Eu Ainda Existo

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*Recanto das Nuvens
(3 anos depois)*


De novo...

Era a frase que foi falada na mente de JingYi. Ele acabará de acordar, estava sentado tentando organizar seus pensamentos mais uma vez.

Vinha tendo esses sonhos de sua infância a um bom tempo, lembranças boas e ruins o atormentam dia e noite desde o acidente.

- Levante - falou uma voz do lado de fora do quarto.

JingYi se levantou melancólico, era assim todas as manhãs. Caminhou vagarosamente até a porta trancada pelo lado de fora e a ficou encarando por alguns segundos até ser aberta por um discípulo Lan, mais especificamente, Lan Jun.

- Olha só, acordou na hora hoje - ele falava em deboche e sua expressão mostrava desgosto ao ver o garoto - Tome, o ancião virá daqui a alguns minutos, se apresse.

JingYi permanecia de cabeça baixa e segurava agora a bandeja que Lan Jun o entregou. Sem exitação o discípulo fechei a porta na cara de JingYi.

Como se eu não soubesse...

JingYi deixou a bandeja em cima da pequena mesa ali do quarto e se dirigiu até atrás da cortina que separava da tina. Tirou suas vestes e entrou na água fria se afundando ali.

Desde a...morte Xichen, tudo mudou na vida de JingYi.

*Hanshi (3 anos atrás)*


- Você o matou! - era a voz de Lan QiRen que gritava e todos podiam ouvir - Você matou Lan Xichen!

Todos estavam no pátio, Lan QiRen estava no meio dele segurando JingYi pela gola que não parava de chorar.

- Você tem noção do que fez!? - o líder da seita o balançava forte enquanto falava, ou melhor, gritava - Você matou o homem que cuidou de você! Você é um assassino!

- Não! Ele não fez nada! - agora era a voz do jovem Zizhen que saia em meio a multidão que observava, a situação - Foi um acidente!

- Acidente? Todos nós vimos Lan Xichen nós braços desse monstro! - gritou um dos anciãos.

- Por culpa de vocês! - protestou Zizhen tentando se soltar de seus servos que o seguravam no lugar.

JingYi diante de todos esses protestos e discussões, permanecia calado, sendo segurava por Lan QiRen que o encarava com ódio, seu rosto sujo e molho estava estático o olhando nos olhos sem sentimento algum a mostra a não ser por suas lágrimas que não paravam de cair.

- Fale alguma coisa! - esbravejou QiRen o balançando mais uma vez - Fale o que você fez! Admita que matou meu sobrinho.

- Eu...- JingYi tenta falar algo mais não consegue, em sua mente eles tinham razão, achava que tinha matado mesmo Lan Xichen.

- Viu! Nem ele mesmo pode negar isso! Devemos matar essa aberração! - gritou um outro ancião furioso e todos se juntaram a ele.

- Quietos! - gritou Lan QiRen.

Todos se calaram, ouve silêncio em todo pátio. O líder da seita que tinha JingYi em suas mãos o jogou no chão com força fazendo JingYi chocar contra o mesmo com as costas.

- Tragam o chicote - falou QiRen friamente sem desviar o olhar do garoto que estava no chão ajoelhado de cabeça baixa.

Não demorou muito e um dos discípulos lhe entregou o chicote disciplinador. O mais velho segurou aquele chicote, com o maior ódio do mundo depositou a primeira chicotada no peito do garoto que estava no chão que se encolheu em dor.

- Não! Parem! - Zizhen se debatia ferozmente dos que lhe seguravam - JingYi, faça alguma coisa!

JingYi que estava recebendo chicotadas uma atrás da outra olhou dolorosamente na direção de Zizhen e em um sussurro quase inadiável, disse:

- Vá embora...não veja isso, por favor - não pode falar mais nada pois recebeu mais uma chicotada e seu rosto de contorceu em dor.

- Não! JingYi! - os servos da seita OuYang começaram a levar Zizhen embora contra sua vontade.

Os estalos do chicote eram escutados por todos ali presentes, junto com os gemidos de dor de JingYi. Iam ficando cada vez mais forte e mais rápido, o coro queimavam e cortavam a pele de JingYi.

Cerca de 200 chicotadas foram dadas no jovem Lan. Antes de desmaiar, viu Lan QiRen se aproximar de seu corpo ensanguentado e segurar seu rosto.

- Minha vontade é de lhe matar aqui e agora...mas, quero que sofra com o que fez, que sinta o peso na sua consciência até sua morte - depois disso QiRen se levantou e deu a última chicotada que fez JingYi apagar.


*Atualmente*

JingYi tira sua cabeça da água como se tivesse levado um susto, sua respiração pesada se misturava com o barulho da água.

Depois de se acalmar, usando suas mãos juntou um pouco de água e molhou mais uma vez seu rosto.

Logo se levantou da tina e pegou uma telha se enxugando seu corpo completamente marcado de cicatrizes profundas. Terminando de se vestir, prendeu seu cabelo e olhou para fita em cima da pequena cômoda.

Eu não mereço usar isso...

Deu as costas e foi até a mesa que estava com a comida e sem muita alegria começou a comer.

Ele agora vivia trancado em um quarto afastado de tudo e todos no Recando das Nuvens como um animal. Todos os dias lhe traziam três refeições e...

- Abram - uma voz do lado de fora ordenou para os dois cultivadores que guardavam aquele quarto.

As portas se abriram e um homem já de idade entrou sendo acompanhando por dois mais jovens.

- Vamos começar - disse o velho.

JingYi não falou nada, apenas se levantou e foi em direção a cama se deitando, fazia isso a três anos todos os dias, já estava acostumado.

Os dois mais jovens ficaram nos dois lados da cama e o mais velho na cabeça de JingYi, eles ficavam em posição de meditação, mas, com uma das mãos apontadas paras as marcas em seus braços e o mais velho com as duas mãos em sua cabeça.

Eles faziam esse "ritual" para enfraquecer qualquer poder de risco do corpo do Lan para que não correr o risco dele perder o controle do poder novamente.

Isso durava em média duas horas para ser realizada. Quando acabavam, conferiam as marcas e cobriam com faixas, verificaram seu núcleo e depois saiam o deixando sozinho naquele quarto.

Eu sou uma piada para vocês não é?...

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