12. Âmbar vai me matar.

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Narrado por Matteo

O caminho para a casa de Âmbar foi bem calmo, não demos uma palavra praticamente, foi um silêncio absoluto, mas não um silêncio desconfortável e sim um silêncio bom, mesmo que isso pareça estranho, a companhia de Âmbar é boa quando ela nao está o estresse em pessoa. Depois que deixei ela em casa, fui para o meu apartamento, Ryan não estava, com certeza foi a uma daquelas festas da   faculdade, festas que nunca gostei de ir por achar chato demais. Então, a única coisa que fiz foi tomar banho e ir dormir para não correr riscos de me atrasar amanhã.

Quando me deitei, a proposta de Âmbar me veio a mente e eu em nenhum momento pensei em recusá-la. Era como se através daquilo eu pudesse protegê-la, mesmo que Âmbar seja uma mulher muito independente e segura de si, não sei porque mas vejo nela uma mulher que foi muito machucada e hoje a melhor forma de lidar com isso é se fechando para tudo e todos.

[...]

ㅡ Matteo? Matteo acorda... ㅡ Ouvi algumas batidas na porta do meu quarto. ㅡ Tu não vai trabalhar não, macho? ㅡ Percebi que era a voz de Ryan, olhei para a porta e ele estava escorado na ombreira da mesma com uma xícara de café em mãos, ele estava balançando ela em movimentos circulares.

Não estava me tocando de nada até que peguei meu celular para olhar a hora e vi que que estava atrasado dez minutos, o dia já começou mal, Âmbar vai me matar.

ㅡ Porque não me chamou antes? ㅡ Dei um pulo da cama e Ryan me encarou como quem não tem nada a ver com isso. ㅡ A Âmbar vai me matar... A Âmbar vai me matar... ㅡ Resmunguei isso indo até o banheiro.

ㅡ Eu não acordo cedo e tu sabe, foi Deus que me acordou pra te chamar.
ㅡ Olhei rapidamente para fora do banheiro para vê-lo falar. ㅡ Agora, se a senhorita sua chefe vai lhe matar já não é problema meu, a minha boa obra do dia eu já fiz.

Xinguei Ryan mentalmente porque nem pra abrir a boca eu tinha tempo. Tomei banho rápido, me arrumei e peguei a chave do carro de cima da mesa, Ryan estava na porta segurando uma garrafa térmica que com certeza tinha café.

ㅡ  Boa sorte irmão. ㅡ Ele riu debochadamente. ㅡ Que Deus te abençoe e te livre da fera que te espera. ㅡ Riu mais uma vez.

ㅡ Se ferrar, Ryan. ㅡ Respondi indo em direção ao elevador onde pude escutar mais uma gargalhada do meu querido amigo. Apertei várias e várias vezes o botão para que a porta do elevador abrisse mas não estava funcionando, só aí eu já tinha perdido uns cinco minutos.

Resolvi ir pelas escadas só pensando que Âmbar me mataria pelo meu atraso. Desci aquelas escadas tão rápido que nem me toquei que moro no sexto andar e que se fosse em outro momento teria me cansado muito, mas eu não tinha tempo nem pra ficar cansado.

Pelo menos no estacionamento não tive problemas e foi até que rápido para sair com o carro dali. O problema foi quando chegou perto da empresa e a via em que eu estava começou a ficar engarrafada, pelo jeito hoje é meu dia de sorte. Me aproximei mais para tentar enxergar o motivo daquilo e vi mais pessoas ao redor do que me parecia um acidente, as pessoas daqui já estão que nem o pessoal do Brasil quando acontece acidente e eles vão pra cima pra saber o que causou aquilo e poder espalhar a fofoca.

Passei quase vinte minutos naquele engarrafamento, eu estava extremamente atrasado e Âmbar ia me matar.

Finalmente a fila de carros começou a andar e tempo depois eu já estava no estacionamento da Smith Clothing orando em dez línguas diferentes para não ser demitido.
Estacionei o carro e saí correndo de dentro dele, quando já estava quase na porta da empresa, lembrei que não tinha trancado ele e tive que voltar.

Quando coloquei os pés dentro da Smith Clothing, automaticamente todos olharam para mim, alguns balançando a cabeça negativamente e outros me olhando com o olhar mais triste possível como se já soubessem do que está me esperando.

Balancei a cabeça positivamente para eles e entrei no elevador, segundos depois já estava no andar do escritório. A porta se abriu e pude ver Vitória que me olhou com a maior cara de você está muito ferrado.

Respirei fundo umas cinco vezes e bati na porta, não escutei Âmbar me mandar entrar e então deduzi que eu TINHA que entrar. Quando abri a porta vi a imagem mais linda do mundo a minha frente, Âmbar com a postura perfeita encostada na sua mesa, ela me viu e olhou no seu relógio de pulso, balançou a cabeça e o meu coração quase sai pela boca, o medo dela me demitir aumentou dentro de mim, não queria deixar o meu emprego, pelo incrível que pareça eu gosto dele e também gosto de tirar sorrisos da minha chefe que é uma geladeira ambulante.

ㅡ Matteo... ㅡ Ela olhou mais uma vez no seu relógio de pulso e ergueu o olhar para mim, o que me fez engolir em seco, Âmbar tinha um olhar intimidador, era como se ela soubesse de todos os meus pecados e fosse espalha-los para Deus e o mundo todo. ㅡ O senhor está atrasado a quarenta e cinco minutos e vinte e sete segundos. ㅡ Espera, ela estava cronometrando o tempo que me atrasei?

CONTINUA... 

A Executiva de Nova Iorque Where stories live. Discover now