Por pouco...

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Arizona

  Pulei da cama apavorada, com a sensação de algo estar errado.
  Estava claro demais, eu acordava geralmente quando o dia estava começando a clarear...

  Hoje eu só iria trabalhar a tarde, pois de manhã, eu iria fazer minha prova teórica para o programa de residência...O que eu tinha virado à noite estudando, não era algo anormal, pois já tinha me acostumado a virar noites, não me afetava mais.

  Mas acordei por conta própria hoje.E estava claro demais.Claro demais.

  Olho pro relógio na parede, 7:47 marcava.Puta que pariu!

  Olhei pro meu despertador e vi que ele estava apagado, peguei meu celular, que carregava, e vi que ele não estava carregado....Faltou luz a noite.Merda!

  Tem gente sortuda que nasce com a bunda virada pra lua, eu devo ter nascido com ela virada pro capeta!

  Botei uma calça jeans preta, e uma camisa de botão branca.Pois hoje eu faria a entrevista também...

  A prova era as 8, o próximo metrô que conseguiria pegar sairia 7:50...Não chego lá em 15 minutos nunca.Com o metrô não...

  Saio de casa, corro até ao meu salvador de sempre, e praticamente espanco a porta de Daryl.Enquanto botava meu salto alto.

  Voltei pro meu apartamento e deixei a porta aberta.Enquanto corria pro banheiro, escovar os dentes.

  Essas coisas só acontecem comigo.

— Arizona?
  Daryl entra no meu apartamento, com uma cara amassada, de bermuda preta e sem camisa.Bem sexy diga-se de passagem.

— Me ajuda...
  Faço um biquinho quando penteava o cabelo.

— Sábado, 7:50 da manhã!O que você quer fazer sábado as 7:50 da manhã?!

— Minha prova é hoje... faltou luz ontem, e meu despertador não fez a sua única função dele que é despertar, preciso estar lá às oito, o metrô vai me atrasar toda, eu sinto muito por te pedir is-

— Termina aí.
  Daryl diz e vai apressado pro seu apartamento.

  Faço um rabo de cavalo mais apresentável, sem chance de conseguir me maquiar hoje, espero que não cause uma má impressão sem ela...

  Peguei minha bolsa, que ainda bem que arrumei tudo ontem, já estava tudo ali dentro, era só pegar e ir.

  Saí de casa, fechando a porta, trancando, e Daryl sai dali na mesma hora, com outra roupa, mas sempre vestindo preto, e com dois capacetes na mão.

— Vai chegar a tempo.
  Daryl me entrega meu capacete e me puxa descendo as escadas.

— Daryl, desculpa ter que te acordar e fazer você e-

— Para de pedir desculpa, tô sempre aqui, moramos a metros de distância por uma razão...Se morando a um metro de distância não podemos contar um com outro, não podemos contar com ninguém.

  Ele diz enquanto segurava a minha mão e me guiava até o estacionamento do prédio.

  Daryl era o melhor...Tá pra nascer alguém com o coração maior que o dele.

E como seria se...Where stories live. Discover now