Capitulo 19 -- Homens estranhos

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Meu pai foi embora no mesmo dia que brigamos. Não conversamos depois disso. Ele tentou, mas eu recusei. Sei que não deveria fazer isso, até porque ele é meu pai.
Porém, agora eu estava totalmente pronta para essa conversa. Só que meu orgulho era alto demais para enviar uma carta pedindo que ele voltasse para a Itália.

A Ellis Malfoy — Avó do Draco— pediu para irmos visitá-la um dia desses, especificamente no dia que haverá uma festa. Onde bruxos importantes estarão lá.
O bom é que ela mora perto da praia, Draco prometeu me levar.

— Acha que essa roupa está bom para irmos amanhã?  — Perguntei, deixando a roupa nas mãos do Malfoy.

— Se você se sente confortável, está tudo certo.

Ele se levanta e coloca a roupa esticada perto de uma cadeira.

— Estou animada para conhecer a sua vó — Digo, finalizando de arrumar a minha mala — Será que ela vai gostar de mim?

Draco me puxa pela cintura, fazendo com que a gente se aproximasse.

— Ela vai amar você. — Ele me dá um selinho, depois me solta olhando para a porta. — Misericórdia!

Observo a porta e vejo que era o meu pai.
Ele não sorria como de costume, sei que ele ainda estava chateado com tudo isso. Nunca tivemos uma briga desse nível.

Ele encara o Draco e depois me observa. Estava esperando uma bronca enorme dele, porém não foi isso que aconteceu.

— Precisamos conversar, não acha? — Ele diz, fechando a porta.

Draco dá um sorriso para nós dois e sai do quarto sem dizer nada.

Sentamos em uma pequena mesinha onde dava para a varanda. Ofereço alguns biscoitos, porém ele recusa.

— Te dei um tempo para você pensar. — Meu pai diz, finalmente iniciando a nossa conversa. Que talvez seria muito longa.

— Por que quis esconder isso?

— Você era uma criança quando isso aconteceu. Você imagina o quão difícil foi mentir para todos os jornais dizendo que sua mãe tinha morrido. Tudo isso para proteger você e garantir o seu futuro.

Respiro fundo e dou uma mordida no biscoito esperando ele continuar.

— Me proteger de que? Que futuro? — Indaguei.

— Dos comentários maldosos, mal olhados e gente comentando coisas horríveis sobre você. Muitas pessoas iriam se afastar de você por isso. As pessoas são cruéis, querida, e a vida me ensinou isso da pior maneira possível.
Você ficaria tão desapontada, tão chateada ao descobrir sobre a sua mãe. Achei que você sofreria menos se achasse que Evelyn havia falecido. Eu sinto muito por te fazer sofrer, S/n.

Era meu pai, era óbvio que eu o perdoaria. Ele sempre foi super protetor,  e sei que ele fez isso para o meu bem. E lá no fundo eu agradeço por isso, eu poderia desenvolver traumas.

— Quando você ia me contar?

— Para ser sincero, eu não sei — Meu pai mordeu os lábios nervoso. — Você ficaria sabendo de uma hora ou outra. Você perdoa o seu pai?

Dou um sorriso e pulei em seus braços o abraçando. Beijo a sua bochecha, e vejo que ele dá um sorriso por isso.

— Bom, agora vamos conversar sobre uma coisa que você sempre insistia em falar. — Falei, voltando a sentar na minha cadeira.

— Sobre?

— Eu não sou mais criança. Pai, por favor, eu já tenho quase 17 anos. 

Ele me olha rindo. Meu pai nunca me levaria a sério.

Como é Amar Você--- Draco Malfoy  (S/n)Onde histórias criam vida. Descubra agora