« Somente e Unicamente Você »

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

-Zahirah. - Ágatha chamou batendo na porta da torre - Irmã? - Entrou no quarto e então viu a pose deplorável que a irmã adotiva se encontrava - Você não dormiu direito! - Suspirou enquanto esfregava o rosto de forma irritada, levantando as mãos e lançando um feitiço em Zahirah, que flutuou sobre a cama, foi até lá e afofou os travesseiros e a cama e puxou o edredom, a descendo e cobrindo com cuidado, correu silenciosamente e fechou as cortinas.
-Hmm... obrigada! - Ouviu Zahirah resmungar, e quando caminhou para sair do quarto, ouviu ela resmungar novamente - Não quer dormir comigo igual quando você era neném?
-Quero! - Nunca havia corrido tão rápido e se jogado na cama para os braços da irmã, que comparado com o frio do restante do castelo, estavam quentinhos, sentiu os braços dela arrodearem seu corpo como se ele segurasse um bebê e então fechou os olhos, como sentiu falta do amor enquanto ela esteve longe.
-Queria ter sido sua mãe! - Ouviu o sussurro dela antes de pegar no sono novamente, a apertou mais no abraço com algumas lágrimas nos olhos.
-Você é!

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶


Arthur se remexeu na cama e sentiu o cabelo de Gaspar sobre seu rosto, desistindo de se levantar para aproveitar mais um pouco de sua companhia, logo logo estaria sem tempo com compromissos e bailes de inverno, o anjo dele chamado Ágatha Wolf, dividiu metade das tarefas com ele para que:

1.Ele se aliviasse de alguns compromissos
2.Ela se sentisse como soberana do castelo

