3. Jessi, I need to talk with you...

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Jessi's POV

Era uma manhã de sábado e eu estava no meu quarto fazendo minhas lições de casa, não que eu seja uma nerd, o problema é que estava muito entediada e nem a internet me segurou por muito tempo, então decidi ir fazer meus deveres, assim não acumularia tanta coisa e nada ficaria em cima da hora. Eu não era a melhor aluna de minha sala mas também não era a pior.

- JESSI, PRECISO FALAR COM VOCÊ, VENHA AQUI POR FAVOR. - Ouvi minha mãe urrando da cozinha e fui ver o que estava acontecendo.

Cheguei na cozinha e vi que minha mãe estava no computador. Me sentei ao seu lado e esperei para que ela falasse, o que não aconteceu, então resolvi me pronunciar para ela perceber que eu já estava ali.

- Mãe. - Chamei e ela nem tirou os olhos do computador. - Mãããe. - Chamei mais uma vez e nada, então eu resolvi que a melhor coisa a se fazer era gritar. - MÃÃÃÃÃÃÃE. - Gritei e ela quase caiu da cadeira, não consegui segurar e gargalhei ao ver sua cara de susto.

- Quer me matar? Garota escandalosa, Deus me livre... - Resmungou mais algumas coisas e então eu consegui parar de rir, mas o silêncio voltou a dominar a cozinha e eu tive que falar novamente.

- Você lembra que me chamou? Vim saber o que quer mas se não for nada avisa que eu volto pro meu quarto. - Falei já com certa impaciência.

- Quero te avisar que amanhã vamos sair. - A olhei com cara de taxo esperando que continuasse falando. - Lembra de minha namorada?

Sorri ao lembrar da conversa que tive com minha mãe.

Flashback On

- Filha, preciso conversar com você, e é serio. - Minha mãe disse ao entrar no meu quarto.

- Aconteceu alguma coisa? - Falei ao ver uma certa preocupação no olhar de minha mãe. - Você está me assustando.

- Não aconteceu nada, mas eu preciso te dizer uma coisa muito complicada, e peço que me aceite. - Ela coçou a cabeça e desviou seu olhar.

Olhei pra minha mãe e posso apostar que tinha um ponto de interrogação grudado na minha testa. Ela se sentou na minha frente e ficou encarando o chão.

- Vai falar ou vai ficar me enrolando? Agora eu estou bem curiosa.

- Eu sou... - Gesticulava com as mãos. - Como eu posso te explicar? - Estalou os dedos e voltou a gesticular, como se fosse me contar que é gay. - Não sei como dizer. - Tentava falar mas não conseguia, então abri minha boca para me manifestar e ela soltou tudo de uma vez. - Eu sou gay e estou namorando, peço que me aceite porque não é fácil pra mim e sei que também não será fácil pra você.

Eu não saberia explicar o que estava acontecendo comigo, eu abri a boca diversas vezes mas não saía nada, minha mãe acabou de se assumir na minha frente e eu estava parecendo uma trouxa. Como posso ser tão idiota assim? Então a unica coisa que eu consegui fazer foi sorrir, não sei exatamente o motivo mas eu estava feliz, feliz por minha mãe confiar em mim e feliz por ela se abrir, sempre fui muito apegada a minha mãe, acredito que pelo fato de ser filha unica, mas nunca imaginei que ela seria homossexual, óbvio que isso não seria um problema para mim nem em um milhão de anos, eu nunca fui uma garota preconceituosa e agora, recebendo essa noticia, apoiaria 100% os homossexuais... Afinal, não é errado amar. Fui tirada de meus devaneios quando ouvi minha mãe bater palmas na minha frente.

- Ei, eu estou falando com você.

- O que disse? - Perguntei confusa.

- Perguntei o motivo do seu sorriso. - Ela disse meio envergonhada.

Nesse momento só tive forças para abraça-la, e ela aceitou meu abraço. Senti um líquido quente molhar o meu ombro e afastei minha mãe, que chorava.

- Mãe, por que está chorando? - Perguntei confusa.

- Pensei que fosse me rejeitar, sempre soube que você não é preconceituosa mas não sabia como iria reagir ao saber que sua mãe é gay.

Eu gargalhei, ouvir aquilo era meio estranho mas não me irritava, até gostei de como isso soou.

- E por que eu iria rejeitar minha mãe gay? - Perguntei rindo e ela riu também, sequei seus olhos e perguntei. - Quem é sua namorada?

- Uma mulher que trabalha comigo. - Disse corando logo em seguida.

- Não precisa corar, o pior já passou. - Ri sendo seguida por ela. - Mas me conta como isso aconteceu, preciso saber todos os detalhes.

Me acomodei melhor e ela também, então me contou tudo que havia acontecido entre as duas, me disse que no começo não queria aceitar o fato de ser homossexual pois nunca havia sentido nada por outra mulher, mas que Kimberly havia despertando em seu interior, um lado nunca conhecido por ela antes, ela falava com um olhar apaixonado e em anos desde que meu pai morreu, eu nunca havia visto minha mãe sorrir tanto quanto estava sorrindo, me disse que iria me apresentar a sua namorada e minha "irmã", pois Kim tinha uma filha da minha idade, adorei receber essa noticia, estava com um pé atrás pois nunca havia me relacionado com nenhuma outra garota da minha idade a não ser as garotas da minha escola, nunca fui de me enturmar muito, nunca tive uma melhor amiga mas o fato de ter uma "irmã" me deixava bem feliz, e eu faria de tudo para ter um bom relacionamento com a tal Bea, por mim e também por minha mãe, que estava muito feliz e eu estava mais ainda, por ela.

Flashback Off

- Lembro sim. - Respondi com um sorriso maior ainda.

- Então, amanha vamos almoçar com ela e com Bea, não preciso pedir para que se comporte porque você não precisa disso, mas se prepare pois pelo que Kim me contou, Bea nunca apoiou os relacionamentos dela, acredito que seja por ciúmes, e não sabemos como ela pode reagir, então seja paciente, tente conversar mas não force nada com a garota. - Minha mãe disse e eu assenti. Terminamos a conversa e eu subi para o meu quarto.

Terminei meus deveres e minha mãe me chamou para o almoço, desci, comi, assisti um pouco de televisão e então voltei para o meu quarto, minha mãe disse que iria ao mercado e então me encontrei sozinha. Pensando em como iria me relacionar com a namorada de minha mãe e com sua filha. Eu estava com um pouco de medo mas a ansiedade era maior.

Desde que meu pai morreu, 3 anos atrás em um acidente de carro, minha mãe não se relacionou com mais ninguém, ficou alguns meses em depressão, não trabalhava, não comia, não se relacionava com ninguém alem de mim, e mesmo assim não conversávamos quase nada, durante todos esses meses, passamos dificuldade e eu era encarregada de quase tudo, mas minha mãe se reergueu e hoje está muito bem. Hoje ela está feliz, sorri para as paredes e eu farei qualquer coisa para que ela continue assim, mesmo que esse "qualquer coisa" envolva levar umas bofetadas de minha "irmã"... e foi pensando nisso que peguei no sono.

My Fucking "Sister"Where stories live. Discover now