Cadáver Vermelho - A Criatura Da Imortalidade.

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Aviso de gatilho!!

Eu realmente nunca dei esses avisos e tal, mas agora eu tô avisando porque isso é uma das coisas mais... "Perturbadoras" que eu escrevi.

Basicamente é como se fosse a leitura de um gore, e pras pessoas que tem imaginação fértil pode ser um pouco mais... nojento.

Lembrando, o gatilho de hoje é sangue, cortes profundos e provavelmente, coisas que considerariam brutais, como empalação.

~//~



Eu vou mudar minha face, minha aparência será irreconhecível a todos que me conhecem.
Essa maldição... De viver.

Eu vou acabar com isso, meus pais não precisam saber que a linhagem da família perfeita e imortal acabará logo.

Primeiro eu cortei os cantos da minha boca, de orelha a orelha, agora eu mesma posso ver meus dentes.

E falando em orelhas, eu as cortei também, agora o que antes era carne agora virou um mar vermelho vibrante.

Meus olhos não escaparam também, eu os furei e logo depois os rasguei com essa gilete em minhas mãos.

O que antes eram rabiscos no meu corpo se tornaram pele desgrudando.

Eu até tentei cortar meu braço, mas eu ainda preciso dele, então retirei a gilete dele, oh, quase caiu.

Minha garganta agora não está mais lisa e delicada, está com ferimentos fundos.

Pernas ou costas? Por que não as duas?!
Com essa mesma lança passada por eras e eras de linhagem, atravesso entre a dorsal e a lombar, atravessando meu corpo.

Ainda insatisfeita, eu rasgo o resto de pele que ainda existe em meu braço, conseguindo ver as veias soltas e os ossos a mostra.

Isso me deixa com mais ódio, estou em uma situação terrível, mas ainda continuo viva.

Como mais uma tentativa, engulo a substância em cima da mesa, o veneno que usaria para matar pestes, sinto o ardor em meu estômago e minha garganta borbulhar, mas apesar de tudo, ainda estou viva.

Eu não desisti, e me taquei ao fogo na lareira, neste dia frio um calor até que é confortável.

Me vejo no espelho, estou realmente irreconhecível, mas ainda estou viva e bem.... Droga!

Como última tentativa, eu pego aquela antiga relíquia na gaveta e abro o resto de carne em minha barriga, as vezes usando até os dentes que sobraram para ajudar.

O meu quarto está ensopado de sangue, e eu ainda não morri,.
Que belíssima imortalidade, eu não senti nada.

Com o pouco de forças vocais que ainda tenho, grito o mais horroroso e doloroso estrondo que consigo, pessoas ao longe diriam que isso seria o grito de um demônio, monstro ou seja lá o que for.

Mas é o grito de uma criança morta, que nunca sentiu o verdadeiro gosto da morte, por culpa de pessoas que tratam a própria ganância com clamor.

Me levanto dessa cadeira ensaguentada, e saio de meu quarto, apenas para escutar os berros estridentes dos outros.

E eu...
Ainda...
Estou...
Viva....

Apesar de tudo, eu consigo correr, e ainda consigo gritar mais ainda para espantar pessoas que não são culpadas pelo erro de meus antepassados, por onde passo, há uma trilha enorme de sangue.

Hoje muitos me conhecem como "Cadáver vermelho"
Aquele que nunca morre, não importa quantas vezes tente.
Aquele que milagrosamente quebra sua própria perna, mas consegue andar tranquilamente, sem sentir dor.
Seu pescoço quebrado faz com que sua cabeça sempre ande inclinada.
Seus dedos? Osso puro, muitos confundem com garras, mas são ossos.
Seus olhos totalmente perfurados, quando param de sangrar, é possível ver a grande coloração amarela, simbolizando sua imortalidade.
O que essa criatura odiosa mais tem rancor?
Sua maior característica.

A imortalidade.

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