Capítulo 53 - Irmãs

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Camila Cabello  |  Point of View




Estava organizando umas planilhas no escritório de casa, não quis ir a oficina, pois preciso de silêncio para essa parte e por lá isso é impossível. O telefone tocou e atendi, era Sofia pedindo para entrar, então abri o portão.

Logo ela estava ali, Cacau pulava tão alto que Sofia conseguiu segurar ela sem se abaixar.

— Como está? – Perguntei enquanto ela rodeava a mesa para me abraçar.

— Com saudade, um pouco irritada com a sua falta de atenção para comigo e feliz por você estar bem.

— Quando drama, Sofi.

— Eu gosto da sua companhia, Camila. Não é drama. Faz mais de uma semana que não nos vemos.

— Me desculpe por isso, mas aconteceu tanta coisa.

— Como o que?

— A Lauren está grávida. – Ela me encarou, depois olhou para janela e por último negou com a cabeça.

— Você me disse que filhos não estavam nos seus planos.

— Bom… eu nunca tinha pensado sobre, mas gosto da ideia.

— Não! Você pensou sim e disse que não queria filhos, sua rotina com a Lauren estava boa do jeito que estava.

— Foi antes, Sofia. Agora ela está grávida.

— Eu detesto isso em você.

— Isso o que?

— Você sempre se curva a Lauren, nem parece uma relação, é você como um cachorro fazendo todas as vontades dela.

— Você está muito equivocada.

— Queria estar, mas sei que é assim. Eu convivo com vocês e nunca vou me acostumar com isso.

— Seu problema com a Lauren me irrita demais, Sofia. – Ela caminhou até minha frente e se ajoelhou, colocando as mãos sobre minhas coxas.

— Camila… eu amo você, amo mais do que você imagina e eu sei que você não acredita disso porque eu não acreditei em você quando você precisou e eu entendo isso.

— Sofia, só...

— Não. Deixa eu terminar. Ninguém sabe o que eu passei, todos me julgam como a filha mimada blindada que não sofreu, mas eu perdi você, perdi a mamãe e depois o Alejandro. Até então, vocês eram a minha família. Aí acontece tudo aquilo e eu não tinha você para correr, não tinha mais ninguém. O titio só me ajudava me dando coisas, me largando com um psicólogo, mas não era a mesma coisa. Isso não vem muito ao caso, eu só estou tentando falar que você é incrível, Camila. Sacrificou meia vida por mim, salvou minha vida e mesmo passando por tudo que passou, mesmo antes da cadeia, é a pessoa mais doce que eu conheço e eu não posso ver você assim. Você é incrível, forte e é o legítimo mulherão da porra, você não é menos que a Lauren. Sua empresa não menos que o emprego dela, suas decisões não podem valer menos que as dela nesse relacionamento.

— As coisas não são assim, Sofia. Claro que eu acredito no seu amor, mas eu não entendo o que você quer de mim. A Lauren é uma mulher incrível e ela me ama, estamos muito felizes com nossa vida e eu só disse aquelas coisas por estar com medo, eu não tenho referência de pais, nem sei se vou me sair bem. A minha empresa é mais uma distração, não investi muito nela, então ela está sendo muito lucrativa, mas eu não nasci para ficar atrás de uma mesa, eu gostava mais das entregas na empresa do Ro.

— Você vê essa mulher como uma deusa.

— Talvez eu veja, mas não é ruim. Na primeira vez que você me falou sobre isso,  li sobre relacionamentos abusivos e sobre pessoas tóxicas, mas não é nossa situação. Lauren não me faz mal, muito pelo contrário, ela me faz muito feliz. Como eu nunca imaginei ser.

— Relacionamentos não são só sexo, Camila.

— Eu sei e com a Lauren eu tenho o pacote completo. Ela cuida de mim. – Segurei as mãos dela e me levantei a puxando para um abraço. — Eu preciso que você aceite que a Lauren é parte da minha vida e vocês precisam conviver bem para me deixar completamente feliz. Já perdemos muita coisa e não podemos perder mais, quero uma tia presente para meu filho.

— Tudo bem, Camila. Já tivemos essa conversa tantas vezes, não sei mesmo o que me incomoda na Lauren, mas não se anule. Não faça isso com você.

— Eu não sou uma criatura frágil e inocente, Sofi. Eu sei quando algo me faz mal e sei quando algo me faz muito bem, minha vida está perfeita e eu não mudaria nada nela agora. Eu quero esse filho e eu vou mimar demais esse pequeno.

— Meus parabéns. – Ela finalmente falou e me abraçou apertado. — Ele vai trazer muita alegria para sua vida.

— Muito obrigada. Espero que goste da ideia de ser tia.

— Eu amo crianças.

— Pretende ter filhos?

— Talvez um dia. – Ela disse e se afastou. — Abrimos um vinho para comemorar?

— Claro. Pode escolher.

Ela foi a adega e eu continuei o que estava fazendo, ela me ajudou antes de abrirmos a garrafa e brindarmos.

— Alejandro marcou um encontro conosco.

— O que? – Eu disse quase me afogando com o vinho.

— Calma, eu já disse não. Pediu para nós duas visitarmos ele, com a influência dele conseguiu que Juan fosse também. Um último encontro em família antes da sentença final.

— Acha mesmo que ele vai pegar pena de morte?

— Não sei mesmo, mas espero que a justiça seja realmente feita neste caso.

— Justiça. – Revirei os olhos. — Ela é completamente subornável. Ele vai sair ileso dessa e vai atormentar nossas vidas.

— Não acho possível. Isso está com uma repercussão imensa, eles não seriam burros a esse ponto.

— O dinheiro cega, Sofi. – Olhei meu relógio.

— Lauren já deveria ter chegado.

— Que horas Lauren chega?

— Ela não tem horários, tem dias que chega cedo e tem dias que chega tarde pra caralho.

— Eu preparo o jantar hoje. Vou chamar o Tyler.

Assenti e ficamos conversando enquanto ela se aventurou na cozinha, Tyler chegou e colocou uma música, então fui até a casa de Clara e a convidei para ficar conosco já que ela estava sozinha também. Lauren quando chegou ficou meio com pé atrás, mas Sofia foi bem cordial e eu tentei não pensar muito nisso, pois me esgotava demais essa briga delas.

NÃO ESQUEÇAM!

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