E o mais baixo sabia que ela nem se importava com a primeira opção, ela em sua gestão "secreta" cuidou de todos os preparativos para o frio no castelo e ainda distribuiu cobertores aos que necessitavam, e ainda obrigou que Letícia e Clara a acompanhassem e ajudassem, as três voltaram exaustas mas valeu a pena.
Se afastou levemente de Gaspar contra sua vontade, estavam dormindo juntos desde o dia em que havia cuidado dele após a mordida, mas o fato de ter que solta-lo do abraço para começar com os preparativos do baile era uma tortura, sem contar que o reino logo estaria cheio com visitas dos outros países, se alguém os visse poderia acabar gerando algum burburinho no castelo.
Suspirou, observando o rosto de Gaspar enquanto dormia, passando a ponta dos dedos carinhosamente pelas bochechas dele, retirou os fios de cabelo que caíam sobre os olhos dele e então ele se mexeu, agarrando seu corpo e deitando a cabeça em seu ombro, tentando se encaixar em seu pescoço, apertou os olhos e choramingou baixinho.
-Como eu vou sair com você assim? - Colocou o braço ao redor dos braços e costas nuas nele, sentindo a pele dele se arrepiar, sua maior surpresa foi quando ele lhe respondeu.
-Não vá! - Ele abriu os olhos brevemente, e então se aconchegou mais no seu pescoço, Deus, afasta-lo agora seria muita maldade com o loiro, e com seu próprio coração.
-Não me peça assim com tanto carinho, estou prestes a arrumar um problemão só pra ficar com você! - Deixou vários beijos pelo rosto de Gaspar e então ele lhe roubou um beijo, estava no céu, e não tinha a mínima vontade de sair de lá.
-Por que você tem que ir tão cedo? - Ele suspirou segurando seu rosto e o acariciando - Está tão frio!
-Eu tenho que começar a escrever os convites, logo logo os outros monarcas estarão em nosso castelo! - Olhou para o teto do dossel, sentindo o dedo indicador dele brincando com seus cabelos.
-Não vou poder ficar aqui, não é? - Ele se apoiou em um dos braços, observando seu rosto, colocou a franja dele que havia caído novamente sobre os olhos atrás das orelhas - Não se preocupe com isso, voltarei para o meu quarto!
-Não! - Ele pareceu surpreso, e então as bochechas ganharam um tom rosado - Você está corando.
-Eu imaginei... - Ele falou fitando seus olhos - Eu... estou feliz que me quer aqui, com você! - Sentiu os braços dele agarrarem seu pescoço em um abraço com força.
-Está tudo bem? - Perguntou se acomodando melhor na cama, enquanto retribuía o abraço do de olhos azuis.
-Está, é só que... obrigada por não me deixar ir! - Ele sussurrou em seu ouvido - Significa muito pra mim!
-Por quê? - O afastou levemente e segurou suas bochechas.
-Parece confuso! - Ele riu envergonhado e desviando os olhos.
-De certa forma, eu realmente estou confuso! - Viu ele colocar uma mão em seu coração, colocou a sua sobre a dele.
-Sou um órfão, jamais tive nada que alguém se interessasse, sempre fui descartável para as outras pessoas! - Sentiu o clima da sala ficar pesado, seu coração estava sendo esmagado - Depois que você cresce, não tem motivos para ser adotado, então fomos jogados fora, tive que cuidar da Lilian, nos virarmos para arrumar formas de nos alimentarmos, não quero entrar em detalhes! - Um sorriso melancólico tomou a face dele - Quando você apareceu, foi a primeira vez que não nos sentimos como uma peça qualquer, você nos acolheu, nem mesmo em toda minha vida vou conseguir retribuir o que fez por nós, nos escolheu, e nos salvou!
-Eu... sinto muito que tenha demorado tanto para te encontrar! - Apertou a mão dele sobre seu peito, e ele riu baixo - Mas Lilian e você não tinham esse sentimento um pelo outro, de proteção, de carinho?
-Temos, somos irmãos, mas não é a mesma coisa! - Os olhos dele percorreram por toda a cama e pararam nos seus, os olhos coloridos, e a inesquecível cicatriz entre eles - Quando se está tentando só sobreviver, sentimentos não se tornam mais a prioridade, mas se tornam força de vontade com a esperança de que um dia as coisas possam melhorar!
-E que então vocês possam ficar em paz! - Ele confirmou.
-Você me deu um lar, me deu a paz que tanto desejei, e agora... me deu um lugar onde eu sou querido! - Entrelaçou sua mão com a dele sentindo agora as suas bochechas esquentarem.
-Você sempre será querido nesse castelo! - Confirmou a ele, sentia necessidade de acalmar qualquer incerteza que ele pudesse ter sobre, e então ele negou com a cabeça, com um sorriso mais apaixonante em seus lábios tão doces.
-Não estou falando do castelo, estou falando de você, somente e unicamente você!
E como se fosse possível, sentiu todo seu interior se explodir e se espalhar sobre suas veias como lindas e frágeis borboletas, aumentando mais e mais o que seu coração sentia por ele, sua fraqueza tinha nome, cabelos tão dourados quanto o ouro e olhos irresistivelmente azuis, e ele agora sabia, sabia que seu amor estava em suas mãos, porque o dele também estava nas suas.
-Eu sinto algo tão profundo por você que sinto que minha alma está queimando sempre que está comigo! - Ele falou, sem nenhuma vergonha, enquanto agarrava sua camiseta.
-Essa é a declaração mais linda que eu já recebi na minha vida inteira! - O puxou para um beijo ardente e necessitado - Sabe por que eu jamais deixaria você se afastar ou ir embora?
Ele estava muito ocupado para responder sua pergunta, já que seus beijos e carícias estavam o fazendo arfar sem o mínimo esforço, se espalhando pelo pescoço e ombros pálidos dele.
-Eu jamais deixaria você partir, jamais o magoaria, o maltrataria, por que eu não sobreviveria se fosse embora! - Os olhos dele se abriam, iluminados de desejo, de necessidade, de paixão.
-Eu não quero ir embora! - Ele falou enquanto gemeu baixo, sentindo a língua de Arthur sobre seus mamilos, agora endurecidos.
-Fico feliz que tenha me avisado! - Brincou enquanto descia os beijos sobre o corpo dele, que se remexia por contato.
-Espera! - Ele falou, e no mesmo instante, não se mexeu e nem se atreveu a continuar de onde estava, o olhou preocupado.
-Quer que eu pare? - Se ajoelhou sobre a cama, prestando atenção nas feições dele, talvez tivesse constrangido ele, mas esperou para que ele mesmo lhe explicasse, e se surpreendeu quando ele só segurou seus pulsos e o empurrou de volta sobre os travesseiros e retirou suas próprias vezes, engatinhando de volta para perto - Gaspar?
-Preciso de você! - E então ele se sentou sobre o seu colo, com uma perna de cada lado dos seus quadris, achou que fosse desmaiar de prazer ali mesmo - Quero fazer isso, sozinho!
Arthur arregalou os olhos mas logo eles se fecharam no instante que Gaspar assumiu o controle, e assim como fazia com ele, ele o imitou, e então sentiu os lábios dele explorarem toda a sua pele, pedacinho por pedacinho, como se tentasse fazer um mapa, e sua caneta eram seus lábios, estava adorando cada segundo disso.
E então ele chegou na barra de sua calça, não foi nem um pouco difícil joga-la para algum canto do aposento, aí então percebeu o olhar dele, o analisando com cuidado.
-Você está... gostando? - Ele estava extremamente envergonhado por fazer essa pergunta, mas sua preocupação era notável, ele queria que estivesse gostando, ele queria dar tudo de si para que estivesse de sentindo bem.
-Você nem imagina o quanto iss... AH - Não estava esperando que ele o colocaria na boca sem mais nem menos enquanto respondia, se jogou pra trás e arqueou as costas sentindo ele o colocar inteiro na boca, não havia palavras que explicassem o que estava sentindo enquanto ele fazia o que parecia achar melhor, e estava sendo incrivelmente bom.
Sua mente estava em branco, tudo que conseguia fazer era gemer, gemer o nome dele, arfar, não sabe quantas vezes chamou o nome de Deus sem querer e como isso o faria queimar no inferno, mas Arthur estava morrendo de amor, e depois de todos seus vinte e seis anos pela Terra, finalmente se sentiu terrivelmente vivo.
E sabia que agora ele realmente estaria com muitos problemas por se atrasar, teria de dar uma boa desculpa para Ágatha quando chegasse.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

