04. Kimberly?

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ㅡ Trancados? como assim trancados? ㅡ Eu não entendia como podíamos estar trancados numa sala com tanta tecnologia ㅡ Isso não é possível. ㅡ Caminhei frustrada até a porta e tentei abrir, chutei, empurrei, bati... e nada de abrir ela.

Olhei para trás onde Matteo me olhava curioso, como se quisesse saber de algo mas não tivesse coragem de perguntar.
Ele parecia tão concentrado em me olhar que não percebeu que eu também o olhava.

ㅡ O que foi? ㅡ Estalei os dedos na frente dele.

ㅡ ... Nada, ué. ㅡ Ele coçou a cabeça.
ㅡ Você não vai me matar, né?

O olhei indignada, como que ele ainda pode pensar uma coisa dessas de mim?

ㅡ Você é louco né? estamos aqui trancados e você com esse tipo de brincadeira?

ㅡ Desculpa, mas é que dá medo. ㅡ Matteo caminhou até mim e parou na minha frente. Ele me encarou por alguns segundos, pareceu analisar cada detalhe do meu rosto. Nossos olhos se encontraram, aquela situação não estava nenhum pouco desconfortável, pelo contrário, parecia que nos conhecíamos a muito tempo. ㅡ Você não tem uma faca na sua bolsa, tem? ㅡ Ele dirigiu o olhar até a minha bolsa.

ㅡ Você é um idiota. ㅡ Revirei os olhos.

ㅡ É? eu sou? ㅡ Matteo se aproximou mais de mim e num piscar de olhos estava tudo escuro, a luz havia ido embora.

ㅡ Não, isso não é possível. ㅡ Fui para a frente da enorme janela que tem no meu escritório e me inclinei para olhar lá pra fora. ㅡ É só aqui que não tem energia, como pode um prédio desse não ter energia?

ㅡ Vai ver o seu amigo esqueceu de pagar a conta de luz. ㅡ Matteo estava sentado de forma largada no MEU sofá.

ㅡ Se ajeita nesse sofá, por favor? ㅡ Ele começou a rir e sentou "direito".

ㅡ Como você pode ser tão nova e ser tão ranzinza? ㅡ Sorriu convencido.

ㅡ Sabia que eu poderia te demitir por me chamar assim? eu sou sua chefe e mereço respeito.

ㅡ Poderia, mas não vai. ㅡ Sorriu convencido de novo. ㅡ Você precisa de mim, senhorita Smith. E outra, eu sou mais velho que você apenas um ano, pra quê essa formalidade toda?

ㅡ Você me irrita, sabia? ㅡ Sentei na outra ponta do sofá com as mãos em frente ao rosto.

Por uns minutos, um silêncio se instalou na minha sala, apenas a luz da Time Square iluminava-a.

ㅡ Por que você quer tanto ir pra casa? ㅡ Matteo virou-se completamente pra mim, sentando novamente de forma largada no MEU sofá.

ㅡ Tenho que acabar de organizar o próximo evento da empresa. ㅡ Disse de forma direta.

ㅡ Porque trabalha tanto?

ㅡ Porque é preciso, Matteo.

ㅡ E porque tem que ter tantos eventos?

ㅡ Por que é preciso para divulgar o nosso lançamento da nova coleção de roupas.

ㅡ Você gosta dessa vida de celebridade que tem? onde todos te conhecem por onde passa? é bom ser assim?

A pergunta dele ficou se repetindo na minha cabeça. Eu não sabia se gostava realmente daquela vida onde todos me conheciam e eu era o centro das atenções por onde passava. Minha vida é assim desde que me entendo por gente e eu... eu não sabia se gostava daquele estilo de vida. Acho que passar um final de semana longe de tudo aquilo seria tão bom, mas é totalmente impossível.

ㅡ Âmbar? digo... senhorita Smith?

ㅡ ... Sim, gosto.

Me encostei no sofá encarando as luzes da Time Square que era a única fonte de iluminação ali.

A Executiva de Nova Iorque Où les histoires vivent. Découvrez maintenant