Aflita - Cap 11

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P.O.V. Helena.

Acordei, na verdade, eu quase não dormi, não conseguia parar de pensar na Gi.

Levantei da cama devagar para não acordar o Lucas que dormia ali. Peguei minha toalha e fui tomar um banho.

Por um segundo eu pensei que era um pesadelo, mas não, não era. Eu não me sinto mais uma boa irmã, eu me sinto até um pouco culpada pois ela estava sobre meus cuidados.

Eu só espero que ache ela logo. Não sei pelo o que a Gi está passando neste exato momento, e isso me deixa muito aflita, mas eu espero que ela apareça logo, e por enquanto, eu vou fazer o que for preciso para que isso aconteça sem demoras.

Saí do banho e coloquei uma roupa confortável, então antes de sair do apartamento, o Lucas aparece na sala.

- Onde cê vai?

- Eu vou até a delegacia. - Disse e abri a porta.

- Você não quer que eu vá com você?

- Depois você me encontra por ai, eu já vou. - Disse e saí do apartamento.

(...)

- Como foi? - Lucas pergunta.


- Ah, é...eles só começam as buscas depois de vinte e quatro horas do desaparecimento.

- Eu imaginei.

- Então, você vem comigo dessa vez?

- Claro que vou.

- E eu também. - A Bia entra no apartamento.

- Então vamos. - Eu disse e sai.

Entramos no carro do Lucas e logo ele começou a dirigir.

- Dessa vez a gente vai um pouco mais longe, pode ser? - Questionei.

- Tudo bem.

O Lucas dirigia mas numa velocidade menor, era bem melhor para prestar atenção em tudo. Eu não sabia se aquele era o jeito certo de procurar uma adolescente "desaparecida" mas eu só queria acha-lá logo.

(...)

Nós procuramos a manhã inteira, e mais uma vez, nenhum sinal da Gi. Eu já estava com meu coração apertado só de pensar que a minha irmã estava sozinha por ai...

Minha preocupação já era grande.

Cheguei no meu apartamento com a Bia, o Lucas teve que ir gravar. Voltei a tentar ligar para a Gi, mas ela não atendia.

- Calma Helena, come alguma coisa. - A Bia senta no sofá ao meu lado.

- Que calma o que, Bia! A minha irmã não aparece desde ontem!

- Mas ela vai aparecer.

- A culpa é minha. - Cobri meu rosto com minhas mãos.

- Não é culpa sua, Helena!

- É sim!

- Desse jeito você só piora tudo! Você tem que ficar calma, como é que você vai fazer uma busca descente se estiver com as mãos tremendo desse jeito?!

Suspirei. - Tá bem, você tem razão.

Ela levantou do sofá e logo voltou com um copo d'água. - Toma.

Peguei o copo. - Obrigada.

- Por nada, amiga.

Por que a Bia tem paciencia comigo? Eu vivi a minha vida inteira falando mal de mim mesma e ela sempre fala que não é verdade. A vida inteira! Como ela consegue me aturar?!

Aí eu, falando mal de mim mesma de novo. Me desculpem, eu sei que é irritante.

Eu passei algumas horas ligando para a policia, ligando para a Gi e tentando achar algo na internet, algo que pudesse me ajudar, mas nada serviu, então resolvi voltar a andar pelas ruas, e a Bia veio junto comigo.

Começamos a andar por ali e sempre atentas, até que de tanto andar, chegamos em uma rua meio deserta. Haviam casas pequenas, mas não havia praticamente ninguém por lá.

- Aqui me dá um pouquinho de medo. - Bia disse.

- Acho que não tem do que ter medo, ainda não escureceu. - Disse observando um beco meio escuro entre duas casas, as maiores que tinham por ali.

Ainda observando o beco, eu percebi algo se movimentando entre alguns edredons sujos e velhos que tinham jogados ali.

- Ai meu Deus, tem alguém ali, eu vou ver. - Disse e fui até lá.

- Meu senhor, Helena, cuidado! - Ouvi a voz da Bia atrás de mim.

Eu caminhei até lá e até que cheguei bem onde haviam os edredons. Com cuidado, eu   tirei o endredom, revelando um cachorrinho. Ele parecia um pinscher.

- Ai. Meu. Deus. - Bia disse fazendo pausas em cada palavra.

- É só um canhorrinho.

- Muito lindo. Eu vou pegar pra mim.

- Ele é meio engraçadinho. - Disse rindo.

- E pequeno, o que é ótimo porque meu apartamento é pequeno também.

- Tá bem, Bia. Pega o seu cachorro que a gente vai continuar procuarando por aqui.

- Vem aqui. - Ela se abaixou para pegar o cachorrinho.

Por um momento eu esqueci o porque deu estar ali, mas não seu nem dois minutos e eu já voltei para a realidade de novo. A aflição voltou.

Wi-fi (T3ddy - Segunda Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora