HAVIAM SE PASSADO quinze dias de tortura. Depois que Rita Skeeter
publicara seu artigo e de Harry sobre o Torneio Tribruxo, que afinal não fora tanto uma notícia sobre o torneio,
mas uma versão da vida de Harry extremamente pitoresca e de como Megan fora beneficiada pelos pais para entrar no torneio.
Para o desgosto da garota, a capa fora
ocupada por uma foto de Megan; a trapaceira.
O quê a irritava era que Harry saia como o sabichão que conseguira ultrapassar as delimitações de Dumbledre, e Megan era uma mera trapaceira beneficiada pelos papaizinhos.
A garota não tinha raiva de Harry, óbvio, pois o mesmo não pensava assim, mas sim a mídia.
O artigo saíra havia dez dias e a ruiva ainda era assaltado por uma ardência de náusea e vergonha no estômago todas as vezes que pensava nele.
O medo do que a aguardava estava começando a penetrar fundo em sua mente. A primeira tarefa se aproximava; tinha a sensação de que o perigo andava ao seu lado vinte e quatro horas por dia. Nunca se sentira tão nervosa;
Megan não comia, mal dormia e não saía. Draco tentara a arrastar para Hogsmeade, mas a mesma sumiu da vista do mesmo em seu espaço secreto, fazendo-o desistir dela.
Neste dia, Megan dançara até sua dor e angústia interior se tornarem dor física. Seus pés latejavam na mesma palpitação de seu coração, que estava bem acelerado. As marcas de suor em sua regata eram marcas de vitória.
À noite, o cansaço a fez ter sono; algo que não tivera a alguns dias.
Megan deitou em sua cama e apagou por completo, mas por pouco tempo. Em vez de ser acordada por um pesadelo tenebroso sobre as hipóteses da primeira prova, fora acordada por algo incomodando seus pés.
Pensou ser a dor pela dança, afinal, dançar com os pés descalços trariam consequências não benéficas, mas eram dores de bico. De bico de coruja.
Edwiges...
Megan havia descoberto o nome da coruja a poucos dias de Hermione.
E qual outra coruja apareceria no quarto de Megan nas horas mais inusitadas?
Ela abriu os olhos e encontrou o par escuro de olhos da coruja a olhando, esperando para ser despachada.
Ela também não parecia muito contente em estar entregando cartas a esta hora da noite, mesmo sendo um pássaro noturno. Os pés da Megan demonstravam bastante seu descontentamento. Edwiges estava acabando com o resto de pés que a garota tinha.
Megan encarou o relógio de ponteiro e desacreditou do horário.
São duas da manhã e estou amaldiçoando seu nome, Potter.
━━ Ei... culpe seu dono por você estar aqui ━━ resmungou Megan, se sentando em borboleta, a fim de esconder os pés da coruja, que já estavam virando petisco ━━ O quê te fez vir aqui?
Megan tivera certeza que as corujas entendiam o que os humanos falavam, pois jurou ter visto Edwiges fazer uma cara de "Ainda pergunta?". Havia uma carta presa em sua pata.
À garota se culpou pela sua burrice momentânea.
Era no meio da madrugada... ninguém raciocina direito depois de acordar contra sua vontade...
Ela retirou a carta com cuidado da pata da coruja, que Megan nem a vira ir embora. A carta fora escrita em um papel extremamente minúsculo, e a letra estav totalmente torta e trêmula, como se tivesse sido escrita com pressa.
