Chapter 6| Evil

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5| Mal
|Billie|

Eu percebi o que meu pai fazia para ter tanto dinheiro quando tinha uns nove ou dez anos. Foi um momento difícil na minha vida, mas eu não deixei que isso me impedisse de correr atrás de respostas e descobrir o real trabalho do meu pai.

No começo, foi um choque. Eu não quis acreditar e por isso, fui até a pessoa que poderia me contar a verdade. Eu não queria acreditar que meu pai matava pessoas.

Não queria acreditar que meu pai faria de tudo para continuar no poder.

A única que poderia me ajudar era a pessoa mais próxima do meu pai naquela época.

Minha mãe.

Maggie ainda estava viva e me contou tudo o que eu precisava fazer, deixando claro, que tudo o que meu pai fazia era pela nossa família.

E eu acreditei no início. Acreditei que era necessário que ele roubasse, e matasse pessoas se isso significasse que ele estava cuidando da gente. Eu pensava que era a forma que ele dizia "eu te amo", já que papai nunca foi muito presente.

Com o tempo, e com as mortes dos membros da nossa família. Eu vi que eu estava enganada.

Meu pai não fazia nada por nossa família, ele fazia por ele. E somente ele.

Por conta do exemplo que eu tinha, eu aprendi a fazer o mesmo.

Aprendi a fazer tudo por mim, e para mim. Aprendi a pensar primeiro no meu bem estar e na minha felicidade. Porque eu não queria acabar como minha mãe e meu irmão.

Minha mãe doou toda a sua vida para que meu pai continuasse no poder. Finneas passou a vida inteira treinando para um dia ocupar a cadeira que meu pai ocupa.

Sempre pensando nele, e nunca em si mesmos.

Por isso acabaram onde acabaram.

Eu já vi meu pai fazendo as maiores atrocidades, tudo para continuar onde está.

E nada poderia me surpreender mais.

Nessa manhã, fui acordada por alguns funcionários da casa. Dom agarrado em mim enquanto dormia serenamente.

"Seu pai está de esperando no andar de baixo, ele quer ter uma palavra com todos da casa". Foi o que disseram, antes de saírem nervosos.

Acordei Dom, fiz minha higiene e desci.

No andar de baixo, encontrando todos os seguranças, os guarda-costas que acompanhavam quando saíamos, os cozinheiros, enfim, todos que frequentavam a casa e dormiam ali.

— Tudo bem, e o que ele vai fazer? Ele vai dar uma palestra ou algo do tipo — Angie riu fraco, olhando ao redor.

Minha guarda-costas, estava com os braços cruzados, seu típico sorriso e jaqueta de couro.

— Não ligue para ela, senhorita O'Connell. Angie não consegue ficar dez minutos prestando atenção na mesma coisa — Lilith também estava ali.

Seus cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo e seu aparelho auditivo tinha uma figurinha rosa colocada nele.

Quando meu pai entrou na sala, ao lado do senhor Carter, nosso contador, e de Lana, eu descobri o que estava acontecendo.

Olhei para baixo, xingando.

Era hora do show do Patrick O'Connell.

E pela primeira vez, eu me senti envergonhada. Dom já presenciou isso umas duas vezes, mas Angie, não.

— Bom dia, meus amigos, meus companheiros, as pessoas que me ajudam a manter essa casa de pé e limpa — ele começou, sorrindo e abrindo os braços para cumprimentar todos de uma vez.

Bodyguard • Billie Eilish • ✅Where stories live. Discover now