Capítulo 31 - Conversa

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Mênfis, Egito

Makahra Amenhotep I  |  Point of View





Minha mão estava servindo de travesseiro para Ramsés, ele dormia tão sereno e eu não conseguia parar de olhar para ele.

— Já podemos ir. Os meninos querem ver você. – Leenah surgiu colocando a mão sobre meus ombros.

— Eu não quero acordá-lo.

— Ele tem o sono pesado. Pode ficar tranquila. – Tirei a mão devagar e ele ressonou, parei meu movimento. Na outra tentativa eu consegui, acariciei os cabelos dele e sorri. – Deixei ele com os cabelos naturais. Vamos ser a família piolho, mas eu não me importo.

— Isso é relativo, sempre tive os cabelos compridos e nunca peguei piolho. – Falei enquanto saímos do quarto. — O rei Balac tem os cabelos mais compridos que os da esposa dele e também nunca teve piolho, mas já vi várias perucas indo para o lixo infestadas.

— Talvez o medo as atraiam.

— Talvez… – Entramos na sala de guerra e os meninos, que não são mais meninos, estavam ali, com crianças em suas frentes. Nas cadeiras estavam seus cônjuges… creio eu.

— Mãe… esse é meu filho Khalid. – Me ajoelhei na frente dele.

— Hey, garotão. Eu sou Makahra.

— Vó Makahra?

— Vó Makahra… – Eu sorri e encarei ela. — Parabéns, filha. Ele é lindo.

— Obrigada, mãe.

— Essa aqui é Maani. Maani, essa é sua avó Makahra. – Ela era tão lindinha… toquei seu rosto.

— O que eu disse que aconteceria se você continuasse implicando com sua irmã? – Falei ainda hipnotizada com aqueles lindinhos em minha frente.

— Que eu teria uma filha mulher para me mostrar o quão errado eu estava sobre as meninas. E eu estava, pois essa princesinha aqui é incrível. – Ele disse segurando a filha no colo e eu peguei o filho de Samira no meu. Ele tocava meu rosto e eu sorria para ele. — Essa é minha esposa Nailah. Nailah… essa é minha mãe.

— É uma honra, Soberana. – Ela foi se curvar e eu a abracei antes disso, meio sem jeito, pois eu não queria mais largar esse menino.

— Obrigada por cuidar dele por mim.

— Eu que agradeço por ter educado um verdadeiro príncipe. – Sorri para ela. O homem que parou ao lado de Samira não me era estranho...

— Sou o marido de Samira, Soberana. Guarda Ramy.

— Claro... Ramy, me lembro de você. Tinha medo de tambores. – Ele ficou vermelho e pigarreou.

— Ele ainda tem.

— Samira!

— Todos sabem, Ramy. Relaxa. – Rael disse e eu sorri.

— Fico feliz por vocês, meus filhos. Construíram suas famílias, só sinto por não ter participado disto.

— Nós também sentimos, mãe, mas não foi culpa sua.

Coloquei o menino no chão e peguei a menina. Olhei seu rosto e beijei sua testa, ela apertou minhas bochechas com as pontas dos dedos.

— Ela é parecida com Amaunet… – Falei e Rael assentiu.

— Não se preocupe, é só na aparência. – Sorri e devolvi ela para Rael.

— Podemos brincar com a vó agora?

— Não, as vovós precisam conversar muito agora.

— Está bem. Amanhã brincamos, está bem, vó?

De Outra Vida - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora