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Por um breve momento, sinto meu corpo se arrepiar com a brisa fria que toca minha pele e automaticamente me encolho, soltando minha mão da de Vegas e cruzando os braços, passando as mãos pelos mesmo em uma tentativa falha de aquecê-los

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Por um breve momento, sinto meu corpo se arrepiar com a brisa fria que toca minha pele e automaticamente me encolho, soltando minha mão da de Vegas e cruzando os braços, passando as mãos pelos mesmo em uma tentativa falha de aquecê-los.

A rua ao lado da boate é ocupada por diversos veículos estacionados e poucas pessoas, a iluminação é apenas o suficiente para que se possa caminhar sem topar em algo ou alguém e o silêncio se torna quase ensurdecedor conforme caminhamos para mais longe, até o ponto onde estava estacionada a moto de Vegas.

Em um primeiro momento, na boate, eu entrei em pânico e agora, depois de algum tempo, meu corpo parecia mergulhar num estado de torpor. Dessa vez me sinto mais sóbrio, na verdade, os minutos anteriores pareceram devolver minha sobriedade. O medo que percorreu em cada molécula do meu corpo, enquanto aquelas malditas lembranças do passado ressurgiram, fez com que meu cérebro bloqueasse qualquer sombra de embriaguez.

Eu estava imerso em uma escuridão de pensamentos e ao mesmo tempo sentia meu corpo em alerta. Ao passo que pensava em tudo, também não conseguia pensar em nada. Um verdadeiro apagão.

De repente, sinto algo quente tocar meus ombros e me afasto em um pulo olhando para trás, observando Vegas segurando sua jaqueta de couro preta no ar e pedindo incansavelmente desculpas por ter me assustado.

— Posso? — ele pergunta se aproximando de mim a passos lentos, como que com medo da minha reação. 

— Hum... — um grunhido fraco sai do fundo da minha garganta e novamente um arrepio perpassou pelo meu corpo.

Não o conheço bem, na verdade, não o conheço, mas ele parece incomodado com algo. Não tenho como afirmar isso, mas seu jeito está diferente da última vez que nos encontramos. Naquele dia, apesar de ter sido atropelado — fato que me faz rir sempre que lembro — ele parecia leve e descontraído, mas neste momento ele parece tenso, muito tenso e com...raiva? Bom, pelo menos é o que algumas ações dele deixam transparecer, como o seu olhar semicerrado, seu maxilar um pouco rígido e o jeito impaciente quando passa a mão diversas vezes no cabelo se demorando um pouco mais na nuca, puxando alguns fios.

Ele se encaminha até a moto em total silêncio, enquanto olhava fixamente para o chão, parando por alguns minutos segurando o capacete em uma das mãos e respirando profundamente apoiando sua outra mão no banco da moto, antes de subir na mesma de forma graciosa e me encarar, empurrando o capacete na minha direção.

Ele apoia o peso do corpo em uma das pernas e passa a mão pelo cabelo novamente, dessa vez para arrumar os fios que insistiam em cair sobre seu rosto devido ao vento. Como ele pode parecer tão sexy em cada minúsculo movimento que faz?

Balançando a cabeça negativamente, tentando espantar aqueles pensamentos que começavam a se formar na minha mente e me encaminhei até ele que gentilmente me ajudou a subir na garupa de sua moto depois que consegui colocar e ajustar o capacete.

Only You↬VegasPete Where stories live. Discover now