capítulo 2| reviver o trauma

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Dois anos depois do nascimento de Estela, terceira filha de Pietro e Aurora.

Dois anos depois do nascimento de Estela, terceira filha de Pietro e Aurora

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Já se perguntaram o por que de tanta coisa ruím acontecer na sua vida?

Eu me perguntei isso durante tanto tempo, e nunca achei uma resposta plausível, a não ser que mereci tudo que aconteceu.

Bom, mas talvez eu tenha que superar e seguir em frente, mas não consigo, por mais que tente não supero, fico muito feliz por Miguel conseguir superar, de verdade.

Mas aquela foto... eu ainda tenho.

O único momento em que esqueço daquele fatídico dia é quando estou com eles, a minha família, quando estou escutando as brincadeiras de Bella que agora tem quatro anos com o irmão Lorenzo de três, junto com a prima Maria Isis da mesma idade.

Os três são totalmente diferentes um do outro, Bella é delicada e muito curiosa, Lorenzo é uma mini versão do Pietro, extremamente protetor com as irmãs, sim irmãs, um ano após o casamento da Sara e do Miguel, Pietro novamente engravidou a boreal e ela deu a luz à Estela Ferrari, agora com um ano e nove meses.

E me sinto muito feliz que voltei a tempo do aniversário dela.

Eu pouco vou em minha casa, sempre estou por aqui, e meus sobrinhos me amam e eu à eles, mas a verdade de estar sempre importunando meus amigos, é que desde o dia que tomei uma boa dose de cumpridos para dar um fim a minha dor, por que fui covarde para não puxar o gatilho da minha arma apontada em minha cabeça... com as vozes gritando em minha mente " " faça, essa dor vai passar, é só puxar, vamos "

Mas ao invés disso eu me entupi de remédios para dormir e misturei com Bourbon, poderia ter dado sorte e dormido para sempre, mas cá estou eu, lutando contra as vozes que rondam minha mente, instigando-a, esperando só um momento para que, eu fraqueje.

E o motivo de viver tanto aqui é por medo de ficar sozinho e as vozes me vencerem, dá última vez que tentei acabar com meus tormentos, Miguel encontrou-me desmaiado sobre a cama, quando acordei em um hospital pude ver o desespero e preocupação em seu rosto, prometi a mim mesmo que era hora de deixar os meus demônios trancados e esquecer este trauma, não só por ele, mas por todos meus amigos.

Decidi fazer terapia mas a primeira coisa que fiz foi comer a minha psicóloga, ela era uma gostosa, mas infelizmente isso não ajudava em nada meu problema.

Estava preste a desistir quando encontrei um homem chamado Conjuan, mas o chamo de Juan, tem me ajudado bastante, no começo não entendi muito bem o famoso " reviver o trauma" mas contei tudo que lembrava daquele dia e não me julgou, nem com palavras nem com o olhar, e muito menos demonstrou pena.

Outra coisa que não mencionei é que minha mãe, bom, ela nunca mais olhou em minha cara, não do mesmo jeito que antes, tudo que via quando a encontrava era desprezo e nojo ao se deparar comigo.

Não a culpo, mas dói tanto, e tive que me aperfeiçoar a não sentir nada, e aos poucos fui me adaptando, agora apenas ignoro sua indiferença para comigo.

Por falar em " sentir ", fiquei esses dois anos fora da Itália, mas não me preocupei em relação a empresa, deixei nas mãos de Sara e a Marina, Malena, Malina, ajudou a mesma.

Estive tratando da minha saúde mental, mesmo triste por perder o nascimento e crescimento da Estrelinha, sei que foi melhor assim, estava muito oscilante a bebida e a nicotina já não faziam mais efeitos, e nem os remédios para dormir, estive a ponto de me tornar um viciado e só de imaginar que beirei a isso, me sinto sujo.

Faz dois meses que voltei e que estou hospedado de mala e cuia na casa do Ferrari, todavia, ainda não dei o ar da minha graça na empresa, mas irei fazê-lo amanhã.

Olhando Bella, Lorenzo e Isis, um esticando o cabelo do outro, Bella com certa vantagem, estica o de Lorenzo que beliscou Isis que lhe acertou um tapa no braço.

__ eu sou uma menininha de repeito.__ diz colocando os dois braços apoiados na cintura numa pose idêntica a da mãe quando está emburrada.

__ Lorenzo, não belisque sua prima!__ Aurora esbraveja e os três somem pelo jardim, as pobres babás vão afoitas atrás dos três pequenos.

__ sinto tanta dó delas.__ falo e Aurora sorri.

__ são muito bem pagas, você sabe, um é bom, dois é legal, mas três? Como cuidar de três crianças sozinhas, não dou conta.

__ você nem precisa meu anjo, você é cheia da grana.__ digo a fazendo revirar os olhos e focar em um ponto fixo atrás de mim, nem precisei virar, para saber que se tratava de seu marido, fazia três anos que o dois estavam casados e as poucas vezes que estive ao lado deles, sempre os via em um flerte intenso, como se só houvesse os dois, envolvidos em uma bolha só deles.

Podia sentir a química me queimando.

__ com licença.__ falo, deixando os dois se encarando e não escuto nem um " tchau "

Sigo para o jardim atrás das três crianças, no entanto fui puxado para parar ao ver uma loirinha bem pequena com os olhos azuis fitando-me.

O vestido era verde água, os cabelos amarrados num penteado fofo, os pés envolvidos por uma meia branca e sapatilha vermelha.

__ oi tio Elan.__ esse " Elan " acabava comigo de uma forma que não sei descrever.

Desde que cheguei ela me rouba para si.

__ oi pedaço de gente, tudo bem?__ questiono a pegando em meu colo e ela solta uma gargalhada daquelas que os bebês dão e que fazem a gente se sentir um completo bobo.

__ Xim, meus irmãos não quelem blincar comigo.__ disse com um pesar que doeu no meu peito.

__ que feio, quer que eu brinque com você?__ pergunto e ela abre um sorriso enorme e suspiro, Pietro tem um pincel no lugar da rola, por que, essas crianças são uma mais linda que a outra, e só um tolo para não perceber.

Quero nem imaginar a dor de cabeça que ele deve ter, só de pensar nas filhas, sorrio ao lembrar de dia que descobrimos que era menina, este episódio eu não poderia perder, era tão engraçado acompanhar as feições do meu amigo, mas essa, foi a mais engraçada, a médica disse " parabéns senhor e senhora Ferrari, terão mais uma menina"

Ele que estava segurando a mão da esposa, de repente teve uma queda de pressão e desmaiou, sim, desmaiou.

__ está lindo de que tio?__ a pequena me pergunta e sorrio.

__ do seu pai.

Suas pequenas sobrancelhas se arqueiam, indicando que não entendeu, mas nada, nada me preparou para o momento seguinte.

__ tio, faz um neném pra blincar comigo.

Eu congelei na hora, meu medo além de amar alguém de novo, era esse, colocar uma criança no mundo sem saber se eu seria um bom pai.

Mas uma mentirinha do bem não iria doer.

__ faço sim, o tio só precisa de um mulher para isso.

__ poque?__ pergunta curiosa e franzo o cenho.

__ conhece a história do passarinho?

__ não.

__ pois bem, um passarinho com sede...







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Kkakakakaka




Libertada Pelo Mafioso - livro 3 - série: Mafiosos Impecáveis Onde as histórias ganham vida. Descobre agora