30. in my place

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Respiro fundo ao acordar e um pequeno gemido abafado escapa de mim quando eu estico as costas. Abro os olhos e pisco algumas vezes, logo me deparando com o baú que fica ao lado do colchão. Viro a cabeça e só então noto como estou deitada entre as pernas de S/n. A minha cabeça sobre sua barriga e só consigo ver a ponta do nariz dela e o queixo. A mesma parece dormir profundamente. Sorrio ao lembrar-me da noite que tivemos. Não sei dizer ao certo em qual momento ela me beijou daquela forma que me faz suspirar, só sei que ficamos praticamente a noite toda fazendo sexo.

Foi um dos melhores até agora, vale ressaltar.

Fecho os olhos para relembrar dos sorrisos que ela me deu. A forma carinhosa que me tocou, o jeito de sussurrar meu nome. Sou capaz de sentir ela dentro de mim ainda, levando-me a loucura. Seus dedos habilidosos, girando daquela forma que me deixa a ponto de desfalecer nos braços dela. A respiração alterada em meu ouvido enquanto ela se esfregava em minha coxa.

Díos!

S/n é incrível em todos os aspectos, principalmente em qualquer coisa que seja relacionada a sexo.

E agora aqui estou eu, deitada em uma posição não muito confortável. Os meus pés estão para fora do colchão, assim como metade da minha perna. Mas não me importo. E porquê? Está tão gostoso sentir o calor do corpo dela e admirá-la enquanto ela dorme é uma das minhas novas coisas favoritas. S/n se mexe um pouco e parece começar a despertar aos poucos. Logo seus olhos castanhos estão focados em meu rosto.

— Bonjour, mon petit amour. 

S/n sorri, sonolenta. Ela se arrasta um pouco para cima, olhando em meus olhos. Como consegue ser tão linda a qualquer momento? Nem acordando ela fica menos bonita. O rosto um pouco marcado de um lado por causa da fronha do travesseiro que é bordada, os olhos pouco inchados assim como seus lábios. Suspiro. Ela é a personificação da beleza.

— Que sexy você falando francês logo pela manhã. — Coloca uma mão em meu rosto, acaricia minha bochecha com seu polegar. — Bom dia, pequena.

S/n força seu sotaque britânico, fazendo minha respiração falhar um pouco. Maldita! Ela que fica sexy falando dessa forma. S/n sorri mais, parecendo saber bem o que me causou. É claro que ela sabe, ela sempre sabe.

— Espertinha.

— Eu sei o que meu sotaque causa em você. — Reviro os olhos, S/n solta uma risada nasal. Egocêntrica demais. — Acha que eu nunca notei como você ficava na escola quando eu falava dessa forma?

— Nunca fiquei de jeito nenhum.

Resmungo, desviando o olhar dela e S/n abafa uma risada. Estou mentindo, obviamente. O sotaque dela sempre foi charmoso e quando ela forçava ele, nossa... Era como o inferno. Não posso negar, sempre achei ela sexy, principalmente nas aulas de educação física, principalmente quando ela falava como uma britânica nata.

Minha turma quase sempre jogava algum tipo de esporte contra a turma de S/n. Ela fazia questão de usar shorts curtos só para provocar todo mundo. Como eu disse, ela sabe que provocar as pessoas, sabe o que causa nelas e faz de propósito, apenas pela diversão de vê-las suspirando por sua causa.

E eu nunca fui de ferro. Eu olhava as pernas dela mesmo, principalmente as coxas, e nem preciso falar da bunda dela, que por sinal, sempre foi durinha e arrebitada. Embora nunca tenha admitido, sempre a achei gostosa. Porém, ela já se achava demais sem ouvir isso de mim, eu que não inflaria o ego dela mais do que já era inflado.

— Será que nós podemos ficar aqui deitadas o dia todo?

— Tudo que você quiser, pequena. — Escondo o rosto no abdômen dela ronronando ao sentir ela acariciar meu couro cabeludo com suas unhas curtas. — Mas será que você pode subir aqui e me dar um beijo de bom dia?

Stupid Wife ― Scarlett JohanssonOnde histórias criam vida. Descubra agora