Faz De Conta

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Cheguei :)

O

show era na área externa. Estava uma loucura. Os camarotes eram lateralizados. Estava muito top, e ainda tinha a opção de ir para área vip, se quisesse. Apenas camarotes com open bar que tinham essa regalia. Os outros nãos. Estava lotado. O palco era enorme, e tinha quatro telões distribuídos. Ainda estava o show de Joelma rolando, mas parece que estava no final...

Tinha muita mulher bonita e melhor ainda, solteira no local. Maiara estava dançando com uma mulher muito bonita, parecia mais uma artista de tão bonita que era.

Negra, dos cabelos cacheados com mechas loiras e um sorriso cativado. Tinha um corpo repleto de curvas que deixou muito marmanjo de boca aberta, e até mesmo as mulheres que olharam com um pouco de recalque, e desejo. Mas... Foi a ruiva que tinha conseguido conquistar o coração dela, e desde então, não tinham se desgrudado.

Murillo tinha ficado com algumas mulheres. Mas não queria que nenhuma ficasse em seu pé. Estava fazendo desse jeito, xavecando, depois que conseguisse o que queria cada uma para o seu lado. Estava mais interessado em beber, beijar na boca e aproveitar a companhia de Marília.

A loira não estava dando muita moral para ninguém. As mulheres chegavam nela, mas dispensava... Até mesmo os homens, mas Murillo os colocava pra correr. Estava curtindo demais o show, não era fã de Joelma, mas ao menos o ritmo dava para dançar. E era isso que estava fazendo... Enchendo a cara de vodca com água tônica e dançando pra valer.

Joelma agradeceu o carinho do publico e se despediu... A vibração estava boa demais, a expectativa para ver o Luan. Aproveitou que as pessoas tinham parado pra observar as mulheres...

Estava olhando para todos os lados... Outros camarotes, pistas, e área vip... Buscando alguma mulher que despertasse a sua atenção. Mas até agora nenhuma até o exato momento. Os seus olhos pararam numa morena que estava de costas para si. Não a tinha visto até aquele exato momento, achou que a mesma tinha chegado á pouco tempo. Estava na área vip, bebia cerveja e estava acompanhada de outra mulher que estava de costas, mas pareciam intimas.

Marília desenhou o corpo daquela mulher com o olhar... Estava usando um macacão muito pecaminoso que deixava as costas brancas nuas e grudava em sua bunda como uma segunda roupa. O corpo de Marília queimou, a sua pele ficou quente de tanto tesão que ficou com aquela imagem. Ficou impressionada com a reação do seu corpo... Nenhuma mulher além de Maraisa tinha sido capaz de deixar o seu corpo em brasas em apenas um olhar. A loira não sabia quem era aquela mulher, mas a queria loucamente, e não importava que ela estivesse acompanhada.

Aquela mulher tinha que ser dela. Teve que cruzar as pernas e pressionar firmemente para evitar que sua excitação deslizasse pela as suas pernas. Bebeu a sua bebida como se fosse água. Queria vê-la de frente...

- O que você tanto olha? - Maiara perguntou, surgindo mais bêbada que um gambá.

- Aquela gostosa ali... - Marília apontou, mordendo o lábio inferior. - Cadê a sua mulher?

Maiara riu, e fez sinal com as mãos: Voou.

- Hora de conhecer novas bocas. - Maiara riu. Então, olhou em direção para a gostosa de sua irmã. Achou uma semelhança. Aquela mulher não era estranha... - Essa não é a...

Antes mesmo de Maiara completar a sua frase, a mulher virou-se e o sangue de Marília gelou e depois ferveu de tesão, de amor quando os olhos se encontraram... Mesmo longe, o choque atravessou pelo corpo de ambas. Uma eletricidade tão forte que poderia pipocar! Porém, se tornou em raiva...
Em Marília ao perceber que Maraisa estava acompanhada da Rô... E da Maraisa ao ver que Marília estava no show e não tinha comentado nada com ela sobre!

