Anel de caveira

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-E aí gatinha? Curtiu o show de hoje?
-Foi maravilhoso! Obrigada por ter me chamado pra tocar bateria com vocês, eu tava precisando muito disso, de verdade. Tava me sentindo travada.
-Você toca bateria muito bem, nunca deixe que ninguém queira tirar esse dom de você.
 
Fiquei com pouco tímida com esse elogio vindo de Eddie, eu amava quando ele me elogiava assim.

-Vamos pedir algo pra comer? Deixa que hoje é por minha conta.
-Ok então. Você tem algo em mente?
-A batata frita com queijo daqui é maravilhosa
-Aaah eu amo batata frita com queijo.
-Então vamos pedir.
 
Eddie foi até o balcão pedir essa batata frita com queijo e eu o observava da mesa e eu entendi como eu nunca o esqueci mesmo depois de alguns anos. Eddie era encantador, e poucas pessoas percebiam isso. Para muitos, Eddie era apenas um rockeiro maluco que jogava RPG, mas eu era uma das poucas pessoas que via Eddie com olhos bons.
 
Então Eddie voltou e me interrompeu de meus pensamentos, eu parecia estar aérea.
 
-Lizzy! Oi, eu voltei! Planeta Terra chamando!
-Oi, oi Eddie, eu tô aqui. Eu tava tendo pensamentos aqui.
-Ok, ainda bem que voltou.
 
Eddie se sentou e voltamos a conversar. Então, eu reparei nos anéis dele, ele usava três em uma mão e eles eram grandes. Um de cabeça de porco, um de caveira e um de cruz.

-Eu gosto desses seus anéis.
 
Eddie não pensou duas vezes e tirou o anel de caveira do dedo e me deu.
 
-Toma, pra guardar de lembrança ou usar se quiser e nunca esquecer de mim.
-Como eu posso me esquecer de você, Eddie?-Pego o anel que ele me deu e coloco em meu dedo. Eddie costumava dar seus anéis para quem os elogiasse.
 
Nessa hora eu pensei muito no que Maddy me disse, eu não poderia deixar que ele fosse apenas passageiro na minha vida, eu precisava contar tudo pra ele. Não precisava ser hoje pois eu não queria parecer emocionada ou desesperada, mas eu precisava matar essa vontade que tava me matando.
 
Enfim, nossas batatas chegaram e eu estava realmente faminta. Enquanto comia as batatas eu sugeri algo a Eddie:
 
-Eddie?
-Sim?
-O que acha de um cinema essa semana, só nós dois?
 
Ele pensou por dois segundos e respondeu:

-É uma ótima ideia. Essa semana no sábado não teremos partida de D&D, então, o que acha de irmos no sábado?
-Sábado eu também estou livre.
-Combinado então.
 
Essa ideia do cinema foi uma oportunidade que eu mesma criei para contar a Eddie sobre meus sentimentos por ele, eu não poderia deixar passar, era agora ou nunca.
 
Conversamos por um tempo até que eu percebi que já eram 10 horas e eu tinha que ir para casa, pois no outro dia já era dia de ir trabalhar.

-Eddie, já são 10 horas. Você poderia me levar em casa por favor?
-Claro que levo, gatinha.
 
Então pedimos a conta e fomos embora. Eddie me levou até em casa e antes de descer de seu carro, eu novamente lhe dei um beijo na bochecha e desci do carro.

-Até sábado então?
-Até sábado, gatinha.
-Tchau, meu gato.
 
Ele sorriu e me deu tchau de volta. Eu estava meio que dando sinais sutis de que gostava dele.

Entro em casa e percebo que estava silêncio, será que Maddy já estava dormindo? Fui no quarto dela e ela não estava lá, então fui ao meu quarto e vi um bilhete em cima da minha cama. Estava escrito "Irei dormir na casa de Isac hoje. Ass.: Maddy". Ótimo, irei a pé amanhã para o trabalho, mas isso era o de menos.
 
Quando sentei na minha cama eu comecei a olhar para aquele anel de caveira que Eddie me deu, era como se Eddie realmente estivesse comigo direto. Então, prometi pra mim mesma que não iria tirá-lo do meu dedo jamais, igual eu jamais esqueci Eddie Munson.
 
Coloquei um pijama, me deitei e fui dormir. Amanhã inicia uma nova e cansativa semana de trabalho.

Continua...

Um amor para Eddie Where stories live. Discover now