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18 de Agosto de 2011.

                                         

E lá estava ele sendo levado pelas viaturas enquanto via as lojas pelas ruas passarem, sentindo o vento frio do camburão com suas mãos imóveis pela algema gelada levado como um peso morto, como se não fosse nada - e agora voltava a ser - ou se quer se lembrava de ter sido algo de fato. Se lamentava profundamente com um ódio tão intenso que mal conseguia racionar, talvez se tivesse ignorado a arma, não ter saído do morro ou ouvido Zayn não se encontraria naquela situação, mas sempre todas as vezes conseguia estar na hora errado no lugar errado, como todas as outras. Em menos de um ano o que era para ter sido sua grande chance havia se tornado aquele furacão, estava exatamente como quando chegou a Brasília - sozinho, com fome e sem ninguém. - exceto por uma única diferença, tinha chegado livre e agora voltava a ser preso.

Louis sabia como a vida funcionava e por mais que tivesse passado por uma situação tenebrosa no reformatório não se comparava com o que passaria na cadeia. O tratamento inicial já havia sido diferente quando o tiraram do camburão com chutes e socos assim pode ter uma amostra de como seria a vida ali. Observava tudo que estava a sua volta, os policiais, as mesas sujas e as diversas pessoas ali paradas enquanto na tv passava um pronunciamento oficial sobre a inflação no país, nada que importasse de verdade.

Foi levado até a sala de dados onde pegaram suas digitais fazendo o registro da queixa, não era a primeira vez que tinha seu nome marcado pois já estava registrado no crime que o fez ir para o reformatório aos quinze anos.

— O vagabundo deu um sumiço com a filha do coronel Azoff anos atrás. - Disse o delegado olhando em seu rosto. — Paguei pelos meus crimes. - Recebendo um riso seguido de um tapa na cara fechou os olhos com força. — Eu sei quem você é, o seu amigo cansou de te bancar no morro? Não fica preocupado não quando as operações chegarem lá ele vem te fazer uma visita. - Engolindo em seco não respondeu nada, sabia que poderia ser usado contra ele. — Tenho direito a uma ligação, e a um advogado. - Respondeu de cabeça abaixada tentando não remoer o passado em sua cabeça. — Tem o direito de tomar no seu cu, mas fica tranquilo isso eles garantem lá dentro. - Parecia que toda sua prepotência havia sumido, sem suas armas, sem seus capangas, sem seu braço direito parecia não ter coragem para nada, mas precisava, se lamentar o levaria a morte e está era uma lição bem vivida em sua vida.

Então recuperando seu ar olhou nos olhos do homem a sua frente e disse novamente com mais firmeza mostrando que não tinha medo, mesmo por dentro estando apavorado.

— Eu tenho o direito da merda de uma ligação. - E a dor surgiu em seu estômago instantaneamente após levar um soco na barriga, mas se recusou a demonstrar dor ou arrependimento. — Vai começar na soli... - Viu o delegado ser interrompido por um homem alto de terno e gravata preta. — Meu cliente não irá começar em lugar algum, aliás ele não deveria estar aqui e já deveria ter recebido sua ligação como manda a lei. - Franzindo a testa sem entender quem era aquele homem Louis apenas se viu satisfeito com a reação negativa do policial a sua frente.

— E quem é você? - Indagou o homem fardado. — Eu sou Matt Dinnadge. E respondo em nome de meu cliente Louis Tomlinson. - Surgindo então o riso de deboche o delegado abriu espaço para que o advogado fosse até seu cliente.

— Eu nem te conheço porra. - Disse intrigado. — Eu sei, me mandaram aqui pra te defender, não era a coisa que eu mais queria estar fazendo agora, mas tenho que pagar essa dívida. - O deixando mais confuso ainda cerrou os olhos. — Que dívida maluco? - Perguntou. — Vou ser mais claro, Zayn Malik me mandou para te defender. - Ao ouvir o nome suspirou fundo se lembrando de toda a briga e das últimas palavras que o carioca desferia para ele, mesmo assim, mesmo ele tendo jurado que deixaria Louis cair sozinho não o fez, a maior prova de que era mesmo seu amigo estava ali na sua frente.

Faroeste Caboclo L.SWhere stories live. Discover now