Receita para o Amor - Meddison

Entregues ao céu

"Nem mesmo o edredom é capaz de encobrir tanto amor e desejo."

Meredith

(Inicie: Love Me Like You Do - Ellie  Goulding)

O colchão e a cama realmente eram confortáveis e quentinhos assim como eu pensei, tive essa certeza quando Addison me deitou ali, pairando seu corpo esbelto por cima do meu, me presenteando com a sua língua sobre a minha sem dar um segundo de descanso ou pensamento muito rápido, e eu de fato não precisava, a única coisa que eu precisava era senti-la, e ela estava me dando isso, aos poucos.

Senti a sua mão deslizar, apenas com as pontas dos dedos sobre a minha perna descoberta, fazendo então todos os pelos se arrepiarem, idiotamente apenas com aquele pequeno toque e movimento. Talvez eu estivesse desejando-a mais do que pensava, ou sentia.

Seus dentes, com força, prenderam o meu lábio inferior, sem ter cuidado, e não que precisasse, isso não era necessário, pelo menos não naquele momento, aonde eu afundava cada vez mais contra o fofo do colchão, deixando que os seus toques, tão inocentes sobre as minhas pernas me levassem ao extremo do céu mais acima junto as estrelas. Inquieta, com frio, querendo que ela me esquentasse, tirei meus dedos dos seus fios, os fios que ainda pendiam de sua nuca e que se soltava aos poucos do seu rabo de cavalo, deslizando por seus ombros magros e largos, até achar o primeiro botão da sua camisa social.

Mas mesmo desajeitada e claramente desleixada com tanta roupa, foquei apenas em tê-la nua pra mim, a fazendo sorrir quando puxei, na metade do caminho, com apenas dois ou três botões abertos, sua camisa, não tendo a devida paciência que ela teve para deslizar o zíper do meu vestido, se sentando sobre os seus calcanhares para tirá-lo por completo. Nenhuma janela aberta de fato, pois só havia uma, e esta estava fechada, mas mesmo assim, o frio era presente, acho que junto com uma leve ansiedade de fato, a quem eu estava querendo enganar?

Addison me encarou, encarou tudo o que conseguia, todos os detalhes, se é que eles existiam, mas os seus olhos fizeram favor de mostrar-me que eles estavam presentes, ela me encarava como se eu fosse a última mulher do mundo, ou até mesmo a primeira da sua vida, com tanta devoção, como se eu fosse uma Deusa Grega, seus olhos me fitavam com tanto calor, que o frio que eu sentia, se desvaiu em menos de dois segundos do seu olhado sobre o meu corpo. Addison olhava cada pedaço das minhas peças íntimas pretas, passeava os dedos sobre as rendas, apertava os meus seios, como se mostrasse, quisesse ver o poder que estava tendo em cima de mim, e ela sabia desse poder, porque a cada toque dela, um suspiro saia do fundo da minha garganta, da forma mais sincera.

Lentamente, muito lentamente quase me matando, eu a vi se curvando, até selar os seus lábios em minha barriga, fazendo caminhos esporádicos, sem rumo ao certo, apenas sentindo, apenas tendo a minha pele sobre a sua boca, apenas provando e me deixando a beira de qualquer coisa ainda desconhecida com tão pouco, eu acho que a minha paciência estava indo embora de alguma forma, e eu tive a certeza disso quando a puxei pela a nuca, usando o meu peso para trocarmos de lugar, a mulher deu um sorriso de canto, me provocando, e eu me senti arder por tal desafio, arqueando uma sobrancelha justamente.

A beijei de uma forma furiosa, como ela havia feito um pouco antes, sem dar tempo para o tal do raciocínio lógico e pela a forma que ela correspondeu, não parecia incomodada em ter que pensar naquele segundo, o que foi bom, pois com a distração da minha língua, deixei que os meus dedos trabalhassem sobre os botões da sua calça, os abrindo mesmo com dificuldade, travando a pequena batalha de lei, finalmente conseguindo puxar o cós da sua calça para baixo, da forma mais urgente possível.

— Pensei que faríamos algo fofo e romântico por conto do momento. — ela falou, me mostrando com a sua risada sarcástica e irônica, que não estava falando sério, eu suspirei fortemente.