-Olá! - Entrou rapidamente em seu escritório vendo Ágatha escrevendo parte dos convites, Zahirah estava deitada confortavelmente em um dos sofás, com as pernas cruzadas enquanto lia um livro - Desculpem pelo atraso eu estava...
-Nós sabemos, estava tendo laços conjugais! - Zahirah fechou o livro e colocou sobre a mesinha, e ficou apenas olhando para sua cara, que estava vermelha, já que ela havia praticamente acertado em cheio - Nós sentimos muito majestade, por atrapalhar a sua divertida e prazerosa lua de mel, sorte sua que eu escrevi os convites para todos os duques e duquesas da cidade!
-Eu agradeço de todo meu coração por sua ajuda, minha querida amiga! - Falou dando um aceno cortês a ela e percebendo seu olhar caminhar para outro ponto da sala, e ali estava Gaspar, vestido apropriadamente e completamente corado, também.
-Que honra ver você aqui, Gaspar! - Zahirah disse e ele corou ainda mais, como se fosse possível - O que te traz aqui?
-Está falando tão intimamente... - Olhou pra ela que riu de sua careta.
-Eu gostaria de ajudar com os convites. - Ele juntou as mãos na frente do corpo - Já que tenho certa parte de culpa no seu... atraso! - Ele o olhou, e então os dois desviaram o olhar, totalmente envergonhados e sem jeito, Ágatha, que nem estava mais prestando atenção nas cartas, assistia tudo com tamanho divertimento que gostaria de sumir por alguns dias, ela jamais o deixaria esquecer de tudo que ouviu da mais velha.
-Pelo visto eu não sou a única que é pega pelas expressões faciais! - E aí estava ela, a vingança de Zahirah pelo dia anterior, pensou seriamente em quase desistir de escrever convites e carregar Gaspar nos ombros para passear com ele no jardim.
-Você dois podem escrever esses aqui, nós já fizemos o resto! - Ágatha entregou uma lista para Gaspar que as leu cautelosamente e riu caminhando até a mesinha de centro e se sentando no chão, folheando e contando quantas famílias faltavam.
-Boa sorte! - Zahirah gritou acenando para os dois, que dividiram as folhas da lista e iniciaram os trabalhos, havia uma carta teste com todo texto preparado, e eles só precisavam reescreve-lo e trocar as famílias, em menos de duas horas eles terminaram todas as cartas e Arthur as deixou para secar de lado, se levantou da cadeira e espreguiçou o corpo.
-Cansado? - O loiro perguntou apoiando as costas no sofá, ainda sentado no chão.
-Minhas costas doem! - Chegou perto dele e sentou ao seu lado no chão - Imagino que as suas também! - Ele confirmou fraco, encostado e sem se mexer, talvez tentasse amenizar se ficasse imóvel.
-Desculpe por mais cedo, sei que iria te atrasar e acabei o fazendo mesmo assim, sinto muito! - Ele disse e continuou exatamente como uma estátua de mármore.
-Não sinta, foi bem melhor que qualquer coisa que fizemos essa tarde! - Riu cansado - Você ainda tem ânimo para uma coisa? - Ele se virou para encara-lo.
-Não sei, depende! - Encostou a cabeça levemente sobre o ombro dele, que deitou a dele sobre a sua com cuidado.
-Quer passear comigo? - A proposta havia o conquistado assim que pensou nela.
-Onde? - Ele segurou sua mão e aceitou a ajuda para se levantar, agarrou a cintura dele e sorriu.
-Vamos dar uma volta no jardim, quase não tenho oportunidade de estar lá com você! - Se aproximou da bochecha dele e deixou um simples beijo, apenas isso já o fazia corar, e ver isso acontecer o deixava muito feliz.

✠ • 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭 • ✠  -  Au DanthurWhere stories live. Discover now