𝙾 𝚙𝚛í𝚗𝚌𝚒𝚙𝚎 𝚌𝚘𝚛𝚎𝚊𝚗𝚘/Kim Seokjin

Quebra de promessa

Sem nem perceber, Valerie e Seokjin passaram a noite inteira conversando. Quando o sol enfim nasceu, Valerie tratou logo de arrumar suas coisas para partir rumo ao povoado da Xamã.

Valerie: - Apesar do ocorrido, devo dizer que foi uma noite agradável Sr. Seokjin. Agradeço a companhia, mas agora devo partir para chegar logo até a Xamã Joo-song.

Seokjin: - Eu que agradeço por ter me deixado acampanhá-la durante a essa noite. Não recomendo que vá sozinha até a Xamã, o povoado é logo depois da floresta, porém, a Xamã mora em um local mais afastado, na encosta da montanha. É muito perigoso. Você realmente precisa ir até lá? Se sim, deixe-me acompanhá-la. Eu não ficarei tranquilo sabendo que irá para um lugar tão perigoso.

Valerie: - Eu não quero incomodar o senhor. Tenho certeza que é um homem muito atarefado.

Seokjin: - Eu tenho dois dias livres. Mas para chegarmos até a Xamã, precisamos de mantimentos. Estou desde o almoço sem comer nada. E você aparentemente também está faminta.

Valerie: - De fato estou! Devo dizer que não como desde ontem de manhã. Eu saí as pressas de casa, que acabei me esquecendo do mais importante.

Seokjin: - Conheço uma taberna aqui perto. Nós podemos ir até lá comer algo, descansar um pouco, já que nenhum de nós dormiu. Pegarmos mantimentos para a viagem e então partir. O que acha?

Valerie não queria que Seokjin se incomodasse com isso. Mas viu que ele realmente estava disposto, e...ela tinha muita vontade de passar mais tempo ao lado dele, então aceitou.

E assim eles foram até a taberna.

Chegando lá, os dois foram recebidos pela Madame Song-wa, seu marido Kwon-ggi e a filha deles, Hae-ri.

Madame Song-wa: - Que bom vê-lo Seokjin! E essa bela jovem, quem é?

Seokjin: - Bom vê-los também, esta é Christine.

Valerie curvou-se para cumprimentá-los e sorriu.

Kwon-ggi: - Sentem-se.

Madame Song-wa: - E então...o que desejam? Pelas caras de vocês dá para ver que estão famintos.

Seokjin: - Traga aquele seu ensopado maravilhoso. E eu gostaria de saber se teria dois quartos disponíveis para descansarmos?

Madame Song-wa: - Claro, claro. Hae-ri vai arrumá-los para vocês. Enquanto o ensopado não fica pronto, comam esse pedaço de pão e Kwon-ggi trará também algumas frutas.

Valerie: - Eu gostaria de poder tomar um banho, mas eu sequer trouxe roupas. Que cabeça a minha...

Madame Song-wa: - Ah minha querida! Não seja por isso, aparentemente você e Hae-ri tem o mesmo tamanho, ela pode te emprestar roupas. E não ouse recusar.

Valerie: - É muita gentileza da sua parte. Mas...

Seokjin: - Mas nada, aceite apenas.

Mesmo sem graça Valerie aceitou, e logo subiu acompanhando Hae-ri, até o quarto para tomar um banho enquanto o ensopado era preparado.

Valerie: - Hae-ri, vocês conhecem Seokjin há muito tempo? Ele sempre vem vê-los?

Hae-ri: - Mais ou menos uns quatro anos. Ele vem de vez em quando, passa uns dois dias, vai embora e daí passa um tempo sem aparecer novamente. Bom, a água já está pronta, tome seu banho senhorita Christine.

Valerie: - Obrigada, Hae-ri.

Enquanto Valerie tomava seu banho, ela pensava no quanto aquela família e Seokjin tinham sido gentis com ela. Isso nunca tinha lhe acontecido antes, afinal, todos que a conhecia, sabiam de sua fortuna, e então ela nunca sabia se a gentileza era real.

Valerie pensou: "Aqui estou realmente feliz. Ninguém se interessa pelas minhas posses. Devo ficar por aqui o resto de minha vida? O príncipe também decidiu se casar comigo por minhas riquezas. Para ele é só um casamento de interesses. Não quero essa vida para mim".

Terminou o banho, se vestiu, e desceu para comer.

Madame Song-wa: - Pronto, minha querida. Sirva-se.

Seokjin e Valerie comeram o delicioso ensopado, e depois subiram, cada um para um quarto para descansar.

Quatro horas depois, os dois já estavam de pé.

Seokjin: - Antes de irmos, eu gostaria de te levar a um jardim aqui perto. Acho que irá se encantar.

Valerie: - Claro. Vamos.

Andaram dez minutos e chegaram no jardim um tanto quanto escondido.

Haviam nele tantas flores coloridas que os olhos de Valerie se encheram de lágrimas: - É realmente lindo. Disse ela.

Seokjin: - Mas nada se compara a sua beleza.

Valerie corou no mesmo momento.

Seokjin: - Desculpe se meu elogio lhe pareceu abrupto. Mas é que eu não poderia deixar de fazê-lo.

Valerie: - Fiquei surpresa, eu confesso. Mas gostei.

Eles sentaram-se no jardim, bem em frente a um pequeno lago. Em um dado momento, um feixe de luz bateu no rosto de Seokjin.

Valerie há tempos já estava encantada com a beleza do homem, e aquele raio de sol acabou de lhe trazer uma imagem quase que divina. E ela passou a encará-lo.

Logo, os dois estavam se encarando, e uma energia fora do comum surgiu. Seokjin colocou a mão no rosto dela e colou seus lábios nos de Valerie por alguns segundos.

Então, como se voltasse de um transe, olhou o rosto dela que tinha um certo espanto, e disse:
- Perdão, Christine, eu prometi que a tocaria apenas quando tivesse sua permissão.

Valerie: - Não, não. Eu queria que me tocasse.

Seokjin: - Não entendi. Por quê então espantou-se?

Valerie: - É que....esse foi o meu primeiro beijo!