"And I don't want the world to see me 'Cause I don't think that they'd understand When everything's made to be broken I just want you to know who I am"
- Iris, Goo Goo Dolls.
("E eu não quero que o mundo me veja Porque eu não acho que eles entender...
Oi gente! Tudo bem ? Que saudades! Ai gente, tenho muitas explicações a dar, eu sei kkkk. Meu sumiço se dá por uma soma de coisas: aulas voltaram e andei viajando recentemente. Ah, e segunda que vem é meu aniversário! Enfim, prometo voltar a ser mais frequente agora que a rotina está se acalmando. Espero que gostem do capítulo. Beijos no coração 💚
P.s.- sugiro que ouçam a música "Hurt You" do The Weekend ao longo do capítulo.
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Damian Wayne pov.
Dor. A dor era sempre uma velha amiga. Eu conhecia a sensação e depois de algum tempo, vivendo-a todos os dias, ela havia se tornado quase querida. Dor. Se pesquisar no Google, o que a palavra significa, aparecerá que é "mágoa originada por desgostos do espírito ou do coração". Eu diria que a morte de minha mãe, é o maior desgosto do meu espírito e coração. E hoje, há vários anos, havia sido o dia da morte dela. Dor. O dia em que chorei mais do que pude. O dia em que minhas costas ganharam mais chibatadas do que o normal. E eu gostei, gostei de cada segundo em que podia substituir a dor da perda de minha mãe, pela dor do peso do chicote de um dos capangas de meu avô, que descontava a própria dor em mim. "Não chore, você não deve fazer isso!" Ele me alertou. Mas eu vi. Vi o corpo dela caído e sem vida. Vi o colo que me carregava e o sorriso que era meu, sem vida. Talia Al Ghul estava morta. Miranda Tate estava morta. Mamãe estava morta. E eu pensei, pensei mil vezes em arrastar seu corpo até o poço de Lázaro, mas eu sabia, sabia que ela viveria um inferno mental ao voltar. E ela não merecia isso. Não me deram tempo para que eu pudesse viver seu luto. Para meu avô, o luto era frágil, uma desculpa para se ausentar do que realmente somos pela dor da morte. Ninguém havia me explicado o que a matou. Mas eu podia ver trabalho que haviam tido para reconstruí-la. Para que parecesse mamãe. Coringa. Um trapaceiro das cartas, havia se tornado um trapaceiro da vida. E eu só soube disso, muito tempo depois, quando Bruce achou que eu merecia viver meu luto. Cinco anos depois da morte dela. E eu senti raiva, tanta raiva que eu não pude lidar. Raiva de meu avô. Raiva de Bruce. Raiva do Coringa. E até raiva de mamãe. E eu buscava vingança. A cada missão, a caçada não se cessava. Eu queria coringa morto, eu queria que ele sentisse a dor de minha mãe. Mas Bruce era fraco. Ele não podia matar o que lhe dava vida. Ele não podia matar Coringa, porque a vingança era o que o motivava. Nem mesmo se isso pudesse significar um pouco de paz e uma pausa nos pesadelos de seu filho. Durante a adolescência, a mágoa havia se dissipado. A raiva não. Ela nunca cessaria. Levanto meu corpo da cama de Bobby e suspiro encarando-a no pijama de gatinhos. Quase sorrio. Bobby era uma aura leve e feliz. Ela não tinha dor, mágoa ou raiva. Mas eu, em um dia como hoje, tudo o que me restava eram mágoas e dor. Apenas dor. E merda, eu não queria machuca-lá, mas saber disso, só um pouco, me fazia satisfeito. E isso só me fazia ainda mais doente. As duas semanas correram com meu silêncio, o sumiço era um adicional das palavras que eu não queria dizer e das explicações que eu não gostaria de dar a ninguém. E hoje em especial, mais uma vez observando a noite de Gotham sobre o telhado de um prédio. Meu celular com várias ligações perdidas ainda vibrava com as notificações. Eu poderia e deveria dar satisfações a Bobby e aos outros, principalmente depois do que ela havia feito. Mas sinceramente, eu só não podia. Mais do que outros dias como esses que correram em minha vida, eu havia saído a noite para o que deixou de ser missões e tornaram-se caçadas. Eu queria sangue, e apreciava os gritos que soavam do dono de cada gota que corria sobre minha espada a cada golpe que dava. De certa forma, eu amava a paz que aquilo de certa forma trazia a minha alma e ao mesmo tempo, me amaldiçoava por sentir que aquilo me aproximava de Ra's. Bruce havia tentado me impedir nas primeiras vezes, me aconselhava e até gritava comigo perdendo seu infinito controle. Me prendia, tirava minhas coisas e me castigava. Mas nós dois sabíamos que aquilo era a única forma de me salvar da minha própria morte nessas épocas que assolavam minha vida. Eu matava bandidos, estupradores e assassinos porque era o que me dava motivos para viver agora. Os gritos de agonia, o sangue quente que as vezes respingava em meu rosto e o sabor do desespero que as vezes espirrava em minha boca era conforto. Eram apenas alguns dos dias em que eu só desejava que eu estivesse morto junto com ela.