O que acontece quando se beija um estranho em um dos clubes mais badalados de Hollywood?
Talvez nada, se o estranho homem na qual a atenção de Megan foi roubada naquela noite não fosse o vocalista de uma das maiores bandas de Rock 'n Roll do ano de...
"Eu conheço essa cara, essa fala, esse cheiro..." — Rita Lee
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Por que diabos eu aceitei essa matéria?
Eu poderia realmente me esconder na décima segunda folha como eu sempre fiz, e assim de forma alguma eu estaria passando por uma situação nada agradável como essa ao estar sentada na sala da enorme mansão do "adorável Miller".
Observo a decoração do ambiente, vendo o tom das paredes ser coberto pela cobertura preta de tinta, alguns quadros emoldurados na parede junto a guitarras e prêmios, o teto em vidro que prendia minha atenção e a enorme escada posta com carpete vermelho em seus degraus. Que de lá, passos cautelosos ecoavam enquanto desciam.
Respiro fundo, e penso que essa será uma ótima oportunidade de ganhar a folha um e ter a oportunidade de ver meu nome estampado na mesma. Afastando qualquer vestígio de nervosismo presente em meu corpo naquele momento.
E então os passos param, ele está mais próximo de mim do que imagino.
Essa cara, essa fala, esse cheiro... Era impossível não notar sua presença em qualquer lugar que estivesse.
Ajeito o par de óculos falsos que Jade me arrumou, aliso a saia preta me colocando de pé nos saltos de ponta fina. E abrindo o meu sorriso mais falso para o homem que vestia social solta, com os botões da blusa abertos e as mangas dobradas até o seu antebraço.
Ele vem em minha direção com toda a confiança que carregava, rezo torcendo mentalmente para que tropece em seu desfile ridículo.
— Peço desculpas pela demora, agenda lotada. — ele larga uma piscadela e continuo sorrindo — Fiz você esperar por muito tempo? — ele se senta no sofá branco ridiculamente grande que contornava o cômodo, frente a mesa e a poltrona que estava.
Umedeço os lábios avermelhados e paro de observar cada movimento seu.
— Não muito. — minto, estava plantada por quase meia hora ali. — Será que podemos começar?
— Você quer beber algo? — ele levanta ignorando completamente a minha pergunta e pegando o whisky na cômoda da lateral da sala, aquela parte composta por quadros de diversos músicos, lustres, e tudo o que sua grana podia comprar para enfeitar sua alta mansão.
— Eu não bebo de manhã. — recuso quando ele se aproxima junto a dois copos com gelo.
Ele para e me encara, seu olhar predador me analisando e seus lábios curvados me levam ao desespero em pensar que ele possa ter adivinhado quem eu sou.
