35. Circo de Horrores

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Ele estava se sentindo mal, porém não era um mal estar que tirava sua paz, e sim o sentimento de traição que torcia suas entranhas e o deixava nauseado. Não tinha mais um amigo e um irmão, tinha inimigos. Pensar nisso doía mais do que gostaria ou poderia admitir. Depois de Charlie ter deixado ele para trás, foi Joey quem o encontrou, antes que ele pudesse ir atrás da amada e lhe deu uma bronca. O diretor, colegas, jornalistas e amigos estavam chateados por seu sumiço no momento mais importante do dia. Derrotado e desagradando a todos, tomou um táxi de volta para o hotel na esperança de encontrar Charlotte e tentar reverter o estrago que fizera.

Tentou passar pela recepção do hotel rapidamente, mas foi chamado pela mulher que estava no balcão. Pensou em ignorar e seguir seu caminho, afinal não tinha o menor propósito se demorar em algo assunto trivial, mas mudou de ideia. Que culpa a pobre mulher tem nisso tudo? Chris e Sebastian que merecem serem tratado como lixo.

— Pois não? — Se aproximou da mulher fazendo o possível para parecer simpático.

Ela sorriu para ele se aprumando em seu uniforme verde e dourado, os olhos dela percorreram seu rosto. Ele notou que ela estava ligeiramente nervosa por ter que falar com ele.

— O senhor tem uma visita, — Ela começou e deu uma pausa. — eu insisti para que ele esperasse aqui, mas ele não aceitou e bom... Está no seu quarto.

—Ele? — Bateu com as pontas dos dedos no balcão de mármore. — Hum... — Ele não ligava para essa visita, só uma pessoa importava naquele instante. —  E Charlotte, ela está com ele?

A mulher ficou o olhar cabisbaixo e hesitou em responder.

— Ela se foi senhor, — A mulher baixou o tom de voz, quase sussurrando. — um pouco antes da sua visitar chegar ela havia pedido um táxi.

Passou uma mão no queixo, já esperava algo assim, mas mesmo já preparado emocionalmente ainda era triste saber que a garota se fora sem sequer deixar que ele se explicasse. Suspirou.

— Tudo bem, — Deu um sorriso amargo. — obrigada por tudo.

Se virou e seguiu para o elevador, não tinha a menor pressa em ver seu visitante possivelmente inconveniente. Só queria um banho e procurar uma forma de reatar seu namoro com a furiosa Charlotte Price.  Repassou os acontecimentos do dia em sua cabeça; de manhã estava tudo bem, foram a premiere, encontrou Sebastian, tudo desabou, agora estava só e muito irritado. Por que ele fez isso comigo?
Ao chegar no quarto encontrou Chris.

— Que demora! — O mais novo se levantou da borda da cama com um sorriso como se nada de mais houvesse acontecido, ainda estava vestido o terno que usou no evento. — Achei que não ia mais chegar, estava ficando cansado.

— O que faz aqui? — Questionou batendo a porta atrás de si com um baque alto. — Está perdido?

Chris balançou a cabeça reprovando seu modo de falar.

— Que rispidez... — Sob os óculos escuros Tom tinha certeza que ele tinha um olhar cheio de divertimento. — Eu que deveria está puto, você levou minha acompanhante pra cama, ou melhor: pro sofá debaixo do meu nariz.

Respirou fundo tentando se segurar para não cometer uma bobagem.

— Mas então, me diz uma coisa. — O mais novo voltou a provocar perante seu silêncio. — A Angie é gostosa?

Se esqueceu dos bons modos e desferiu um soco no rosto do irmão sem qualquer aviso. O óculos escuros voaram para longe enquanto o loiro levava uma mão até o lábio machucado, mas a expressão de surpresa misturada com dor do irmão só durou alguns poucos segundos. Logo o ar de arrogância e alegria voltaram ao rosto do outro.

Os Segredos de TomWhere stories live. Discover now