Receita para o Amor - Meddison

A verdadeira Receita para o Amor

ÚLTIMO CAPÍTULO

***

Addison

Acordei com o barulho repetitivo das gotas de chuva caindo sobre a janela de vidro, meus olhos ainda enrolaram para abrir, curtindo o quente da cama e a sensação de ainda poder despertar de verdade, tentando saber se voltaria a pegar no sono, e com o cheiro do shampoo dela sobre minhas narinas, não foi tão difícil assim voltar ao mundo sem sentido em que eu estava antes da chuva me acordar mais ao longe. Apertei ainda mais o meu abraço sobre a sua cintura, a puxando para mais perto, o mais perto que poderia existir, a ouvindo murmurar, se aconchegando cada vez mais sobre o meu corpo atrás do seu. Mas isso não durou muito.

Senti a movimentação da coberta um tempo depois, algo se rastejando sobre o nosso meio, se enfiando até que estivesse entre nós duas, eu ri, já sabendo de quem se tratava, abri os olhos e encontrei a menina, puxando o edredom, se cobrindo até mais ou menos a altura dos olhos, fingindo que estava adormecida de fato, mas rindo quando Meredith fez cócegas no seu pescoço, se remexendo e tentando afastar as mãos da mulher, eu apenas as observei. 

— Por que está acordada tão cedo, mocinha? — perguntei, retirando a franja que crescia e cobria um pouco dos seus olhos verdes escuros.

— Está chovendo, e eu não gosto da chuva, tenho medo dela. 

— Mas a chuva está do lado de fora, meu amor, não tem como te fazer mau aqui dentro.

— E tem um monstro debaixo da minha cama, não quero dormir lá, aqui é mais legal. 

— O que eu disse sobre ficar jogando videogame com os seus irmãos? Agora você está com medo e não consegue mais dormir sozinha. — Meredith respondeu, a olhando com repreensão, arqueando uma sobrancelha quando ela "correu" para os meus braços, escondendo seu rosto em meu peito, choramingando um pouco, olhei para a minha esposa, com um pouco de redenção. — Ah, não. Addison, nem pense…

— Amor... não seja tão dura com ela, poxa, foi só alguns videogames. — pedi, acariciando os fios da menina. — E aliás, Bailey também já passou por essa fase, você se lembra? Quase todas as noites ele dormia aqui conosco, isso não é uma novidade. 

— Addison, para de ser fofa. 

— Eu não estou sendo, só estou falando. — fui abrindo um sorriso aos poucos, até vê-la murmurar e voltar a se cobrir quase que inteiramente, a garota riu baixo sobre os meus braços, me olhando e me fazendo um sinal positivo com as mãos, eu assenti e em pouco tempo lá ia ela, encher Meredith de beijos matinais e carinhos, como todos os dias, e é óbvio, Meredith não negou isso. 

— Hoje temos algo muito importante a se fazer, então promete a mamãe que irá se comportar?

— Eu prometo, eu sei o que é, o Henry me contou!

— Promete ficar ao lado dos seus irmãos? E não soltar a mão deles?

— Prometo, mamãe Mer, eu prometo. 

— Vai dar tudo certo, sol, não fique nervosa agora, assim você não vai conseguir curtir o dia, e nem a noite.

— Eu sei, eu sei, mas é mais forte do que eu. — ela suspirou, os olhos um pouco inseguros conforme observava a menina em seu colo, pensei um pouco e dei um pulo da cama, tendo uma ideia simples mas que poderia funcionar sobre relaxá-la, quem sabe.

Escovei meus dentes e segui até a cozinha, o clássico café com leite e chantilly ainda era o seu favorito, e eu me perguntava como ainda não havia enjoado, pois de fato, Meredith passou a gravidez inteira de Luna, tomando aquele negócio, todos os dias sem falta. Será que era por isso que a nossa filha gostava tanto assim de café com leite igualmente sua mãe? Provavelmente. Panquecas simples com manteiga derretida no topo, procurei um pouco e mesmo desajeitada, consegui fazer um pequeno rostinho ao canto do prato, com direito a uma mensagem, mesmo que a calda de chocolate não ajudasse muito.