Explicações

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POV. Meredith
Já tinham passado uns 4 meses desde que comecei a falar com Derek e ainda não lhe tinha revelado a minha verdadeira identidade.
Eu pensei em contar várias vezes, mas nunca pareceu ser a altura ideal. Estes últimos meses têm sido fantásticos, falar com ele era fantástico.
As cartas vinham mais e com mais frequência, ele nem esperava que eu respondesse e já mandava outra. E apesar de estar feliz, por vezes quando estou deitada à noite lembro-me que a sua felicidade não existe por falar comigo, porque para ele, ele está a falar com Emily. Enquanto as cartas não chegavam, eu ocupava o meu tempo a trabalhar e a fazer algumas reparações aqui em casa.
Tinha acabado de renovar a cozinha e iria começar hoje com o meu quarto, então tinha tirado tudo o que tinha nele para algumas caixas de papelão.
-Sabia que me faltava algo... Se for agora à loja de ferragens, ainda consigo estar aqui a tempo quando o carteiro chegar.- essa era a minha rotina agora, esperar pelo carteiro.
Corri até à loja e comprei todo o material que precisava.
Encontrei Callie no caminho, que insistiu em ajudar-me a carregar as coisas até casa.
Quando chegámos, percebi a porta da entrada meio aberta. Eu tinha deixado a porta destrancada, mas aqui era um bairro seguro...
-Entra, estou aqui atrás de ti pronta para ligar à polícia.- Callie tinha o telefone na mão e seguia-me até dentro de casa.
-Meu deus Emily! Que susto achámos que alguém tinha invadido a casa...- ela estava parada na cozinha, com uma criança nos seus braços e algumas das cartas que estavam na caixa, em cima da mesa, abertas.
-Queres explicar o que é isto? Eu vim até aqui, saber como estavam as obras e como não estavas entrei....- fiquei alguns segundos em silêncio, sem saber o que responder.
-Isso não te dá o direito de invadires a minha casa e mexeres nas minhas coisas.- ela começou a exaltar-se.
-Mas quando és tu a mexeres onde não és chamada, já está tudo bem...- eu sabia que ela tinha razão.
-Mer, eu vou andando... Se precisares é só ligares.- Callie despediu-se e saiu.
-O meu problema não é responderes, isso é inofensivo, é usares o meu nome no final!- não fazia ideia do que dizer.
-Eu respondi a primeira vez e depois ele respondeu... Eu quis contar, mas...- ela olhou-me de cima a baixo.
-Eu sou casada e já segui a minha vida, mas ele é uma pessoa incrível e não merece ser enganado. Não queria que tivesse de chegar a isto, mas... Ou lhe contas quem és e o que fizeste, ou eu mesmo conto-lhe.- e sem dizer mais nada, saiu, fechando a porta com força ao sair.
Sabia o que tinha de fazer, só não sabia porque estava a doer tanto. E então sentei-me na minha secretária, com a caneta na minha mão e comecei a escrever.

"Querido Derek,
Não existe uma forma fácil de contar-te o que vou dizer,então vou ser direta...

POV. Derek
"Eu não sou quem tu pensas que sou. Sou uma fraude. Uma pessoa horrível até.
Quando me mudei para a casa onde estou a viver agora, descobri imensas cartas com o endereço do exército, guardadas e quando a curiosidade falou mais alto, eu abri e comecei a ler.
Senti tanto dó por não saberes o que tinha acontecido e, porque ela já não te respondia, que pensei que se te desse uma resposta, poderias encerrar essa dúvida, mas tu respondeste-me. Apesar de saber que era errado, eu apreciava conversar contigo e vi-me ansiosa para a chegada de mais uma carta sempre que o carteiro parava na minha porta. A verdade é que eu não sou a Emily, com quem tu tanto falavas antigamente. Não espero que entendas os meus motivos, ou que me perdoes, mas espero que saibas que sinto muito que te tenha feito sentir enganado. Não espero que respondas mais, mas se precisares de uma explicação, aqui está o meu contacto, atenderei a qualquer hora.
Um beijo."

Quando acabei de ler pela segunda vez ainda não conseguia acreditar.
Como assim? Se não era a Emily, quem era?
-Mostra-me isso...- Mark pegou na carta e começou a ler em voz alta. Quando chegou na parte em que a pessoa revelou não ser a Emily, ele quase engasgou com a própria saliva.- Oh!.. Meu isto é estranhooo...
-O que esta pessoa espera que eu faça com esta nova informação? Que finja que não é nada e continue a conversar? Já nem tenho a certeza que seja uma mulher, com tudo o que acabei de descobrir não ficaria chocado se fosse um homem com 1,80 m 3 barba grande.- eu estava completamente em choque...
Tudo o que achei ser verdade desmoronou na minha frente.
-Sabes o que tens de fazer, certo Shepherd?
-Sim, queimar todas as cartas e nunca mais conversar com estranhos, devia ter ouvido a minha mãe...- ele olhou para mim como se fosse louco.
-Não seu idiota! Ela...- olhou torto para ele.- Ou ele, estamos a ser abertos... Quem seja que é deixou um número de telefone!
-Eu não vou ligar Mark... Já se passaram o quê? 4 dias desde que ela mandou isto? E mais, lá deve ser tardíssimo.
-Passo a citar "mas se precisares de uma explicação, aqui está o meu contacto, atenderei a qualquer hora.". Eu conheço-te Derek, não vais ter paz contigo mesmo enquanto não tirares esta história a limpo... Vai até ao sargento e diz que recebeste uma carta da tua mãe... Vai lá!- para calar Mark levantei-me e fui até à tenda do sargento.
Inventei a desculpa mais esfarrapada de sempre e que me expulsaria do exército que soubessem que era mentira, e fui até onde tinham os telefones.
Agradeci quando ninguém me seguiu para acompanhar a chamada, teria mais privacidade.
Tirei a carta do bolso do casaco e disquei os números.
Parte de mim, pulava de excitação, mas sabia que provavelmente ninguém iria atender.
Após uns 7 toques, já tinha tirado o telefone do ouvido para desligar, quando ouvi algo que me fez parar.
-Sim?- uma voz sonolenta fez-se ouvir do outro lado da linha e senti todo o meu corpo congelar.
E agora?

Olá olá!
Mais um capítulo!
O quw será que eles vão falar? O Der parece estar
bem chateado...
Será que não se vão entender?
Comentem as vossas teorias e não se esqueçam
de votar.
Antes de me despedir quero agradecer a todas vocês que estão a acompanhar a fic, já chegámos às 100 leituras! ❤️
Um beijo,
Bru

Cartas de um militarWhere stories live. Discover now