Capítulo 28 - Cruel

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Mênfis, Egito

Leenah Katesch Hep-Heru
Point of View




Luas e luas se passavam, a exaustão era sufocante, nenhuma notícia dela. A carta foi lida para o povo e eles ficaram espantados pelo sumiço dela. A história dos guardas foi confirmada, algumas pessoas vieram contar o que haviam visto. Realmente eles passaram com alguém, mas como não eram as vestes, pois Makahra foi pega com a roupa que dorme, não tinham como a reconhecer no escuro.

— Os oficiais estão cansados.

— Bom… se não há vestígios dela em lugar nenhum…

— Devemos parar as buscas. – Era o general, o chefe da guarda e a própria mãe que ensaiavam o discurso.

— Eu sei que todos estão cansados, mas eu não vou desistir dela.

— Ninguém está desistindo, só estávamos pensando que é em vão.

— Como assim? – Alterei minha voz com a mãe de Makahra, que era a mais pessimista da sala. — E se ela estiver sofrendo? Com dor? Machucada? Você não pensa nisso?

— Mas nossos homens…

— Seus homens estão fazendo o serviço que deviam ter feito antes disso tudo acontecer. Não é culpa do senhor, mas eles estão pagando pela incompetência deles, e eu não me importo com o cansaço de ninguém, quero Makahra aqui. O mais rápido possível.

Depois disso, eles assentiram, pedi para eles se retirarem e eles me atenderam. Devem estar me achando louca.

— Leenah… – Olhei para frente e fechei os papiros que lia.

— Samira, pode entrar. – Ela sentou ao meu lado.

— Rael e eu sentimos sua falta hoje.

— Eu também, mas fiquei aqui tomando um monte de decisões.

— Pararam de procurar ela?

— Eu nunca vou permitir que isso aconteça. Até em outros vilarejos estão vasculhando.

— Acha que ela…

— Não, ela não está morta. Eu a sinto viva, eu sei que ela precisa de ajuda… eu preciso ajudá-la.

— Você está ajudando, até a vovó votou para o fim das buscas.

— Não fiquem com raiva dela. Todos perderam as esperanças, mas eu a sinto… não sei se é possível, mas sinto.

— Vamos fazer um culto para ela.

— Na verdade, se você guardar segredo, algumas pessoas me falaram sobre o Deus sem rosto. Eu ouvi muito falar sobre ele na minha antiga morada e hoje eu fiz uma oração, pedi forças e que ele conservasse Makahra a salvo onde ela estiver.

— Tudo bem, Leenah. Podemos até construir uma estátua para esse Deus se ele trouxer a mãe para nós. – Não entrei em detalhes, apenas sorri para ela e beijei sua mão. — Vamos comer, pedi para Amira levar tudo para o seu quarto.

— Já estou indo. Só vou terminar de ler algumas coisas.

— Você é uma ótima rainha e tem uma qualidade que sempre senti falta em minha mãe governando.

— Qual?

— Sabe ser muito dura quando algo está errado. Nunca vi ninguém gritando com minha vó daquele jeito.

— Só quero as coisas certas até Makahra voltar. Ou ela não terá tempo para nós, só terá tempo para consertar nossos erros.

— Viu… é assim que se fala.

De Outra Vida - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora