando sua própria mão na dela.

— Como pode ser tão teimosa? — Era para ser uma repreensão, mas acabou com um tom de brincadeira. Para então, ser substituído por um tom preocupado. — Como você está? — Ele a examinou por completo. — Está machucada?

Ela se limitou a negar com a cabeça, ainda sem acreditar que estava vendo-o bem em sua frente.

O espião a abraçou e beijou seus cabelos. Ela realmente apreciou aquele momento, finalmente deixando-se acreditar que ele estava ali.

Seus olhos se encheram de lágrimas.

Oh, Deus, você realmente está aqui. — Ela fungou. — Por quê? Alguma coisa aconteceu? Os camaradas...

— Estão todos bem, não se preocupe. — Sooho respondeu rapidamente, examinando o redor deles. — Eu só...

A conversa foi interrompida quando eles ouviram algo explodir. Uma parede, para ser mais exata. Agentes SWAT estavam se aproximando deles.

Sooho pegou sua mão e correu, com ela em seu encalço, tentando acompanhar seus passos. Eles foram até a passagem secreta da capela, o tempo era escasso.

Já estamos fora de perigo?
Já estamos fora de perigo?
Já estamos fora de perigo?
Estamos fora de perigo?

Já está tudo resolvido?
Já está tudo resolvido?
Já está tudo resolvido?

Cada segundo contava.

Sooho deu um chute no portão de fuga, para que os dois pudessem sair dali. Do lado de fora, um carro esperava por eles.

Os dois se encararam, surpresos. As engrenagens da cabeça de Im demoraram um pouco pra se movimentar. Lee Kang-moo.

Ele sempre soube que o conhecia de algum lugar. E parece que Lee se lembrava dele também. O norte-coreano adicionou uma nota mental para se lembrar de agradecê-lo por isso mais tarde.

Eles ouviram o ônibus se por em movimento. E Eun Youngro pôde suspirar de alívio, sabendo que todos os reféns haviam conseguido sair dali em segurança.

Os dois, de mãos dadas, encararam o carro.

— Lee Kang-moo. — Sooho explicou. — Te explico melhor depois.

A garota apenas acenou com a cabeça, fazia sentido.

Os dois correram para o carro, a chave já estava em seus devido lugar. Im Sooho ligou-o e passou a dirigir o mais rápido possível.

E quando eles atingiram uma distância suficientemente segura, ela pôde respirar.

Youngro encostou a cabeça no banco e fechou os olhos. Ela se lembrou de quando ele acabou dentro de seu dormitório, pedindo ajuda, sangrando. Os vinte pontos que ela teve que dar em seu ferimento, dentro de seu próprio quarto. Se lembrou de como seus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto ele bebia o café que ela havia preparado, uma promessa de perdão silenciosa entre eles. Quando ela o viu chorar naquele dia, ela chorou também.

Nenhuma outra tristeza no mundo serviria.

Agora seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas desta vez, eram lágrimas de alívio.

Ela sentiu a mão de Sooho entrelaçar a sua. Quando abriu os olhos, ele estava olhando para ela.

As perguntas que costumavam persegui-la desapareceram no momento que em que as respostas para elas mudou.

Já estamos fora de perigo?
Sim, eles já estavam fora de perigo.

Tudo já estava resolvido?
Sim, tudo já estava resolvido.

Bem, não tudo, mas eventualmente iria se resolver. E isso já bastava.

Out of the Woods, Snowdrop Where stories live. Discover now