As duas se encararam por um tempo, os olhos se duelando. Os olhos de Marília quase saltaram das órbitas quando a mão de Rô alcançou o rosto de Maraisa e virou seu rosto. Em câmera lenta viu Rô roçar os lábios na boca de Maraisa e puxar para um beijo que a morena correspondeu.

Marília enlouqueceu, todos os sentimentos queimaram dentro de si. Somente os negativos: Ciúme, dor, mágoa, ódio, fúria. Despertando um outro lado dela que era semelhante a bicho.

- Eu vou matar essa puta! - Marília gritou já se virando para descer para área vip. Iria pegar a cabeça de Rô e bateria várias vezes contra a grade até mata-la.

Maiara foi mais rápida e segurou o braço da sua irmã que se virou para ela com ódio e a atingiu com uma tapa. Marília estava descontrolada. Murillo que tinha ido buscar uma bebida espantou-se com o estado de Marília.

- Me solta que eu vou matar aquela rapariga. - Marília gritou, chamando atenção das pessoas que estavam no camarote. Deu outro tapa em Maiara que se viu obrigada a soltá-la.

- Segura ela! - Maiara gritou com a mão no nariz. O tapa foi muito forte.

Murillo correu e segurou Marília que pisou firme no pé dele com o salto. Ele gemeu de dor, porém, não a soltou. A loira começou a se debater nos braços dele, soltando alguns palavrões e o amaldiçoando todos em sua volta. Maiara se aproximou sem medo de ser atingida, segurou o rosto da sua irmã com as duas mãos.

- Olhe pra mim... - Maiara falou alto. Marília se negou a olhá-la. - Marília, olhe pra mim agora ou juro por Deus que irei fazê-la olhar! - Marília olhou para ela. Os olhos cheios de lágrimas. - Eu sei que é difícil... Mas, me escute... Você veio aqui pra se divertir, não estrague a sua noite por causa da Maraisa. Ela optou ficar com aquela mulher, você pode optar em sair superiora nessa história.

- Rô. - Marília fungou, as lágrimas caindo dos seus olhos. - Esse é o nome da mulher que está beijando a Maraisa... Rô a irmã do Danilo. - Começou a chorar. - Beijando! E a Maraisa aceitando...

No fundo, escutaram Luan entrando no palco, e iniciando a música. As pessoas que estavam olhando deixaram de se importar com a vida deles. Maiara olhou bem para a sua irmã, só podia ser efeito da bebida. A loira não era de chorar tão fácil.

Olhou para Murilo, que deu de ombros, não sabia o que fazer. Depois para Marília,  vieram para se divertir, e o plano iria continuar mesmo que a piranha da Maraisa estivesse com outra. Sentiu raiva de sua cunhada. Ou melhor, dizendo ex-cunhada.

- Cadê aquela Marília sangue nos olhos super fodona que eu conheço? - Maiara falou no ouvido da irmã. - Vai deixar que esse projeto de rapariga juntamente com essa puta do caralho estrague a sua noite? Olho por olho, dente por dente. - Certo, esse não era o melhor conselho, mas foda-se... Estava bêbada mesmo. - Olhe á volta, minha irmã, mulher é o que não falta... Aprenda a matar na unha também!

Marília engoliu as lágrimas. Não ira chorar. Não essa noite. Não nesse momento.

- Me solta. - Marília se desvencilhou de Murilo.

Murilo a soltou, então, Marília se virou e tomou a bebida dele: Uísque puro, sem gelo e nem água de coco. Virou. Voltou para onde estava. Se não fosse pra ser feliz que fingisse. Gritou para Luan que cantava no palco e aceitou uma bebida da sua irmã. Vodca pura com gelo. Mesmo querendo olhar para o lado de Maraisa, não fez. Que ela fosse pra puta que pariu...

Foda-se o mundo. Foda-se Maraisa. Foda-se Rô. Queria era dar dedo pra enfatizar o seu pensamento, mas se conformou em apenas curtir a sua cantora favorita.

O problema é que, cada música de Luan, parecia que recebia um tiro. Era muita decepção amorosa. Foi beber mais, se não morresse de amor, que morresse de cachaça.