25- Na Defensiva

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Wanda POV.

Talvez eu realmente estivesse sendo uma grande irresponsável por ceder a alguém que me magoou profundamente, mas eu estava tão fragilizada e necessitando de conforto, que ver Natasha ali, parada na minha frente com os olhos inchados, me fez ignorar os meus alertas e não me importar em parecer uma garotinha amedrontada e indefesa.

Eu precisava dela. Momentaneamente, mas precisava.

A experiência de quase morte me apavorava a cada lembrança daquele avião descontrolado. Foi tudo muito rápido, mas assustador o suficiente para assustar cada átomo do meu corpo.

Eu já tinha praticamente aceitado o meu fim quando, para a minha surpresa, o piloto conseguiu estabilizar a aeronave. Meu desespero foi tão grande que, ao pisar em terra firme, precisei fazer um esforço sobre-humano para não me ajoelhar, agradecer e beijar o solo. No entanto, as lágrimas foram incontroláveis. Me debulhei num choro doloroso sem me importar com nada e ninguém. Eram lágrimas de desespero, de alívio, de gratidão.

Eu estava viva.

Segundo o piloto, a aeronave adentrou uma CB - tempestade -. Então, não foi uma mera turbulência. Foi algo muito mais sério e grave, era realmente um milagre estarmos todos vivos dado ao estado que o interior do avião se encontrava após o pouso; malas, alimentos e celulares por todos os lados.

Ao chegar no hotel, sequer tive a oportunidade de entrar em contato com as pessoas próximas a mim, porque meu celular estava espatifado. Mas, ao que tudo indicava, as pessoas souberam do acontecido e então Natasha estava lá.

Enquanto deixava a água quente acalmar meus músculos, conseguia escutar a voz dela do quarto. Natasha parecia estressada ao conversar com alguém via telefone, sendo bastante rude com quem quer que fosse. Não ousei interromper meu momento de relaxamento, permanecendo embaixo do chuveiro por muitos minutos. Inevitavelmente, quando minha pele já estava ficando enrugada, precisei sair do banheiro depois de me vestir com um muda confortável de roupa.

-Você tem noção do que aconteceu? - Natasha era dura em seu tom, absorta naquela ligação de tal modo que sequer notou que agora eu estava no quarto. Os músculos das suas costas estavam contraídos, demonstrando todo o seu estresse e tensão. Aparentemente, ela ficou realmente bastante preocupada. - O piloto entrou numa tempestade com a porra do avião, colocando todo mundo em risco! - quando Natasha ficou em silêncio por um tempo, negando com a cabeça e bufando de maneira insatisfeita, entendi que a pessoa do outro lado da linha estava argumentando. - Não! Você contratou uma empresa de imprestáveis para levar sua equipe para outro estado, tem noção disso, Peggy? Deus... poderiam estar todos mortos agora.

Entendi que a revolta de Natasha era direcionada a Peggy Carter, minha chefe e a responsável pelo nosso vôo. De certa forma, era até compreensivo aquele seu comportamento, porque eu também estava revoltada. No entanto, eu não tinha a menor condição de discutir aquilo naquele momento. Tudo o que eu precisava era deitar e tentar me acalmar.

-Isso cabe um processo, sabia? - após meros segundos de silêncio, a voz de Natasha voltou a soar rude. - E pode ter certeza que vou entrar com todos os meus advogados para falir sua agência, além disso...

-Natasha. - chamei suavemente por seu nome ao sentar na beirada da cama. Precisava que ela se acalmasse, porque a mulher estava prestes a entrar em síncope. Ao ouvir minha voz, ela se virou em minha direção e sua expressão suavizou.

-Sim? - sua voz parecia meiga quando ela tapou o microfone do celular com uma mão e me olhou de maneira prestativa.

-Depois eu resolvo isso, ok? - aconselhei, fazendo Natasha respirar fundo, evidentemente insatisfeita. - Por favor? Eu só preciso de um tempo agora.

Best Part - Wantasha Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora