03 | Inteiramente egocêntrica

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🖇 | Boa leitura!

Só mais um paciente e eu terminaria o meu dia de trabalho

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Só mais um paciente e eu terminaria o meu dia de trabalho. Estiquei as minhas costas certificando-me de ter total energia para mais uma sessão e logo depois pedi para a Allie, minha assistente, deixar a paciente entrar.

A porta foi aberta por uma ruiva com uma postura imponente e roupas caras. O barulho dos seus saltos batendo contra o piso foi o único som que ela fez, já que sequer se preocupou em pedir licença ou me cumprimentar. Ao sentar no divã em minha frente, retirou os seus óculos escuros me permitindo ver os seus olhos castanhos claramente. É claro que eu não podia julgar a personalidade dos meus paciente por causa da aparência, mas tinha certeza de que aquela mulher diria algumas coisas ácidas para mim quando eu começasse a ser sincero demais.

— A gente vai começar ou você só vai ficar parado me encarando? — questionou de forma rude.

Por alguma razão achei que a voz dela seria enjoada, mas na verdade o som era firme e seria agradável se as palavras também fossem.

— Dulce Maria Saviñon. — li o nome dela na ficha. — Devo chamá-la de Dulce ou de Maria?

— Dulce Maria. — pousou as mãos sobre o colo e manteve uma expressão de superioridade.

— Está confortável, Dulce Maria?

Ela olhou para o divã, passou a mão no estofado e esfregou os dedos como se estivesse limpando poeira entre eles, mas eu sabia perfeitamente que não estava sujo.

— Depende, doutor. Quantas bundas sentaram aqui hoje? — franziu o nariz em uma suave expressão de nojo.

— Algumas.

— Ok... Digamos que eu esteja cinquenta por cento confortável. — sua postura era tão rígida que ela sequer relaxava as costas no encosto.

— Você pode se deitar se quiser. Quanto mais confortável melhor.

Ela soltou uma risada exagerada.

— O meu cabelo é caro, deve ter notado. — jogou as mechas para trás.

— Me fale um pouco sobre você, Dulce Maria. — comecei aquilo de uma vez.

— Eu sou filha única de um programador que desenvolve sistemas de segurança para várias empresas de tecnologia. Moro sozinha em um bairro nobre de Beverly Hills desde que o meu pai resolveu ir morar na Grécia. Eu adoro fazer compras, ir ao salão e ao spa. Também gosto de fazer festas, mas elas têm me entediado rápido ultimamente. Eu adoro assistir comédias românticas e adoro falar sobre mim, mas só porque todo mundo gosta de ouvir.

Eu esperei que ela falasse mais, mas aquilo pareceu ser tudo.

— Você não tem um emprego? — questionei.

— Por que eu teria? — riu. — O meu pai ganha mais de nove dígitos por ano.

— Você não falou sobre a sua mãe.

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