24. UM IMPASSE

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Meus olhos se abriram para uma luz branca e forte. Eu estava em um quarto desconhecido, um quarto branco. A parede atrás de mim era coberta de persianas verticais; no alto, as luzes brilhantes me cegavam. Eu estava recostado em uma cama dura e desigual - uma cama com grades. Os travesseiros eram achatados e cheios de protuberâncias. Havia um bipe irritante em algum lugar por perto. Esperei que significasse que eu ainda estava vivo. A morte não devia ser tão desconfortável.

Minhas mãos estavam presas a tubos claros e alguma coisa estava colada em meu rosto, sob meu nariz. Ergui a mão para arrancar.

- Não, não pode. - E dedos frios pegaram minha mão.

- Jungkook? - Virei a cabeça devagar e seu rosto extraordinário estava a centímetros do meu, o queixo pousado na beira de meu travesseiro. Percebi novamente que eu estava viva, desta vez com gratidão e alegria. - Ah, Jungkook, eu lamento tanto!

- Shhhh - ele me aquietou. - Agora tudo vai ficar bem.

- O que aconteceu? - Eu não conseguia lembrar com clareza e minha mente se rebelava quando eu tentava.

- Quase cheguei tarde demais. Eu podia ter me atrasado - sussurrou ele, a voz atormentada.

- Eu fui tão idiota, Edward. Pensei que ele estivesse com a minha mãe.

- Ele enganou a nós todos.

- Preciso ligar para Honggi e para mamãe - percebi através da névoa.

- Hoseok ligou para eles. Sunmi está aqui... Bom, aqui no hospital. Ela está pegando alguma coisa para comer agora.

- Ela está aqui? - Tentei me sentar, mas minha cabeça girou mais rápido e a mão dele me empurrou delicadamente para os travesseiros.

- Ela vai voltar logo - prometeu ele. - E você precisa ficar quieto.

- Mas o que vocês disseram a ela? - Entrei em pânico. Eu não estava interessado em ficar quieto. Minha mãe estava aqui e eu me recuperava de um ataque vampiro. - Por que disse a ela que eu estou aqui?

- Você caiu dois lances de escada e atravessou uma vidraça. - Ele parou. - Tem que admitir que isso pode acontecer.

Eu suspirei e isso doeu. Olhei meu corpo sob o lençol, o calombo enorme que era minha perna.

- O que aconteceu comigo? - perguntei.

- Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas rachaduras no crânio, hematomas cobrindo cada centímetro de sua pele e perdeu muito sangue. Eles fizeram algumas transfusões. Eu não gostei... Deixou seu cheiro totalmente errado por algum tempo. - Ele fez um bico.

- Deve ser uma mudança boa para você.

- Não, prefiro o seu cheiro.

- Como você conseguiu? - perguntei em silêncio. Ele entendeu o que eu quis dizer de imediato.

- Não tenho certeza. - Ele desviou o rosto de meus olhos curiosos, erguendo da cama minha mão enrolada em ataduras e segurando delicadamente na dele, com cuidado de não soltar o fio que me conectava a um dos monitores.

Esperei pacientemente pelo resto.

Ele suspirou sem retribuir meu olhar.

- Foi impossível... parar - sussurrou ele. - Impossível. Mas consegui. - Ele finalmente me olhou com um meio sorriso. - Eu devo mesmo amar você.

- Meu gosto não é tão bom quanto meu cheiro? - Eu sorri em resposta. Isso provocou dor em meu rosto.

- É ainda melhor... Melhor do que eu imaginava.

❀° ੦ ↳ *Saga Crepúsculo*.  ೋ ❞Where stories live. Discover now