Chapter 26| Selfish

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26/27 Egoísta
Billie


Viver na mansão sem Angie era solitário, e eu só estava sem ela fazia um dia. Esse dia foi triste e fez meu coração doer com as lembranças dos dias em que passamos juntas.

Eu me lembro o sentimento ruim que me consumiu quando eu cheguei na manhã anterior e não a encontrei. Meu pai sorriu, um sorriso triunfante de alguém que tinha conseguido o que queria e disse que Angie havia se demitido, que ela apenas pegou as coisas e foi embora, mesmo faltando poucos meses para completar seu primeiro é último ano.

É claro que eu não acreditei em suas palavras.

Eu conheço o meu pai o suficiente para saber que ele estava por trás de tudo aquilo.

Eu não conseguia pensar com clareza, mas sim, era ele. E Dominic o ajudaria a fazer qualquer coisa se isso significasse que ele se vingaria por seu ego ferido.

Eu sei que meu pai faria coisas absurdas para manter seu império funcionando do jeito que ele quer.

O que eu não sabia, era o quão longe ele havia ido para que as coisas acontecessem da maneira que ele queria.

O segundo dia sem Angie ocorreu de forma tranquila, ainda chato, ainda triste e ainda solitário. Mas de maneira mais tranquila do que a manhã anterior. A casa estava cheia de repórteres e eu recebia uma ligação a cada dez segundos.

Estava um caos, mas hoje, tudo voltou ao normal.

Suspirei, deixando meu celular na cômoda ao lado da cama e me deitando na cama.

Eu ainda tinha esperanças de receber alguma ligação de Angie.

.

— Eu preciso dos melhores. Procure pessoas com a ficha parecida com a da senhorita Clarke. Ela era boa no que fazia — meu pai disse, olhando para Lana — Você está dispensada, não precisa mais trabalhar tão perto de Billie —

— Pai... —

— Eu estou atrasado, volto logo — ele me deu um beijo rápido, saindo da porta do meu quarto tão rápido quanto ele apareceu.

Para a minha surpresa, antes que eu pudesse fechar a porta e voltar para a minha solidão, Lana entrou no quarto, indo direto para a janela.

Ela ficou um tempo ali, e depois de alguns minutos ela se virou, mexendo nos bolsos da sua jaqueta de couro.

— Alguém pediu para eu te entregar isso — ela me entregou um pedaço de papel surrado.

Eu não precisei perguntar quem havia mandado aquilo. Eu reconheci a letra assim que bati o olho. Lendo as três frases do papel.

– Foi a única forma que eu encontrei de te manter fora da cadeia e eu sinto muito por não ter arrumado outra forma de te ajudar.
– Seu pai é um filha da puta e ele não é quem você pensa.
– Eu te amo.

Sua letra estava meio borrada, como se ela tivesse escrito tudo de forma rápida. Mas ela escreveu.

Pelo menos, ela escreveu.

— Eu não pude te entregar antes, seu pai está um pouco... Preocupado em relação ao seu romance com a Clarke. Acho que a partir de agora seus seguranças vão ser velhos de quarenta anos ou mais — Lana riu fraco, ainda olhando para a janela, provavelmente com medo do meu pai voltar e ver a nossa conversa.

— Como se eu fosse me sentir mais a vontade com velhos de quarenta anos — eu com certeza não me sinto a vontade sabendo que as próximas pessoas que me seguiram para todo o lugar que eu vão ser homens velhos.

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