Um mês depois - Cap 59

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Faz um mês e duas semanas desde que eu descobri que estava grávida.
Eu e o Lucas já decidimos várias coisas sobre o casamento, só ainda não marcamos nada.
Nesse tempo nós já pensamos em nomes para o ou a bebê, pensamos em lugares para o casamento, eu já surtei demais só de ver um bebê na rua. Eu só acho que essa é a melhor fase de toda a minha existência, ou vai ter uma que vai conseguir ser melhor, a de quando o casamento acontecer, eu estiver na minha nova casa com o Lucas e o meu filho...ou filha. Imaginar isso deixa meu coração quentinho.
Contando tudo, fazem três meses que eu estou grávida.
A Bia disse que esse mês eu e o Lucas ficamos praticamente inseparáveis. Eu concordo, eu sei, e isso é muito bom pra mim, e parece que pra ele também.
Meu pai vem me ligando quase todos os dias. Ele pergunta se eu estou bem, se eu preciso de algo e até pergunta se o Lucas tem cuidado bem de mim quando eu preciso dele. Eu não preciso que alguém cuide de mim, mas eu entendo o que ele quer dizer. Isso me faz rir.
O Lucas anda me mimando muito, e eu não entendo porque eu nunca fiz uma surpresa para ele como ele faz pra mim, mas ele disse que os meus abraços, beijos, o fato de que eu estou grávida e eu já é um presente pra ele. É muito legal o jeito em que ele não se importa de não receber o mesmo exato carinho, mas de algo vocês podem ter certeza, ele recebe muito toque físico de mim.
Os enjoos finalmente acabaram, então agora eu posso comer em paz quando eu quiser. As vezes eu me pergunto se mereço tudo isso. É claro que eu mereço, mas as vezes eu me pergunto. Eu sei, é besteira, mas é isso.
O Lucas faz eu me sentir especial de uma forma que eu não sei explicar. O jeito que ele me trata nunca muda, é sempre a forma respeitosa, gentil e fofa. Ele é muito bom pra mim, e pelo o que ele fala ou pelo jeito que ele demonstra, eu sei que eu também sou boa pra ele. Ele não teria me pedido em casamento se eu não fosse.

Ouvi batidas na porta, então estranhando tudo, fui atender. Era mais de meia noite.

Abri a porta revelando o Lucas ali, com aquele shorts preto, a camiseta mais aleatória que eu já o vi usando e seus oculos.

- Que camisa é essa?

- Sei lá. Eu nem olhei, só vesti. Não queria encontrar alguém sem camisa no elevador. - Ele entrou no apartamento.

- E o que você vem fazer aqui de madrugada?

- Sei lá também.

- Então você falou "ai, eu não tenho mais nada pra fazer de madrugada. Vou dormir? Não. Vou lá com a Helena"

- Você tá falando igual eu.

- Eu sei. - Ri.

Ele sentou no sofá e eu sentei ao seu lado e o abracei.

- Você se perfuma até de madrugada?

- Sim.

- Eu hein.

Fomos para o quarto. Eu me deitei na cama e o Lucas ao meu lado. Virei de costas para ele, senti seus dedos percorrendo sobre meu corpo levemente. Eles iam dos meus ombros até a minha cintura, da minha cintura até os meus ombros por baixo da minha blusa gigante. Eu gosto de dormir com ela por ser bem confortável.

Aquilo me fez sentir sono rapidamente, mas tenho certeza que o Lucas com seu costume de dormir bem tarde não tinha um pingo da vontade de dormir.

Quando eu estava quase pegando no sono, ouvi o Lucas perguntando algo, mas não entendi direito.

- Como é? - Questionei.

- Eu perguntei quando você acha que a gente pode marcar a data do casamento. A gente já devia ter marcado né.

- Verdade. Eu acho que... no final do ano, ai a lua de mel vai ser nas minhas férias. - Disse e virei de frente pra ele.

- Mas demora.

- A gente tá em novembro. Não demora tanto.

- Tá vai. Eu pensei numa coisa bem...

- Você quer falar sobre isso agora mesmo? - Questionei com sono. Meus olhos pesavam.

- Eu tô sem sono.

- E eu com sono.

- Isso que dá dormir cedo e acordar cedo.

- Isso que dá dormir tarde e acordar tarde.

- Tudo bem. - Ele riu fraco. -  Boa noite amor. - Disse e passou suas mãos pelos meus cabelos.

- Boa noite. - Respondi e me aproximei. O abracei ali e senti o cheiro do seu perfume doce em seu pescoço. Eu sempre reclamo que ele passa demais, mas na verdade eu gosto. Senti também suas mãos, que acariciavam meus cabelos assim como eu faço com ele. Lembrei das vezes em que ele parecia um cachorro pedindo cafuné. Não julgo, também faria.

P.o.v. Lucas.

Sentir a Helena tão proxima me dá até sono. Ela dormia abraçada em mim, enquanto eu acariciava seus cabelos.

(...)

Acordei e pra minha surpresa, a Helena ainda estava dormindo. O silencio me deixava ouvir sua respiração, ela estava bem proxima de mim.

A Helena chegou do nada, mas mudou muita coisa. É muito bom pensar que aquela garota que eu desejei me aproximar depois que esbarrei com ela no elevador está aqui comigo dessa forma. É até meio doido pensar isso.
Eu ando meio "incomodado" porque ela vem conversando com o ex dela nesses ultimos dias. Eu não me importo que eles sejam amigos, até porque eu sinto que o Gabriel tenta se aproximar de nós dois, o casal, não só dela, mas sei lá. De qualquer forma eu sinto um pouquinho de ciumes.

A Helena acordou, me apertou em seus braços e levantou. É até meio engraçado o jeito que ela acorda animada esses ultimos dias.

Fomos pra sala. Ela me pediu pra pegar o Johny no meu apartamento e eu lhe entreguei a chave, então ela foi.

- Voltei! - Ela disse com o cachorro no colo.

Ela o soltou no chão, então ele começou a correr em sua volta.

- Vem cá moleque. - Eu o chamei e ele pulou no sofá ao meu lado.

Ela sentou ao meu lado e começou a acariciar o Johny. Ele deitou no sofá enquanto a Helena passava suas mãos pelo seu pelo.

- Sério, me dá esse cachorro.

- Vai ser tanto seu quanto meu ano que vem.

- Verdade né. - Ela me olhou.

Eu me aproximei e lhe beijei.

- O Johny tá vendo. - Ela disse e eu ri.

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