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— Então... Desde quando isso está acontecendo? — Maraisa gesticulou para Rô. A sua namorada já estava vestida e aparentemente estava muito embaraçada.

Maraisa não estava com raiva de Rô. Seria muito hipócrita se estivesse. No fundo, estava muito feliz por isso ter acontecido, facilitaria o término. Rô estava se sentindo péssima, nunca achou que o seu caso seria rapidamente descoberto, aliás, nem cogitou que seria descoberto! Era muita falta de sorte.

— Desde ontem... — Rô respirou fundo. Então, olhou para Maraisa com a expressão séria. — E você com a Marília? Voltaram?

Maraisa olhou para o teto, gostava da Alves, era a tia de sua filha, não queria que a amizade que tinha antes de qualquer relacionamento fosse destruído. Embora que Rô sempre demonstrou segundas intenções para com ela, à amizade sempre foi o ponto mais alto de tudo.

— Rô. Serei bem sincera com você. Eu amo a Marília, sempre amei e sempre vou amar. Sou muito grata por tudo que fez por mim, por ter ficado ao meu lado nos momentos difíceis, não irei esquecer nunca disto, mas isso não é o suficiente para se manter um relacionamento. Eu não posso me prender á você apenas por isso. — Maraisa respirou fundo. — Sobre o seu investimento em meu negócio, irei pagar com juros e correção monetária. Não misturo negócio com relacionamento... E sejamos sinceras, não estamos na posição de julgar e muito menos acusar uma á outra. Houve traição das duas partes. Sei que deve estar me achando uma imbecil, uma trouxa. Aliás, que mulher iria querer ficar com outra que ficou grávida do seu casinho extraconjugal? Eu quero, sabe por quê? O amor é maior que tudo. Quando se temos um sentimento verdadeiro, á vontade de estar junto e acertar são maiores que tudo. Todo mundo merece uma segunda chance, Rô. E estou disposta a fazer isso com a Marília. Se futuramente não estivermos juntas... — Maraisa deu de ombros. — Ao menos, saberei que tentei.

Rô respirou fundo.

— Desde quando estão agindo pelas minhas costas?

— O dia da inauguração do espaço.

— Eu sabia que o convite para Marília não seria uma boa ideia! — Rô irritou-se. — Já a chamou pensando nisso?

— Não! — Maraisa falou mais alto. — Eu não tinha pensamento de nada. Confesso que queria muito ver a Marília, mas não tinha maliciado nada com ela. Simplesmente aconteceu...

— Inacreditável. — Rô revirou os olhos e bufou. Levantou-se e rumou até á porta. — Eu espero que você seja muito feliz com essa sua escolha e que futuramente não amargue profundamente por essa decisão.

Maraisa se levantou.

— Espere Rô, não precisamos terminar dessa forma. Podemos ser amigas...

Rô riu.

— Me poupe. Não vou me submeter á isso. E sobre o nosso negócio, a partir de hoje, trate com o meu advogado. — Rô disse, depois de uma última olhada para Maraisa, saiu do apartamento e bateu á porta.

Maraisa voltou a se sentar, estava chateada por ter terminado dessa forma com Rô, mas não podia negar que uma grande parte de si, estava aliviada. Estava livre e desimpedida. Depois, tentaria resgatar a amizade com a loira.

— Estou começando a questionar sobre o seu gosto. Rô? A minha inimiga? — Marília comentou com a sua irmã, dando uma mordida na maçã. Depois do choque inicial, estava achando tudo muito hilário. — Está apaixonada por ela?

Maiara estava desolada. Viu quando Rô foi embora, achou que a outra ao menos fosse falar com ela. Mas se enganou. Sentiu-se machucada. Achou que tinha alguma coisa rolando entre elas além da atração sexual. Parecia que estava enganada.

— Estou. — Maiara respondeu. — Mas não é recíproco.

Marília deu outra mordida na maçã. Viu a tristeza nos olhos de sua irmã, sentiu pena. Mesmo não gostando de Rô, e quase tendo uma convulsão ao imaginá-la como a sua cunhada, não podia deixar a sua irmã triste.

— Ela te disse que não era ou você está supondo?

Maiara deu de ombros.

— Ela foi embora e nem me deu um tchau. Nem veio aqui falar comigo e nada. Simplesmente foi embora.

— Diante da situação não seria muito adequado que fizesse isso. No lugar dela, eu também não o faria. — Sarah terminou de comer a maçã e jogou o resto no lixo. — Foi flagrada pela namorada e também flagrou a namorada num amasso com a ex, depois ela e a namorada terminaram. É muita coisa. Provavelmente, ela está chateada e com o orgulho bem ferido.

Maiara pensou direitinho. A sua irmã tinha razão.

— O que acha que devo fazer?

Marília deu uma tapinha amigável na testa de sua irmã.

— Você está muito mole depois de apaixonada. Sei não, viu. Vai atrás dela. Não hoje, deixa a poeira abaixar. Mostre o charme Mendonça para ela. Tenho certeza que não vai resistir. — Olhou para irmã e riu.
— Aliás, não resistiu á um tempo, hum?

Maiara deu um sorriso malicioso e Marília riu. Depois a loira foi para a sala, sentou-se ao lado de Maraisa, e a puxou para um abraço, depositou um beijo no alto da cabeça da morena.

— O que faremos agora?

— Começamos do zero... — Foi à resposta de Maraisa.


Está tão pertinho de acabar🥺

Faz De ContaWhere stories live. Discover now