14- Importância

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Wanda POV.

Enquanto eu fitava o teto do meu quarto, refletia sobre quando minha vida tinha se tornado tão imprevisível e inesperada. Há muito tempo, eu já não era pauta nas conversas de amigos, simplesmente porque minha vida era monótona. Não existia aquela emoção. Era tudo comum. Mas agora, com entrada abrupta de uma pessoa bastante específica, os olhares curiosos sempre estavam em mim.

As palavras de mais cedo que Diana disse ainda ecoava na minha mente, em um aviso claro de que eu deveria tomar uma decisão.

Era óbvio que o papo de "amigas" já tinha ficado no passado, porque quando estávamos juntas, havia muita intensidade.

Mas, ceder a Natasha, significava encarar os meus diversos traumas. E eu não sabia se estava pronta para isso.

Por isso, a decisão mais óbvia e sensata, era ter uma conversa com Natasha. Afinal, eu nunca fui do tipo "deixar a vida levar." Talvez o DNA controlador da minha mãe tenha sido compartilhado comigo

Era claro para mim que Natasha, assim como eu, tinha diversos bloqueios. Esse era mais um fato que fazia-me ter a certeza de que deveria esclarecer as coisas para serem menos confusas.

Guiada por essa exigência iminente de obter respostas e de ter a situação sob controle, eu busquei meu celular perdido em algum canto da cama. Eu não tinha falado com Natasha desde que deixei a sua casa naquela manhã, então precisava disso, além de ter sentido falta de um colar meu que, provavelmente, tinha esquecido por lá.

-Alô. - a voz rouca de Natasha soou, sem um mínimo de empolgação ou afeto. Sem gracinhas. Sem "Maxi". Um seco: "alô", que eu interpretei como um "desembucha, vadia."

Não seja paranóica, Wanda. - me repreendi imediatamente.

-Oi, Nat. - tentei soar casual, simpática. - Encontrou algum colar por aí? Senti falta de um bastante especial. Foi meu pai que me deu.

-Sim, encontrei. Te entrego ele amanhã.

-Amanhã? Que horas?

-Te busco no trabalho.

Silêncio. Foi isso que tomou a chamada quando eu murmurei "uhum." Naquele momento, eu apenas ignorei o ódio que senti mais cedo da irmã de Natasha, até porque não fazia sentido eu descontar aquilo nela. Aparentemente, as coisas não estavam muito bem entre nós e falar sobre o aquele episódio só iria abalar mais as emoções.

-Natasha...

-Até amanhã, certo? - ela me cortou rapidamente. - Tchau, Wanda.

Sem sequer me dar tempo para reagir, ela encerrou a chamada.

Natasha estava estranha.

Essa constatação fez-me mover na cama, incomodada pela admissão que fiz a mim mesma. Busquei nas minhas memórias coisas que pudessem ter a chateado. Talvez fosse o trabalho. Ou talvez...

Era isso.

Natasha, provavelmente, estava chateada por eu tê-la "abandonado" durante a manhã. Mas aquilo foi tão certo para mim, que sequer pensei nessa possibilidade mais cedo. A minha consciência estava tranquila, porque o motivo era óbvio e justificável. Eu fiz aquilo por ela. Para o bem dela. Prezei pelo seu descanso, decidindo falar com ela mais tarde.

Entretanto, Natasha sabia sobre isso.

Decidida a esclarecer certos pontos e estabelecer limites, eu permiti que a inconsciência do sono me atingisse e trouxesse a tranquilidade necessária.

(...)

Quando iniciou-se um novo dia, os rotineiros hábitos começaram. Durante a manhã, me arrumei para ir ao trabalho e em seguida já estava no ponto de ônibus. Durante o expediente, a busca por matérias boas era incessante. No entanto, a companhia de Sam e Ágnes sempre tornava as situações menos maçantes.

Best Part - Wantasha Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon