Duas semanas depois - Cap 82

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Eu já estou bem melhor. É obvio que ainda sinto a falta do Lucas e da Bia, mas não estou tão mal quanto antes. Meu coração aperta ao ver o tempo que estamos afastados, mas eu acho mesmo que é só uma fase. Quando tudo melhorar, eu acho que vamos nos aproximar de novo.

Eu também estou melhor por causa do meu pai. Ele tem me animado muito, e sempre que vê que eu preciso, fala algo me me mantém melhor, que me dá esperanças, que faz sentido...Além de fazer palhaçada. Ele ainda não sabe porque exatamente eu e o Lucas terminamos ou porque eu não falo mais com a Bia, mas eu sinto que ele ainda vai perguntar isso, só não queria perguntar no começo por causa do meu estado. A Alex e o Léo tem me ajudado muito também. Eu só tenho um pouco de medo do que pode acontecer... Porque eu estava pensando bem e percebi que eu realmente não consigo ficar sozinha e bem, no maximo sozinha e com vontade de chorar. É óbvio que por algum momento, sim, eu consigo ficar bem sozinha, mas mais de uma semana ou duas semanas eu começo a me sentir mal. Ou eu ainda não experimentei tentar me acostumar, já que o meu pai não me deixou sozinha, eu não sei. O que eu sei é que eu não posso depender dos outros para ficar feliz, e eu vou tentar passar um tempo sozinha em algum momento da minha vida, por amor a mim mesma.

Ontem eu tive a notícia de que passei na faculdade. Eu fiquei e ainda estou muito feliz, mas eu imaginei comemorar esse momento com a Bia e o Lucas há alguns meses.

Sábado, 15:32

[Léo]- Amiga, depois que eu postei foto com você o meu instagram não para de mostrar notificação, e a maioria dos comentários é... - Ele pegou o celular e começou a ler os comentários. - "Ela ta viva graças a Deus", "Helena, você sumiu, o que aconteceu?", "por que não grava mais com o Lucas?", "Nunca mais vi ela e o Lucas juntos, terminaram?".

- Ai, que droga! - Me joguei no sofá cansada.

- Namorada de famoso, dá nisso. - A Alex disse sentada no tapete com os cotovelos apoiados na mesinha de sento e as mãos na cabeça.

- Quando eu voltar vou ter que dar satisfação pra todo mundo. - Disse.

- A gente faz uma página de fãs com a hashtag "deixem Helena Castro em paz" e todo mundo se cala. - O Léo disse e eu ri.

- Ou ela só diz "Me desculpem, passei por alguns problemas mas já está tudo bem" e pronto. - Alex.

- É, isso parece facil.

- Mas agora chega desse papo. Cadê o seu pai? - Léo.

- Porque você sempre quer saber do meu pai? Ele tem a minha mãe e o dobro da sua idade tá. - Eu disse e a Alex riu.

- Best, não é isso. Só perguntei.

- Tá legal. Meu pai foi no mercado.

- Entendi...

- E eu acho que vou cozinhar algo legal quando ele voltar. Vocês querem?

- Cozinhar? Não amiga. Você já viu que tudo o que eu faço fica gay. - o Léo disse.

- E o que eu faço fica sapatão. - A Alex completou.

- E o que eu faço fica super legal. Com vocês fica engraçado e com o meu pai mais ainda. - Disse e vi meu pai abrindo e porta com várias sacolas na mão. O Léo foi até lá ajuda-lo enquanto eu tinha vontade de dar mais tapas em seu ombro e a Alex ria da situação.

Meu pai entrou pra cozinha, o Léo queria grudar nele mas eu não deixei e mais uma vez a Alex ria, até eu ouvir batidas na porta. Fui até lá e me surpreendi ao ver o Lucas ali.

- O que você veio fazer aqui? - Perguntei.

- Eu... eu posso entrar? - Ele perguntou e logo eu consegui ouvir a voz do Léo e do meu pai conversando. - Tem alguém ai? - O Lucas perguntou tentando olhar dentro do apartamento.

- Tem, por quê?

- Você já está... com alguém?

- Por que quer saber?

- Sei lá. Eu estou ouvindo vozes masculinas.

- Realmente você não tem que saber quem são.

- Por que você está assim comigo?

- Porque eu acreditei em você, mas você me afastou...de novo.

- Helena, eu juro que não queria estar assim. A gente pode conversar em outro lugar?

- Agora não.

- Então você pode me chamar assim que puder?

- Talvez.

- Helena, me ajuda a nos ajudar.

Eu suspirei, e logo senti alguém do meu lado. Era o meu pai.

- Seu João! Tudo bem com o senhor? - O Lucas perguntou.

- Tudo. - Foi a única coisa que o meu pai disse, e o Lucas tirou o sorriso do rosto ao perceber que se continuasse ali, o meu pai ia continuar com as implicâncias.

- Eu vim conversar com a Helena, mas parece que agora não tem como né, então já vou. - O Lucas disse e logo o Léo apareceu na porta também.

- Já vai tarde amor. - O Léo disse e eu sai dali, entrei no apartamento e apenas meu pai e o Léo ficaram na porta. Eu ria mas ao mesmo tempo sentia pena do Lucas por estar tendo que ouvir um monte do Léo e aguentar os olhares do meu pai. - Ursão, a nossa Heleninha não tem tempo pra você ta bom, não vem mais atrás. - O Léo disse e fechou a porta. Adivinhem o que a Alex fazia?

Isso mesmo, ela ria.

P.o.v. Lucas.

Antes de ser chutado do apartamento da Helena pelo tal do Léo, eu sai de lá. E sério que eu machuquei a Helena ao ponto de deixá-la brava e me tratar de uma forma grosseira durante três semanas? Porque é assim que ela me trata desde que terminamos, há três semanas atrás.

Eu sinto meu coração apertar mais e mais a cada dia que acordo e não vejo a Helena deitada ao meu lado ou não posso ir até seu apartamento e a sentir de perto, ser apertado pelo seu abraço. É como se a esperança fosse diminuindo a cada dia. Eu me pergunto quando isso vai acabar, porque a cada dia que demora a acabar, é uma chance de não voltar a ser como antes. Eu só sinto muita falta dela, e espero que ela sinta a minha também. Juro que se dependesse de mim, já estariamos juntos novamente. Eu não quero e nem consigo acreditar que acabou.

(...)

- Cara, esquece ela. - O Mauro disse enquanto eu olhava pro teto deitado em minha cama.

- Ah, sim. É só abrir a minha cabeça e arrancar a tudo o que é relacionado a ela daqui. Depois fecha a minha cabeça de novo e tá tudo certo. - Disse sendo irônico.

- A Helena não te irrita não?

- Não. Elá é fofa, e carinhosa, e estressada as vezes, mas é fofa, e linda, e gentil, e fofa, e engraçada, e fofa de novo.

- Não, ela é grudenta, isso sim.

- De uma forma agradável, não irritante. Ela já grudou em você por acaso?

- Não.

- Então pronto, não fala o que você não sabe.

- Eu sei uma forma de você esquecer ela.

- Mauro, Maurinho, meu amigo. Pega esse travesseiro aqui. - Peguei o travesseiro que estava debaixo da minha cabeça e joguei nele, e ele agarrou o mesmo. - Cheira. - Eu disse e ele fez. - Tem cheiro de quê?

- Perfume, perfume doce.

- Tá vendo Mauro. É o perfume dela!

- Tá foda hein.

- Pois é Mauro.

Wi-fi (T3ddy - Segunda Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora