Capítulo 12

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⁠"Eu parecia ter as mãos vazias. Mas estava certo de mim mesmo, certo de tudo (...) certo da minha vida e desta morte que se aproximava. Sim, não sabia mais nada que isto. Mas, ao menos, segurava esta verdade, tanto como esta verdade me segurava a mim"

-Albert Camus

Na manhã seguinte, Harry encontrava-se sozinho na sala de jantar quando Ares, o elfo doméstico de Hadrian, apareceu para lhe dar a correspondência e o jornal. Ele logo viu que tinha 3 cartas de Dumbledore, Sirius e Ronald e um berrador de Hermione.

Quando ele ia abrir a carta de Dumbledore Hadrian e Thomas chegaram e sentaram-se cada um no seu local. Hadrian então o cumprimentou seguido de Tom quando ele viu as cartas.

- De quem são?- Hadrian perguntou com curiosidade enquanto se servia.

- As cartas são de Dumbledore, Sirius e Ronald e eu tenho em berrador de Hermione.- Harry comentou- O que está acontecer?

- Dumbledore chamou uma reunião ontem para acusar Thomas de ser Voldemort. Nem acredito que ele fez isso, mas foi comprovado com um teste de herança que eles são apenas primos distantes como nós somos.- Hadrian então voltou ao ponto- Eu aproveitei a reunião e acusei Dumbledore, Weasley e Granger de roubo de propriedade e mais algumas coisinhas.

- O julgamento será dia 27 daqui a dois dias, se quiseres ir podes ir.- Tom falou- Dumbledore ficou preso, Weasley e Granger receberam uma carta a informar do julgamento, por isso deves ter recebido as cartas e o berrador.

- Se quiseres eu posso fazer o berrador voltar a ser uma carta?- Hadrian propôs.

- Por favor.

Hadrian então sem palavras e varinha, acenou com os dedos e berrador tornou-se numa carta. Harry sorriu agradecido para o seu guardião e começou a ler as cartas. Cada frase, cada palavra, cada mentira que eles lhe escreviam deixava-o com raiva e com um sentimento que ele não sabia explicar.

Ele não era o suficiente? Eles precisavam o manipular, mentir e mais não sei o que para eles serem seus amigos, estarem perto dele. Algo na sua alma dizia que o título ridículo de menino-que-sobreviveu era o causador de tudo.

Harry queria gritar, tudo no seu ser o mandava o gritar e libertar a sua mágia para ter o poder de destruir tudo. Ele queria aliviar aqueles sentimentos que o deixavam inseguro que o faziam repudiar tudo o que ele mais amou na vida.

Mas não foram as palavras de Dumbledore, Ronald ou Hermione que o magoaram, não, eram as palavras de Sirius. Aquelas palavras cheias de ódio que pareciam múltiplas facas o perfurando, torturando-o até ele não aguentar e desistir.

O título de padrinho que Sirius era só isso, um título. Um padrinho é aquele que é escolhido para cuidar, amor e sustentar o seu afilhado quando os pais não podem. Então porquê o seu padrinho não fazia o papel dele? Ele não precisa de Sirius para o insultar e para ele descontar dos problemas dele, ele não precisa de Sirius para ele constantemente me comparar com o meu pai morto. Por que ele não deixa o seu pai morto e compre com o seu papel.

Hadrian e Tom viam Harry desmoronar na sua frente depois de ler uma carta, Hadrian não precisava de perguntar para saber quem era. Sirius no seu tempo também não era um padrinho decente, se o Peverell o podia chamar de padrinho.

Hadrian levantou-se do seu lugar, tirou a carta das mãos da sua guarda e envolveu os seus braços, onde Harry desabou.

Hadrian conhecia esse sentimento, o desespero que corre pelo o seu corpo, o desespero para encontrar-se e ser alguém para as pessoas que estão ao seu redor, mas no final és apenas tu que estás a mentir para ti mesmo.

PeverellWhere stories live. Discover now