Capítulo 19

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Kethura quase não consegue convencer os porteiros para que a deixassem sair do colégio. Mas ela havia prometido um picolé para a sua nova amiga, ela não desistiria tão fácil assim.
Ela fez uma atuação impecável.

— Minha mãe me ligou dizendo que eu preciso ir em casa urgente buscar um documento e levar para ela no serviço. Não vai demorar senhor, eu irei de moto.

— Urrrr, Tudo bem, mas não demore mocinha, a diretora vai ficar furiosa se descobrir.

— Certo!

Ela entra na sorveteria que havia comentado com Yelena e compra os picolés.
Ela pega para si o sabor de flocos, para Yelena o sabor de amendoim e o sabor de milho verde para o guarda que deixou ela sair do colégio. Seus olhos se deparam ligeiramente com o sabor morango e por algum motivo também o pega.

Paga por todos e volta ao colégio.

— Aqui! É para o senhor.— sem hesitar ela entrega o picolé para o senhor guarda.

— Oh... Para mim?— No momento ele percebeu que foi enganado pela jovem, ela estava com uma sacola cheia de picolé no braço, mas não adiantaria mais nada discutir.— Obrigado...

— Escolhi o sabor que achei que combinasse com você, tudo bem se não gostar.

— Eu gostei muito do picolé, só não gostei de ter sido enganado por uma garota tão astuta.— Nem precisou de mais explicação o olhar do velho homem já demonstrava sua insatisfação.

— Como assim enganado? Eu realmente fui levar os documentos para minha mãe, os picolés só foram bônus.

Sem pretender perder mais de seu tempo com aquele guarda ela anda rapidamente ao seu destino.

Quando ela se aproxima percebe que Karl está ao lado de Yelena.
Elas parecem envolvidas numa conversa importante, mas num olhar de relance Karl percebe sua presença mesmo que ainda esteja longe, e então sai de perto da outra garota.

Kethura vai se aproximando conforme Karl vai se afastando.

— Demorei?— Com um sorriso estampado no rosto ela senta ao lado de Yelena.

— Um pouco, mas ainda assim foi mais rápido do que eu esperava.

— Aqui o seu picolé de amendoim.— ela entrega para a outra.— O meu é de flocos, e esse de morango... Eu comprei para uma prima, ela é do 1° ano, vou levar até ela e eu já volto, tudo bem?

—hm.

Após a outra assentir em concordância ela levanta-se novamente e vai atrás dessa pessoa.
Seus passos foram parar na pequena sala do Grêmio Estudantil, a única pessoa que estava lá era Karl.

Quando Karl viu aquela figura entrar de repente não pôde evitar de se sentir assustada.

— Kethura?— Num pulo instintivo ela pula da cadeira na qual estava sentada.

— Sim sou eu querida Vice-presidente, você aceita um picolé de morango?— ela estende a mão com o picolé para a outra pegar porém Karl nem sequer olhou.— Por favor aceite eu comprei pensando em você.

— O que você quer?

— Vim falar com você, aliás faz um bom tempo que a gente não conversa.

— A gente se falou ontem.

— Aquilo? Aquilo não foi uma conversa, você apenas me parou para me ameaçar.

— Você entendeu aquilo como ameaça?— Karl não pôde evitar sorrir ironicamente.— Eu só pedi para que não incomodasse a Yelena, mas retiro o que eu disse, ela parece gostar de estar com você.— Seu olhar se torna opaco.

— Tudo bem, mas porque você saiu assim que me viu chegar? Não quer que a Yelena saiba que nós já tivemos uma certa ligação?

— Já tivemos uma ligação mas não temos mais, não gosto que você se sinta tão próxima de mim, me dá nojo.— Ela se aproxima de Kethura e continua.— Então só lhe peço um favor, não fale disso com ela, nem com ninguém!

— Entendo a sua raiva em relação a mim, mas... Karl você não manda na minha boca, você não pode me dar ordem do que eu devo falar e do que eu não devo falar.

— Você enche a boca para falar isso agora, mas duvido que fale algo, aliás isso seria mais embaraçoso pra você do que para mim.— Karl novamente solta uma leve risada e volta para a cadeira em que estava.

Kethura não precisou se esforçar muito para entender o que estava implícito na frase de Karl, deixou o picolé que estava prestes a derreter totalmente na mesa ao lado e saiu daquela sala com a visão turva e vários fleshs em sua mente.
Mesmo que desnorteada ela volta para para perto da amiga.

— Conseguiu achar sua prima?— Yelena pergunta assim que a vê.

— Sim! Geralmente ela fica por perto da sala dela, não é tão difícil encontrá-la.

— Hm... Ou será que você foi falar com a vice-presidente?

— Ham?— Kethura fazendo uma expressão surpresa quase cai para trás.— Por que eu falaria com ela? Como você mesma sabe, ela e eu não falamos nada além de "bom dia" uma para a outra.— Sua boca dizia uma coisa mas seu nervosismo dizia outra coisa.

— Não precisa mentir pra mim. Já está tudo tão óbvio...

Não havia mais como inventar algo por cima de algo que já estava óbvio. Kethura apenas respira fundo e tenta encontrar uma maneira de deixar as coisas mais leves.

— Ela e eu, err... Éramos  amigas. Deixamos de nos falar porque... era uma amizade tóxica, e também aconteceu comigo a mesma coisa que aconteceu com você, as meninas do Grêmio começaram a pegar no meu pé, foi horrível.

— E porque achou necessário esconder isto de mim?

— Não sabia como você iria reagir, já que você não suporta ela. Mas saiba que eu não tenho mais contato com ela a não ser no colégio quando nos encontramos pelos corredores.

— E o picolé....?

— Eu só entreguei porque... Bem, não sei dizer... Não espere uma resposta lógica de algo que eu fiz subconscientemente...

— Hm... Por favor não minta mais para mim.

— Você está com raiva?

— Não, porque eu estaria? Você já me falou a verdade, não tenho mais razão para ficar irritada.

Apesar dessa cena toda ter sido muito embaraçoza e ter feito Kethura tremer de nervosismo, ela pode finalmente perceber um lado sensível em Yelena que até então era desconhecido.

"Se ela quer acabar com as mentira entre a gente, isso significa que talvez ela queira algo maior que uma simples amizade."— Ela não pôde deixar de suspirar.

Oh Minha Presidente (YURI/GL)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang