29 | Mundo pequeno

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🖇 | Boa leitura!

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4 anos depois...

Estar prestes a começar um novo rumo na minha carreira me deixou ansioso nos últimos meses. Mas eu estava finalmente em Nova York e podia começar algo novo depois desses últimos quatro anos totalmente empacado no meu consultório. Eu odiava ter que me entregar à mesmice, então estar trabalhando em algo novo era ótimo para o meu psicológico. Além disso, respirar novos ares em uma nova cidade poderia me revigorar.

Começaria a lecionar na universidade de Columbia na semana seguinte depois de ter dedicado os últimos dois anos a um mestrado de psicologia. Agora eu podia trabalhar oficialmente como professor, mas faria atendimentos particulares sempre que possível.

Estava caminhando de volta para o meu novo apartamento quando resolvi parar em uma livraria. Comecei a olhar os exemplares nas prateleiras e me concentrar nisso. No corredor ao lado, eu podia ouvir um casal conversando de maneira bem melosa.

— Ah, meu amor, você é a melhor. — o homem disse.

— Eu sei disso. — a mulher riu de forma alegre.

— Claro que sabe. — ele concordou. — E é por isso que eu te amo. Você está sempre tão confiante e sempre sabe o que fazer.

— É como eu sempre digo, meu amor. Eu não preciso de autoestima, a autoestima é quem precisa de mim.

Gelei ao ouvir aquela frase. Não podia ser, mas até que aquela risada pareceu estranhamente familiar. Querendo matar a minha curiosidade, eu dei a volta no corredor e espiei o outro lado. E, de fato, era a Dulce. Ela estava com o cabelo de cor diferente, um tom de castanho claro para médio, mas de resto ainda era a mesma. Segurando um livro em uma mão, ela usava o braço livre para se segurar nos ombros do homem que a beijava.

Ambos estavam sorrindo quando se afastaram e eu reconheci bem aquele olhar no rosto dela. Era o mesmo olhar que ela já dirigiu tantas vezes a mim.

Os dois me notaram e olharam na minha direção. O homem franziu a testa com certeza por não entender o porquê de um estranho estar encarando ele com a namorada, já ela ficou boquiaberta e demorou até pensar em dizer alguma coisa.

— Christopher? — indagou confusa.

— Oi, Dulce.

Ela desviou brevemente o olhar para o namorado e decidiu abordar uma outra iniciativa naquilo.

— Quanto tempo! — sorriu como se estivesse tudo bem entre nós.

— Pois é. — tentei sorrir também. — Não sabia que estava na cidade.

— Eu moro aqui na verdade.

— Sério? — fiquei surpreso e perguntei a mim mesmo em que momento ela decidiu ir morar em Nova York. Teria sido durante a viagem que deveria ter sido feita comigo?

A Melhor Parte De MimOnde histórias criam vida. Descubra agora