O tormento acabou

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Era o tio de Eddie que gritava por ele. Ele parecia um pouco preocupado.

-Oi tio, o que aconteceu?
-Eddie, você viu o jornal agora? O James tá morto, Eddie. Morto!
-Como assim?

Eddie se fez de desentendido e ele é um ótimo ator pra isso, definitivamente.

-Passou ainda agora no jornal. E aliás, onde você tava?
-Eu passei a noite na Lizzy.
-Lizzy, você tá bem, menina? -Perguntou o tio de Eddie passando a mão levemente na minha testa. -O que foi isso na sua testa?
-Eu caí em casa ontem, mas agora eu já tô bem.

Era incrível que eu e Eddie somos ótimos atores, a nossa cara nem treme. Mas o bom é que o Sr. Munson caiu direitinho.

-Tio, o nosso tormento acabou. Estamos livres agora.
-Sim, meu filho. Eu na verdade não sei o que sentir com isso. Eu sinto um pouco de pena mas também sinto alívio.

Eddie abraçou o tio dele, em sinal de parceria. Eu entendia o alívio do Sr. Munson, realmente aquele homem era um monstro e saber que ele já não estava mais entre nós era quase um alívio. E o melhor, eu, Eddie e Maddy estávamos envolvidos com isso.

-Ah, o que vocês estavam fazendo que vinham da direção da floresta?

Nessa hora eu senti que Eddie ficou tenso, mas ele respondeu com uma leve gagueira.

-A gente tava dando um passeio por lá.
-Ah. Então tá né. Crianças. -Disse o Sr. Munson resmungando e saindo de perto de nós.
-Olha nós somos ótimos atores, não acha?
-Com certeza. Depois dessa vamos até nos inscrever numa companhia de teatro.

Eu dei uma risada seguida de um soquinho no braço de Eddie.

-Eddie, eu quero água.
-Então vamos pro trailer, lá você bebe.

Caminhamos até o trailer de Eddie e logo entramos lá. O tio dele tinha ido fumar não muito longe dali.

Eddie pegou um copo e foi até a geladeira pegar uma garrafa de água, depois colocou a água no copo e me deu.

-Obrigada. -Dei um gole na água e então me lembrei de contar algo pra Eddie. -Eddie, a festa na piscina da turma de 84 vai ser nesse domingo.
-Aaah a gente vai, né?
-Eu só vou se você for comigo. Não quero ir sozinha.
-Ué? Então agora você tá decidida a ir? Pois pelo que eu me lembre bem -Eddie veio me agarrando pela cintura -você não queria ir.
-É, mas agora eu quero. Steve me disse ontem que seria domingo, mas eu tava triste demais pra me decidir se ia ou não.
-Triste?
-Sim, com o ocorrido de domingo e ontem.
-Ah meu Deus, eu deixei meu neném triste. -Eddie pôs a mão no coração e (de brincadeira) se ajoelhou no chão. -Me perdoe, nobre senhora. Nunca mais eu a deixarei triste novamente, eu prometo.

Eddie beijava minha mão dizendo isso, na verdade suplicando. Como ele era bobo.

-Eu te perdoo, meu súdito. Mas com uma condição: que você me leve pra casa agora.

Eddie me olhou com um olhar confuso.

-Espera, tá falando sério agora?
-Sim eu tô. Pode me levar pra casa agora?
-Ah. Beleza então. Vamos.

Maddy

Chego no supermercado que eu trabalho e me deparo com todos os outros funcionários conversando em rodinha sobre um determinado assunto: a morte noticiada no jornal.

Cheguei lá com a cara mais natural possível pra ninguém pudesse desconfiar de mim e inocentemente perguntei:

-O que aconteceu?
-Passou agora no jornal que acharam um homem morto no laboratório desativado de Hawkins.
-Uou. Eu não vi isso. Mas como que ele foi morto?
-Acertaram a cabeça dele. Acharam um pedaço de pau com ele, mas sem nenhuma mancha de sangue. Então ninguém sabe onde está a real arma do crime.
-Que triste isso. Espero que a família dele esteja bem.

Eu espero muito que Lizzy tenha enterrado aquelas barras de ferro.

Continua...

Um amor para Eddie Where stories live. Discover now